
É extremamente gratificante assistir a um filme como "Na natureza selvagem". É gratificante e nos dá a esperança de ainda existir gente no mundo que sabe realizar filmes que têm como sobrenome a palavra "arte". Esta produção dirigida por Sean Penn mostra que é possível rodar um longa-metragem profundo, tocante, reflexivo, belo e edificante. Não, não é só nas prateleiras das locadoras evangélicas que podemos encontrar filmes que não ofendem a nossa moral e elevam nosso espírito. "Na natureza selvagem" é uma prova de que o cinema secular tem muitas pérolas com que nos presentear.


Além
da mensagem em si desta
obra (manifesta,
principalmente, nos
últimos cinco minutos de
filme), é possível
extrair muitas lições
secundárias da jornada
de Chris. Como a
importância de os pais
saberem construir um
relacionamento saudável
com seus filhos e
vice-versa. O que leva o
jovem a sumir sem avisar
ninguém e se lançar
nessa viagem rumo ao
desconhecido é
principalmente a vontade
de fugir de tudo aquilo
que seus pais
representam:
materialismo,
agressividade,
futilidade,
egocentrismo. Sem querer
se tornar aquilo que
seus pais se tornaram,
Chris foge.
Esse, por outro lado, é um grande erro do jovem: ele é transgressor. Some sem dar satisfações aos pais, viaja como clandestino num trem, desce um rio sem ter licença para isso. E suas transgressões acabam lhe custando muito caro.


Nos últimos acordes de sua jornada, Chris reconhece a importância de valores que são preciosos para a moral cristã. Ele aprende a perdoar. Aprende o peso da família. Aprende a reconhecer os erros. Aprende a pedir perdão. E, principalmente, aprende a agradecer a Deus por todas as coisas boas que aconteceram em sua vida.
Maurício Zágari
Tupinambá
Jornalista e professor
de Teologia
Equipe CINEGOSPEL