TEXTOS
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Origem do projeto
A idéia do projeto BRICHOS, filme de
longa-metragem, nasceu a partir da
criação (em 2001) de uma turma de
personagens baseados na fauna
brasileira. Os autores, Paulo Munhoz e
Antonio Éder, partiram da percepção de
que esses seres poderiam gerar histórias
críticas, bem humoradas e otimistas a
respeito do Brasil e do Povo brasileiro.
Tais personagens nos permitem trabalhar
metaforicamente no sentido de refletir
sobre nossa identidade, nossos
problemas, nossos valores e nossos
sonhos, criando aventuras em que
possamos nos ver em grande profundidade.
Assim, pretendemos criar instâncias de
percepção de nossas riquezas, de nossos
problemas, de caminhos para solução de
tais problemas, de modos de construção
de uma sociedade mais bela, mais justa,
mais rica e mais feliz, a partir de
potenciais que são nossos e que precisam
ser cultivados.
Pois, como dizia o poeta Paulo Leminski,
um BRicho do Paraná:
“Isso de querer ser aquilo que a gente
é, ainda vai nos levar além!”
A palavra BRICHOS tem este significado:
BICHOS BRASILEIROS.
Uso do desenho animado
Sabe-se que é uma forma de comunicação
poderosa que atinge todas as faixas da
população e que pode veicular qualquer
tipo de mensagem, permitindo uma relação
profunda e uma interação imediata do
espectador com os enunciados
audiovisuais. Isso se dá porque as
imagens dessa natureza se apresentam
como signos de rápida absorção.
O estilo caricato permitirá uma animação
simplificada de grande força e
elegância. Cremos que caricaturas
fortes, personagens interessantes e
grupalmente harmônicos, vozes adequadas
e muito bem trabalhadas, trilha sonora
envolvente, animação expressiva e uma
narrativa dinâmica são ingredientes a
tornar BRICHOS um modelo de produção com
grande potencial de sucesso.
Público-alvo
A quase a totalidade da informação
audiovisual consumida no Brasil vem de
fora, carregada de muita violência. Isso
é mais forte ainda a respeito de
animação.
Nossos Brichos trabalham
cooperativamente. Todos discutem e
contribuem democraticamente. Há Brichos
bons e maus, nenhum é perfeito. É um
filme que não mostra socos e pontapés,
chutes ou tiros. As soluções se dão via
estratégia, convencimento, competição
justa. Este é o campo do trabalho suado,
da lida profissional transformadora, é o
campo da luta, da paixão, do amor. Novos
sonhos, novos projetos e novas ações são
o nosso futuro em construção. Isso é o
que pretendemos mostrar para o público
jovem a que se destina esta obra.
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SINOPSE
Conta a história de uma assembléia
dos Brichos, onde se discute o
problema da falta de identificação
dos filhotes com a sua fauna e com a
sua floresta. Isso acontece porque
os filhotes têm sido bombardeados
por filmes que valorizam animais
estrangeiros como os leões,
elefantes, tigres, etc. Ou seja, a
não existência dos animais
brasileiros nas telinhas e,
conseqüentemente, nas brincadeiras
dos filhotes, significa que o
imaginário infantil está sendo
condicionado a reconhecer como
heróis somente os bichos
estrangeiros.
Para solucionar tal problema, os
Brichos resolvem fazer seu próprio
filme. Mas, além dos problemas
inerentes a uma produção complexa,
eles se vêm prejudicados por
interesses econômicos estrangeiros,
na figura de Sam, uma águia careca
que tenta boicotar essa produção
independente. Para isso ela conta
com a ajuda de Ratão, Bricho de mau
caráter, e de sua companheira Kika
Medonha, uma aranha bastante
perigosa. Mr. Sam interfere em
laboratórios, tenta comprar os
músicos, incentiva uma greve, enfim,
usa de todos os artifícios para
interromper o projeto dos Brichos.
Liderados por Jaguar, os Brichos vão
tentando resolver seu problema. Em
certo momento, aparece o corvo
Edgar, que, diferentemente de seu
conterrâneo Sam, tem boas intenções
em relação a uma possível
co-produção. Como ele conhece o
vilão a fundo, acaba por indicar o
seu ponto fraco – uma bela aposta. O
clímax se dá num campo de futebol.
Se os Brichos ganharem, Sam desiste
de tudo e vai embora. Se os Brichos
perderem para o time dos Warnimals,
terão que entregar tudo para o
inimigo e Edgar vai ter de trabalhar
para Sam.
Dribles, lançamentos, chutes a gol e
um pênalti defendido pela cascavel
marcam o primeiro tempo. No segundo
tempo, Ratão abala a psique do
goleiro elefante, com o objetivo de
se vingar de Sam que o “escanteara”
da jogada econômica contra os
Brichos. Um gol dos Brichos é
anulado. Vamos para a prorrogação.
Com o elefante traumatizado, os
Brichos encontram a saída, ou
melhor, as várias entradas para um 4
a zero arrasador.
No final, os Brichos lançam seu
filme, em noite de muitos aplausos e
alegria.
O filme encerra com a cena de três
filhotes brincando e conversando. A
cobrinha quer ser importante como
seu pais; o tamanduazinho quer ser
um cientista que vai curar todas as
doenças; o canarinho, segurando um
capacete de astronauta, revela seu
sonho em conquistar as estrelas.
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