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Assunto: Mário Quintana: Felicidade realista
Felicidade Realista
A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e
amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos
desejos são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre:
queremos, além de saúde, ser magérrimos,
sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta
termos para pagar o aluguel, a comida e o
cinema: queremos a piscina olímpica e uma
temporada num spa cinco estrelas. (...)
É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente
esquecemos de tentar ser felizes de uma forma
mais realista.
(...)Não existe amor minúsculo, principalmente
quando se trata de amor-próprio. Dinheiro é uma
bênção. Quem tem, precisa aproveitá-lo,
gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando,
juntando, juntando. Apenas o suficiente para se
sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente
tem pouco, é com este pouco que vai tentar
segurar a onda, buscando coisas que saiam de
graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e
um pouco de criatividade.
(...)
Olhe para o relógio: hora de acordar. É
importante pensar-se ao extremo, buscar lá
dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz mas
sem exigir-se desumanamente. A vida não é um
jogo onde só quem testa seus limites é que leva
o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal
competitividade. Se a meta está alta demais,
reduza-a. Se você não está de acordo com as
regras, demita-se. Invente seu próprio jogo.
Faça o que for necessário para ser feliz.
Mas não se esqueça que a felicidade é um
sentimento simples, você pode encontrá-la e
deixá-la ir embora por não perceber sua
simplicidade. Ela transmite paz e não
sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca
inquietude no nosso coração. Isso pode ser
alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.
Mário Quintana |
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