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Vou reabilitar o trabalho!
Derrotamos a frivolidade e a hipocrisia dos
intelectuais progressistas. O pensamento
único é daquele que sabe tudo e que condena
a política enquanto a mesma é praticada.
Não vamos permitir a mercantilização de um
mundo onde não há lugar para a cultura:
desde 1968 não se podia falar da moral.
Haviam-nos imposto o relativismo.
A idéia de que tudo é igual, o verdadeiro e
o falso, o belo e o feio, que o aluno vale
tanto quanto o mestre, que não se pode dar
notas para não traumatizar o mau estudante.
Fizeram-nos crer que a vítima conta menos
que o delinqüente. Que a autoridade estava
morta, que as boas maneiras haviam
terminado. Que não havia nada sagrado, nada
admirável.
Era o slogan de maio de 68 nas paredes de
Sorbone: 'Viver sem obrigações e gozar sem
trabalhar'. Quiseram terminar com a escola
de excelência e do civismo. Assassinaram os
escrúpulos e a ética.
Uma esquerda hipócrita que permitia
indenizações milionárias aos grandes
executivos e o triunfo do predador sobre o
empreendedor.
Esta esquerda está na política, nos meios de
comunicação, na economia.
Ela tomou o gosto do poder.
A crise da cultura do trabalho é uma crise
moral. Vou reabilitar o trabalho.
Deixaram sem poder as forças da ordem e
criaram uma farsa: 'abriu-se uma fossa entre
a polícia e a juventude'. Os vândalos são
bons e a polícia é má. Como se a sociedade
fosse sempre culpada e o delinqüente,
inocente.
Defendem os serviços públicos, mas jamais
usam o transporte coletivo. Amam tanto a
escola pública, e seus filhos estudam em
colégios privados. Dizem adorar a periferia
e jamais vivem nela.
Assinam petições quando se expulsa um
invasor de moradia, mas não aceitam que o
mesmo se instale em sua casa. Essa
esquerda que desde maio de 1968 renunciou
o mérito e o esforço, que atiça o ódio
contra a família, contra a sociedade e
contra a República.
Isso não pode ser perpetuado num país como a
França e por isso estou aqui. Não podemos
inventar impostos para estimular aquele que
cobra do Estado sem trabalhar. Quero criar
uma cidadania de deveres.
"Primeiro os deveres, depois os direitos."
Nicolas Sarkozy
Presidente da França
O texto acima é do discurso de posse do
presidente francês Nicolas Sarkozy. |
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