Alfabeto passa a ter 26 letras
Amigos,
Acho que isso vai interessar a
todos os professores e àqueles
que escrevem textos, teses,
dissertações e outros mais.
Alfabeto passa a ter 26 letras
Está para entrar em vigor a
unificação da Língua Portuguesa
que prevê, entre outras coisas,
um alfabeto de 26 letras.
"A frequência com que eles leem
no voo é heroica!".
Ao que tudo indica, a frase
inicial desse texto possui pelo
menos quatro erros de
ortografia. Mas até o final do
ano, quando deve entrar em vigor
o "Acordo
Ortográfico da
Língua Portuguesa", ela estará
corretíssima.
Os países-irmãos
Angola, Brasil, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Moçambique,
Portugal, São Tomé e Príncipe e
Timor-Leste, terão, enfim, uma
única forma
de escrever.
As
mudanças
só vão acontecer porque três dos
oito membros da Comunidade de
Países de Língua
Portuguesa (CPLP), ratificaram
asregras gramaticais do
documento proposto em 1990.
Brasil e Cabo Verde já haviam
assinado o acordo e esperavam a
terceira adesão,
que veio no final do ano
passado, em novembro, por São
Tomé e Príncipe.
Tão logo as regras sejam
incorporadas ao idioma,
inicia-se o período de
transição, no qual
ministérios da educação,
associações e
academias de
letras, editores e produtores de
materiais didáticos recebam as
novas regras ortográficas e
possam, gradativamente,
reimprimir livros,
dicionários, etc.
O português é a terceira língua
ocidental mais falada, após o
inglês e o
espanhol. A
ocorrência de ter duas
ortografias atrapalha a
divulgação do idioma e a sua
prática em eventos
internacionais.
Sua unificação, no entanto,
facilitará a definição de
critérios para exames e
certificados para
estrangeiros.
Com as modificações propostas no
acordo, calcula-se que 1,6% do
vocabulário de
Portugal seja
modificado.
No Brasil, a mudança será bem
menor: 0,45% das palavras terão
a escrita alterada. Mas apesar
das mudanças
ortográficas,
serão
conservadas as pronúncias
típicas de cada país.
O que muda:
*** As novas normas ortográficas
farão com que os portugueses,
por exemplo,
deixem de escrever
"húmido" para escrever "úmido".
*** Também desaparecem da língua
escrita, em Portugal, o "c" e o
"p" nas
palavras onde ele
não é pronunciado, como por
exemplo, nas palavras "acção",
"acto", "adopção",
"baptismo", "óptimo" e "Egipto".
Mas também os brasileiros terão
que se acostumar com algumas
mudanças que, a
priori, parecem
estranhas.
*** As paroxítonas terminadas em
"o" duplo, por exemplo, não
terão mais acento circunflexo.
Ao invés de "abençôo", "enjôo"
ou "vôo", os brasileiros terão
que escrever
"abençoo", "enjoo"
e "voo".
*** Também não se usará mais o
acento circunflexo nas terceiras
pessoas do
plural do presente
do indicativo ou do subjuntivo
dos verbos: "crer", "dar",
"ler", "ver" e seus decorrentes,
ficando correta a grafia: "creem",
"deem", "leem" e "veem".
*** O trema desaparece
completamente.
Estará correto escrever "linguiça",
sequência", "frequência" e "quinquênio"
ao
invés de:
lingüiça, seqüência,
freqüência e qüinqüênio.
*** O alfabeto deixa de ter 23
letras para ter 26, com a
incorporação do "k",
do "w" e do "y".
*** O acento deixará de ser
usado para diferenciar "pára"
(verbo) de "para"
(preposição).
Outras duas mudanças:
*** Criação de alguns casos de
dupla grafia para fazer
diferenciação, como o
uso do acento
agudo na primeira pessoa do
plural do pretérito perfeito dos
verbos da primeira conjugação,
tais como: "louvámos" em
oposição a "louvamos" e "amámos"
em oposição a "amamos".
*** A eliminação do acento agudo
nos ditongos abertos "ei" e "oi"
de palavras
paroxítonas,
como:
"assembléia",
"idéia", "heróica" e "jibóia".
Antônio Houaiss
A escrita padronizada para todos
os usuários do português foi um
estandarte de
Antônio Houaiss,
um dos grandes homens de letras
do Brasil contemporâneo,
falecido em março de 1999.
O filólogo considerava
importante que todos os países
lusófonos tivessem uma
mesma ortografia.
No seu livro "Sugestões para uma
política da língua", Antônio
Houaiss defendia
a essência de
embasamentos comuns na variedade
do português falado no Brasil e
em Portugal.
Fontes para comentar o assunto:
** William Roberto Cereja -
Mestre em Teoria Literária pela
USP, Doutor em
Lingüística Aplicada e
Estudos da Linguagem pela
Pontifícia Universidade
Católica de São
Paulo (PUC-SP), Professor
graduado em Português e
Lingüística e licenciado em
Português pelo ensino em São
Paulo e autor de obras
didáticas.
** Marcia Paganini Cavéquia -
Professora graduada em Português
e Literaturas de Língua
Portuguesa; Inglês e Literaturas
de Língua Inglesa pela
Universidade
Estadual de
Londrina (UEL), Pós-graduada em
Metodologia da Ação Docente pela
UEL, Palestrante e consultora de
escolas particulares e
secretarias de educação
de diversos
municípios e autora de livros
didáticos.
** Cassia Garcia de Souza -
Professora graduada em Português
e Literaturas de
Língua Portuguesa,
pela Universidade Estadual de
Londrina (UEL), Pós-graduada em
Língua Portuguesa pela UEL,
Palestrante e organizadora de
cursos para
professores da
rede de ensino, Assessora
pedagógica e autora de livros
didáticos.