|
|
|
|
From:
REYNALDO
FERREIRA
Date: 07/04/2007 12:07
Subject: Idioma (Gazeta do Sul)
To: Theresa Catharina Campos
Alfabeto vai passar a ter 26
letras até o início de 2008 |
LÍNGUA > Mudança incluem ainda
extinção de alguns acentos |
|
SCHNEIDER é
contra as
alterações |
|
Modificar a Língua Portuguesa
para que se facilite a
divulgação do idioma pode não
ser a melhor solução. A opinião
é do professor da Unisc e doutor
em Letras Elenor Schneider. O
debate sobre este tema iniciou a
partir da adesão de São Tomé e
Príncipe ao Acordo Ortográfico
da Língua Portuguesa, que já
havia recebido a assinatura de
Brasil e Cabo Verde.
O documento engloba ainda os
países-irmãos Angola,
Guiné-Bissau, Moçambique,
Portugal e Timor-Leste. Até o
início de 2008, novas regras que
dizem respeito ao idioma comum
entre estes territórios devem
entrar em vigor, unificando as
formas de escrita. Para os
brasileiros, uma das mudanças é
a incorporação de "k", "w" e "y"
ao alfabeto. Hoje, essas letras
estão presentes somente em nomes
próprios e expressões
estrangeiras.
O acordo foi proposto em 1990 e
necessitava da ratificação de
três membros da Comunidade de
Países de Língua Portuguesa – o
que foi concluído em novembro,
com São Tomé. Tão logo as regras
sejam incorporadas ao idioma,
começa o período de transição,
no qual ministérios da educação,
associações e academias de
Letras, editores e produtores de
materiais didáticos recebam as
novas regras ortográficas e
possam, gradativamente,
reimprimir livros e outros
materiais.
Com as modificações propostas no
acordo, calcula-se que 1,6% do
vocabulário de Portugal seja
alterado. No Brasil, a mudança
será menor: 0,45% das palavras
terão escrita diferente da
atual. Apesar das mudanças
ortográficas, serão conservadas
as pronúncias de cada país.
Justamente por isso que
Schneider considera as
alterações desnecessárias. "As
mudanças daqui para Portugal,
por exemplo, são fonéticas. E
nisso não irá se mexer. Os
textos de outros países são
absolutamente legíveis para
nós."
ECONÔMICO - Para o
professor, as mudanças são
pequenas demais diante do
impacto que podem causar,
sobretudo sob o ponto de vista
econômico. "Serão milhões e
milhões de livros que precisarão
ser substituídos. Em uma
biblioteca com a da Unisc, por
exemplo, mais de 300 mil obras
passariam a ser desatualizadas",
lembra. "Acho que umas três ou
quatro aulas de português
resolveriam esses problemas."
Hoje, o português é a terceira
língua ocidental mais falada,
após o inglês e o espanhol. A
ocorrência de duas ortografias
atrapalha a divulgação do idioma
e a sua prática em eventos
internacionais. Sua unificação,
no entanto, facilitará a
definição de critérios para
exames e certificados para
estrangeiros.
A escrita padronizada para todos
os usuários do português foi uma
das lutas de Antônio Houaiss, um
dos principais nomes da área de
letras do Brasil contemporâneo,
falecido em março de 1999. O
filólogo considerava importante
que todos os países lusófonos
tivessem uma mesma ortografia.
|
O QUE VAI
MUDAR |
|
•• As
paroxítonas
terminadas em
"o" duplo, por
exemplo, não
terão mais
acento
circunflexo. Ao
invés de
"abençôo",
"enjôo" ou
"vôo", os
brasileiro terão
que escrever "abençoo",
"enjoo" e "voo".
•• Também não se
usará mais o
acento
circunflexo nas
terceiras
pessoas do
plural do
presente do
indicativo ou do
subjuntivo dos
verbos "crer",
"dar", "ler",
"ver" e seus
decorrentes,
ficando correta
a grafia "creem",
"deem", "leem" e
"veem".
•• O trema
desaparece
completamente.
Estará correto
escrever "linguiça",
"sequência", "frequência"
e "quinquênio"
ao invés de
lingüiça,
seqüência,
freqüência e
qüinqüênio.
•• Alfabeto
deixa de ter 23
letras para ter
26, com a
incorporação de
"k", "w" e "y".
•• O acento
deixará de ser
usado para
diferenciar
"pára" (verbo)
de "para"
(preposição).
•• Haverá
eliminação do
acento agudo nos
ditongos abertos
"ei" e "oi" de
palavras
paroxítonas,
como
"assembléia",
"idéia",
"heróica" e
"jibóia".
•• Em Portugal,
desaparecem da
língua escrita o
"c" e o "p" nas
palavras onde
ele não é
pronunciado,
como em "acção",
"acto", "adopção"
e "baptismo". |
|
|
|
|
|
|