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As prisões nossas de cada dia - Theresa
Catharina |
Quando assistimos aos
noticiários, lemos jornais e revistas e vemos
documentários cinematográficos (como o filme
"Justiça") sobre as prisões brasileiras, logo
nos sentimos horrorizados com a visão de seres
humanos amontoados, atrás de barras e com o
olhar perdido, desanimado, em meio a sujeira e
promiscuidade.
Essas prisões são um problema urgente que a
sociedade, como um todo, precisa resolver, em
nome da solidariedade e da justiça.
Mas há outras prisões que devem ser examinadas -
também sem demora! Estamos nelas encerrados, sem
que nos apercebamos disso! O mundo que nos cerca
- com o nosso assentimento ou a nossa omissão -
ali nos colocou.
Sobrevivemos em meio aos ditames da moda, a
determinar o que vestimos, a dizer qual seria
nosso peso ideal, como deve ser nossa aparência
e até os lugares que iremos freqüentar... Outros
escolhem as cores de nossos sapatos, informam os
conceitos de beleza.
Passamos a nos preocupar em fazer o impossível:
deter o tempo, em busca da juventude perdida,
numa volta ao passado que nos rouba o presente e
nos torna cegos para a realidade futura.
Perseguindo sem trégua os bens materiais,
perdemos o tesouro maior: sensibilidade, amor,
amizade, convivência ética, o trabalho realizado
com satisfação, a paz interior. A ambição pelo
dinheiro nos enfeitiça de tal modo que a ele
sacrificamos o que vale muito mais: o tempo para
ser, os momentos de amor, o processo de
crescimento como pessoas.
Analisamos as instituições bancárias,
entretanto, deixamos de refletir sobre a nossa
vida e os nossos atos. A superficialidade não
nos incomoda. Não sabemos quem somos, não nos
conhecemos... Não entendemos nossos
relacionamentos familiares - ou será que temos
família?
Como bem denunciou o diretor de teatro Elias
Andreato:
"Para o homem comum, olhar para dentro de si
mesmo às vezes é uma tarefa quase impossível e
tão complexa como observar a imensidão do cosmo.
Nem sempre temos disponibilidade, interesse,
sensibilidade e, por que não dizer, aprendizado
suficiente para exercer este mecanismo que a
psicanálise percorre com maestria."
Ficamos presos ao telefone celular, ignorando as
regras de cortesia, perturbando os que nos
cercam, prejudicando, inclusive, o silêncio das
igrejas e dos hospitais. Usamos o aparelhinho
como se estivéssemos isolados, num deserto, a
necessitar de socorro. O celular nos domina,
controla a nossa conversa.
Algemados a nossos preconceitos, asfixiados por
sentimentos de raiva, ódio, inveja e orgulho,
sufocados por emoções que não ousamos confessar
ou partilhar, vamos conduzindo mal a nossa vida.
Nossos bens são motivos de exibição - não os
adquirimos por necessidade, mas para
mostrá-los...
São as prisões nossas de cada dia, das quais nós
temos as chaves para que os portões se abram e
nos devolvam à vida!
Que Deus nos conceda a força espiritual para
iniciarmos o nosso processo de libertação - Ele
nos criou para sermos livres. Não nos esqueçamos
de que Jesus padeceu e morreu na cruz para nos
salvar.
Essas prisões nossas de cada dia, que nos
transformam em objetos aprisionados, verdadeiros
"sepulcros caiados de branco", precisam ser
destruídas por nós.
E cantaremos, no íntimo de nosso coração, com
autêntica alegria cristã:Aleluia, aleluia!
Theresa Catharina de Góes Campos
De: "Sergio Luiz Clemente Ferreira"
Para: "theresa.catharina"
Data: Fri, 22 Feb 2008 14:43:14 -0300
Assunto: Re: artigo de Theresa Catharina
Olá, Theresa Catharina,
Muito obrigado!
Mas que texto maravilhoso! "As prisões
nossas de cada dia"
Confortou o meu coração.
Sérgio Clemente.
De: Tereza
Lúcia Halliday
Data: 5 de agosto de 2010 08:13
Assunto: Re: AS PRISÕES NOSSAS DE CADA DIA
Para: Theresa Catharina de Goes Campos
Therezita:
Repassei, com muito gosto, sua reflexão,
incluindo entre os destinatários as
ex-colegas do Colégio de São José (Recife):
Vera Freire (médica pediatra), Rosa Portella
Wanderley (professora aposentada e cristã
atuante) e Leda Barros Lima (jornalista,
aposentada da CHESF).
Um beijo, Tereza Lúcia
Cara Cristina:
Agradeço-lhe, de coração, suas palavras
bondosas, que tanto me incentivam!
Muito obrigada!
Theresa Catharina
De: Cristina-
Gestor Paulista
Data: 5 de agosto de 2010 09:33
Assunto: Re: AS PRISÕES NOSSAS DE CADA DIA
Para: Theresa Catharina de Goes Campos
Obrigada....
Sou sua fã número 1!
(...)
Cristina Ocdy |
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