Theresa Catharina de Góes Campos

 
UM LUGAR NA PLATÉIA
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Um Lugar na platéia - Todo o glamour de Paris!
09.05.2007 | Filmes do Estação
 
 
Agora nas salas!

Um Lugar na platéia (Fauteuils d' Orchestre)
França, 2005
De Danièle Thompson. Com Albert Dupontel, Cécile de France, Valérie Lemercier. Cores. Duração 105'.

Jessica, uma jovem do interior, chega a Paris determinada a conseguir um emprego no Hotel Ritz. Mas o que ela consegue é uma vaga como garçonete em um café na Avenue Montaigne. Não se trata, no entanto, de um café qualquer. Ao lado de um teatro, de uma sala de concertos e de uma casa de leilões, o novo trabalho de Jessica permite que ela sirva um elenco de artistas e amantes da arte das mais variadas sensibilidades e idiossincrasias. Tudo converge para um mesmo dia, quando a famosa atriz estreará seu mais novo vaudeville, o pianista dará seu último concerto, e o triste colecionador de arte venderá seus quadros favoritos.

Quando chega em Paris, os olhos vidrados refletindo os encantos da Cidade-Luz, Jéssica se lembra do conselho de sua avó: "Se não pode viver no luxo, tente trabalhar no meio dele". Extasiada, percorre os longos boulevares até se deparar com o lugar que mudaria a sua vida e serviria de cenário para Um lugar na platéia, o novo filme de Daniéle Thompson (As três irmãs, Fuso-horário do amor): a Avenida Montaigne.
 
Cercada pelos mais glamourosos teatros e salas de concerto, Jéssica se maravilha pelo mundo do espetáculo. Um mundo que pode parecer um tanto supérfluo, mas que, na verdade, faz qualquer um sonhar. A diretora define sua obra como um "filme de bairro" e completa: "um bairro que está sendo tragado pelo luxo".
 
Pouco a pouco, vamos conhecendo a intimidade dos que vivem nesse universo. Somos conduzido pelas mãos gentis de Cécile de France, a atual musa do cinema francês, que serve de fio condutor da história. "A personagem de Jéssica", diz ela, "serve de guia no mundo das estrelas que ela descobre ao mesmo tempo que o espectador".
 
Recém-chegada do interior, arruma um emprego de garçonete num bar. Não é qualquer bar. É o Bar dos Teatros, ponto de encontro entre os atores, músicos, cineastas, marchands. É nesse bar que Jéssica irá conhecer, maravilhada, seus futuros amigos: Catherine Versen, uma atriz em crise interpretada por Valérie Lemercier; Jean-François Lefort, célebre pianista atuado por Albert Dupontel; Claude Brasseur, no personagem do velho colecionador Jacques Grumberg e seu filho Fréderic, interpretado pelo filho de Danièle Thompson, Christopher, co-roteirista do filme.
 
O que todos esses personagens têm em comum além da fama? Todos estão em crise. A atriz faz sucesso num seriado de TV e encena uma comédia popular de Feydeau. É reconhecida por onde passa, fato que a deixa extremamente constrangida, pois no fundo sonha em ser uma atriz séria e luta pelo papel de Simone de Beauvoir.
 
O pianista, ás da música clássica, adulado por todos, sofre por ter um público tão seleto e também com o smoking que lhe aperta o peito. Sonha com a liberdade de tocar de jeans e camiseta, para loucos e marginalizados. Seu personagem foi inspirado em François René Duchable, pianista de carreira prodígio que decidiu se dedicar a concertos gratuitos em hospícios e prisões. "Ele chegou a jogar um piano de um helicóptero dentro de um lago, para simbolizar o fim de sua carreira na forma tradicional", conta o ator.
 
E por último, o colecionador, que dedicou sua vida a descobrir artistas e a formar sua extensa coleção de obras raras e que, de repente, decide leiloar tudo: "Comecei como motorista de táxi e não quero terminar como segurança de museu.", desabafa. Sua peça preferida é O beijo, de Brancusi. Essa ele não vende. Deixa para seu filho Frédéric, com quem tem uma relação tão difícil.
 
Tanto drama numa comédia? Danièle Thompson explica: "Nossos filmes têm em comum o fato de serem comédias sobre pessoas que estão mal, pois é isso que eu vivo todos os dias: uma crise de riso seguida de uma crise de lágrimas".
 
E justifica o título Um lugar na platéia: "Na vida, assim como no teatro, a gente tem sempre vontade de trocar de lugar. Pensamos que estaremos melhor um pouco mais perto do palco, mais à direita, mais à esquerda. A gente espia, muda, avança até as primeiras fileiras da platéia... e lá nos damos conta de que vemos menos do que do nosso lugar original."
Revista Filmes do Estação
 

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