Theresa Catharina de Góes Campos

 

Vou reabilitar o trabalho!

Derrotamos  a frivolidade e a hipocrisia dos intelectuais progressistas. O pensamento único é daquele que sabe tudo e que condena a política enquanto a mesma é praticada.

Não vamos permitir a mercantilização de um mundo onde não há lugar para a cultura: desde 1968 não se podia falar da moral. Haviam-nos imposto o relativismo.

A idéia de que tudo é igual, o verdadeiro e o falso,  o belo e o feio, que  o aluno vale tanto quanto o mestre,  que  não se pode dar notas para não traumatizar o mau estudante.

Fizeram-nos  crer que  a vítima conta menos que o delinqüente. Que a autoridade  estava morta, que  as  boas  maneiras  haviam terminado. Que não havia nada sagrado, nada admirável.

Era o slogan de maio de 68 nas paredes de Sorbone: 'Viver sem obrigações e gozar sem trabalhar'. Quiseram terminar com a escola de excelência e do civismo. Assassinaram os escrúpulos e a ética.

Uma esquerda hipócrita que permitia indenizações milionárias aos grandes executivos e o triunfo do predador sobre o empreendedor. 
Esta esquerda está na política, nos meios de comunicação, na economia.

Ela tomou o gosto do poder.

A crise da cultura do trabalho é uma crise moral. Vou reabilitar o trabalho.

Deixaram sem poder as forças da ordem e criaram uma farsa: 'abriu-se uma fossa entre a polícia e a juventude'. Os vândalos são bons e a polícia é má. Como se a sociedade fosse sempre culpada e o delinqüente, inocente.

Defendem os serviços públicos, mas jamais  usam o  transporte coletivo.  Amam  tanto a escola pública, e  seus  filhos estudam em colégios privados. Dizem adorar a periferia e jamais vivem nela.

Assinam petições quando se expulsa um invasor de moradia, mas não aceitam que o mesmo se  instale  em sua casa.  Essa esquerda  que  desde maio de 1968 renunciou o mérito  e  o esforço, que atiça o ódio contra a família,  contra a sociedade  e contra a  República.

Isso não pode ser perpetuado num país como a França e por isso estou aqui. Não podemos inventar impostos para estimular aquele que cobra do Estado sem trabalhar.  Quero criar  uma cidadania de deveres.

"Primeiro os deveres,  depois os direitos."

Nicolas Sarkozy
Presidente da França 

O texto acima é do discurso de posse do presidente  francês Nicolas  Sarkozy.

 

Jornalismo com ética e solidariedade.