O poder naval
brasileiro
poderá
desaparecer até
2025 se até lá
não houver novos
investimentos em
equipamentos. O
alerta foi feito
nesta
quinta-feira
(16) pelo
comandante da
Marinha,
almirante-de-esquadra
Julio Soares de
Moura Neto, em
audiência
pública
promovida pela
Comissão de
Relações
Exteriores e
Defesa Nacional
(CRE).
Durante longo
depoimento aos
senadores da
comissão, o
comandante
apresentou um
quadro "real e
difícil" da
situação da
Marinha, que
neste ano deverá
receber
aproximadamente
R$ 550 milhões a
menos em
recursos
orçamentários do
que seria
desejável para
atender a suas
"necessidades
mínimas".
Para manter a
Marinha em
funcionamento em
2007, disse o
comandante,
seriam
necessários R$
1,84 bilhão, mas
o Orçamento da
União destina à
Força R$ 1,49
bilhão e apenas
R$ 1,28 bilhão
deverá
efetivamente ser
liberado até o
final do ano.
- A crônica
escassez de
recursos, ao
longo de tantos
anos, acumulou
sérias demandas
e levou-nos a um
crítico estado
de degradação e
obsolescência
material, de
vulnerabilidade
estratégica e de
redução de
atividades, sem
precedentes na
História
contemporânea da
Nação - afirmou
Moura Neto.
Dos 21 navios
que compõem a
esquadra
brasileira,
disse o
comandante, 11
encontram-se
imobilizados e
dez operam com
restrições.
Entre as
aeronaves, a
situação é ainda
mais precária:
das 23
existentes, 21
estão
imobilizadas e
duas operam com
restrições. Da
mesma forma,
dois entre os
cinco submarinos
da esquadra
estão
imobilizados e
outros dois
operam com
restrições - ou
seja, apenas um
está em perfeito
funcionamento.
O Programa de
Reaparelhamento
da Marinha
requer um
investimento de
R$ 5,8 bilhões
ao longo do
período de 2008
a 2014. As
prioridades
iniciais do
programa,
segundo o
comandante, são
a construção de
submarinos e
navios-patrulha
e a aquisição de
helicópteros.
Uma das soluções
para obter os
recursos
necessários,
observou, seria
o fim do
contingenciamento
dos recursos que
devem ser
destinados à
Marinha segundo
as chamadas Leis
do Petróleo. Até
o fim de 2006,
citou, R$ 2,6
bilhões em
royalties já
haviam sido
contingenciados.
Moura Neto
demonstrou
otimismo em
relação ao
orçamento para
2008. A proposta
elaborada pelo
Ministério da
Defesa,
informou, prevê
a destinação à
Marinha de R$
2,1 bilhões no
próximo ano.
Essa quantia,
disse ele, seria
suficiente para
dar início ao
Programa de
Reaparelhamento
da Marinha e
para retomar o
desenvolvimento
do seu programa
nuclear, que
precisa de R$
130 milhões
anuais. Caso o
programa seja
retomado,
previu, as
pesquisas
estarão
concluídas
dentro de cinco
a seis anos.