Theresa Catharina de Góes Campos

  ADEUS, CINEMATECA (SP): DESISTI DE VEZ, CANSEI!

Como há anos eu freqüento, e a situação ia piorando sensivelmente, sem qualquer perspectiva de melhora, desisti mesmo... porque minha paciência acabou de vez! Cansei!
Theresa Catharina

Mensagem encaminhada (sem resposta da Cinemateca...)

Data: Mon, 16 Jul 2007 17:30:19 -0300
De: "Theresa Catharina de Góes Campos"
Para: sala@cinemateca.org.br
Assunto: lugar desagradável, burocratizado, negligente para se freqüentar - desisto!


POR QUE DESISTI DA CINEMATECA

Vai-se à Cinemateca (Largo Senador Raul Cardoso - São Paulo-SP) e lá se encontra um local pouco saudável, burocratizado , com regras que não visam a facilitar os freqüentadores, que nem parecem ser esperados, e muito menos, bem-vindos...

Aliás, registro aqui o fato de que, há anos, tenho dificuldade em aceitar, como cidadã, jornalista e pessoa humana, as condições para freqüentar um lugar tão desagradável.

Fora da sala de exibição, a área onde se encontra a pequena lanchonete é um verdadeiro "fumatório", situação agravada porque a porta principal está permanentemente trancada , assim como estão fechadas as janelas.

Abre-se apenas uma pequena porta lateral, por onde o público entra. Uma hora antes da primeira sessão , o local já deveria ser aberto ao público, mas isso não acontece. Chega-se e, regularmente, mesmo faltando menos de uma hora para a primeira sessão de cinema, encontra-se o local fechado. Após quinze minutos ou mais de insistência , desamparados e como se fossem invisíveis na calçada, bate-se em outros portões e, falando com seguranças, consegue-se que a porta seja aberta. A lanchonete abrirá depois... E a sessão está prestes a começar. E ainda precisamos adquirir os ingressos.

O segurança que finalmente apareceu à entrada, quer saber com quem vamos falar... precisamos explicar que ali estamos para uma sessão de cinema.

Desisto!!!

As sessões terminam já no horário da próxima sessão, dando tempo apenas para se comprar o ingresso . Lanchar e ir ao banheiro, só quando se desiste da sessão seguinte. Na verdade, o melhor para o freqüentador seria assistir a três sessões (três filmes diferentes), o que conseguimos fazer em outros locais, com tempo para uma conversa, para o banheiro e o lanche. Até no Festival de Cannes, a programação distribuída aos jornalistas destaca o horário para "ir aos banheiros".

Se não há tempo entre as sessões, toda sessão deveria começar na hora, e não, com "explicações" sem microfone e lidas de uma página de anotações. Essa página poderia estar do lado de fora, inclusive para ajudar os que estão indecisos sobre a escolha da sessão (do filme).

À saída, não há táxi e muito se espera, até passar algum. Em outros locais, mesmo depois da meia-noite, os táxis estão enfileirados, esperando os clientes.

Nem recebendo dinheiro, pretendo voltar à Cinemateca. Afinal, em São Paulo não faltam eventos nem mostras. Em locais confortáveis e práticos para os freqüentadores, com a venda antecipada de ingressos e muitas outras facilidades, visando ao bem-estar do cliente.

Lamentável exemplo! Ah, como é bom lidar com a iniciativa privada - com objetivos comerciais, mas, em sua grande maioria, bem atenta ao bem-estar e conforto de seus clientes.

Como quem pode escolher, escolhe... adeus Cinemateca!

Sem saudades,
Theresa Catharina de Góes Campos

 

Jornalismo com ética e solidariedade.