AS
MÃOS FALAM
(poema inspirado no filme "Hiroshima mon Amour"
– França, 1959 – Hiroshima meu Amor – de Alain
Resnais)
Porque o coração
guarda o silêncio,
as
mãos falam...
E
dizem tudo
o que
o coração quer dizer,
chorar, gritar, sussurrar...
Mas o
coração tem medo,
de
tão frágil e magoado,
e se
cala.
O
coração não dorme
jamais...
apenas se esconde e se cala...
A mão
repousa
na
outra mão
docemente, embora com muita sensibilidade.
As
mãos se procuram
quando os corações se calam,
enquanto o espírito busca
um
canal de comunicação.
O
coração não dorme... jamais!
As
mãos repousam e,
com o
silêncio, constroem a ternura sonhada,
quando falam de amor
sem
se cansar
nem
elevar a sua voz.
Como
os corações sensíveis,
as
mãos são eternamente jovens
e
querem sempre
proclamar o amor.
Observação: o poema "As Mãos Falam" foi escrito
originalmente em francês
LES MAINS PARLENT
Parce que le coeur
garde
son silence,
les
mains parlent...
Et
disent tout
ce
que le coeur veut dire,
pleurer, crier, murmurer...
Mais
le coeur a peur;
le
coeur est si fragile et blessé!
et le
coeur se taît...
Le
coeur ne dort
jamais...
il se
cache et il se taît...
La
main repose
sur
l'autre main
doucement, mais très sensible.
Les
mains se cherchent
quand
les coeurs se taisent
et
quand I' esprit cherche
une
voie de communication.
Le
coeur ne dort... jamais!
Les
mains reposent et,
avec
du silence,
elles
construisent la tendresse songée,
quand
elles parlent d'amour
sans
se fatiguer
ni
élever leur voix.
Comme
les coeurs sensibles,
les
mains sont toujours jeunes
et
elles veulent toujours
crier
l'amour.
Theresa Catharina de Góes Campos
Brasília, 03 de junho de 1989. |