Foi
assinado
na manhã
desta
quarta-feira
(2)
Termo de
Ajustamento
de
Conduta
(TAC)
entre o
Google
Brasil e
o
Ministério
Público
Federal
(MPF),
prevendo
a adoção
de
medidas
para
agilizar
a
liberação
de dados
de
álbuns
do Orkut
investigados
por
suspeita
de
conterem
pornografia
infantil.
O
acordo,
formalizado
durante
reunião
da
Comissão
Parlamentar
de
Inquérito
(CPI) da
Pedofilia
, põe
fim a
disputas
judiciais
travadas
desde
2005
entre o
MPF e o
provedor.
O
termo
foi
assinado
pelos
procuradores
Sérgio
Suiama e
Adriana
Scordamaglia,
do
Ministério
Público
Federal
de São
Paulo, e
Alexandre
Hohagen,
diretor-presidente
do
Google
no
Brasil.
Como
testemunhas,
subscreveram
o
documento
o
presidente
da CPI,
senador
Magno
Malta
(PR-ES),
o
relator,
Demóstenes
Torres (DEM-GO),
e os
senadores
Romeu
Tuma
(PTB-SP)
e
Eduardo
Azeredo
(PSDB-MG).
Conforme
estabelecido
no
acordo,
o Google
compromete-se
a
notificar
automaticamente
ao MPF
todas as
ocorrências
de
pornografia
infantil
detectadas
no
Orkut. A
empresa
assume
ainda o
compromisso
de
manter
os
registros
de
acessos
e os
números
IP
(protocolo
de
Internet)
dos
usuários
do Orkut
por 180
dias.
Outra
importante
medida
prevista
no TAC
diz
respeito
à
criação
de um
sistema
de
filtro
para
remover
e
prevenir
material
comprovadamente
ilícito
no Orkut
e o
desenvolvimento
de
ferramenta
que
permita
a
cooperação
direta
com a
SaferNet,
entidade
da
sociedade
civil
que
fiscaliza
crimes
na rede.
A partir
de
reformulação
no setor
de
atendimento
ao
consumidor,
o Google
obriga-se
a
responder
em até
15 dias
úteis a
todas as
reclamações
de
usuários
do Orkut
que se
sentirem
vítimas
de ações
criminosas
no
site.
Também
ficou
acertado
que o
provedor
desenvolverá
campanhas
de
educação
para o
uso
seguro
da
Internet
e
financiará
cem mil
cartilhas
a serem
distribuídas
nas
escolas,
como
forma de
orientar
crianças
e
adolescentes.
Por
solicitação
de
Demóstenes
Torres,
a
direção
do
Google
anunciou
que
poderá
ampliar
a ajuda
e
produzir
até um
milhão
de
cartilhas.
Conforme
destacou
o
senador,
os
compromissos
firmados
pelo
Google
no
combate
à
pedofilia
mostram
os bons
resultados
do
trabalho
da CPI
na busca
da
convergência
de
posições.
-
Havia
divergência
entre as
partes,
mas
prevaleceu
o bom
senso e
conseguimos
promover
a
convergência.
Fico
muito
feliz
por
termos
chegado
a esse
momento
exitoso
- frisou
o
senador.
Impasse
Os
compromissos
de
Alexandre
Hohagen
em
atender
aos
pedidos
do
Ministério
Público
de
abertura
de
álbuns
privados
do Orkut
haviam
sido
verbalmente
assumidos
em abril
último,
quando o
dirigente
do
Google
foi
convocado
a falar
aos
senadores
da CPI
da
Pedofilia.
Na
ocasião,
foram
quebrados
os
sigilos
de mais
de três
mil
álbuns
fechados
do
site
de
relacionamento.
Desde
então,
as
negociações
para a
elaboração
do TAC
esbarraram
em
exigências
apresentadas
pelo
Google.
De
acordo
com o
Ministério
Público,
a
empresa
exigia
receber
imunidade
civil e
criminal
para
casos em
que
deixasse
de
enviar
às
autoridades
os dados
de
usuários
do Orkut
suspeitos
de
praticarem
crimes
por meio
da rede.
Pelo
acordo
assinado
nesta
quarta-feira,
ficou
acertado
que a
imunidade
será
dada
apenas
nos
casos em
que
houver
erro no
envio de
provas.
A
empresa
estará
resguardada
de ser
enquadrada
no crime
de
comunicação
falsa
quando,
por
exemplo,
informar
por
engano
que uma
página
do Orkut
contém
pedofilia.
- A
medida é
necessária
para
preservar
nossos
funcionários
-
ressaltou
Hohagen.
Ao
saudar a
assinatura
do
termo, o
procurador
Sérgio
Suiama
lembrou
as
diversas
tentativas
feitas
nos
últimos
anos
para que
o Google
fornecesse
as
informações
sobre
páginas
suspeitas
do Orkut.
Ele
recordou
que o
Google
Brasil
se dizia
impossibilitado
de
entregar
informações,
alegando
ser
apenas
"um
entreposto
da
matriz
norte-americana"
e que os
dados
solicitados
estariam
hospedados
em
servidores
localizados
nos
Estados
Unidos.
- Foi
necessária
a
atuação
da CPI
para pôr
fim a
esse
impasse.
Agora
precisamos
permanecer
unidos
na
fiscalização,
como
forma de
assegurar
o
cumprimento
do TAC -
frisou o
procurador,
lembrando
que o
termo
prevê
que o
Google
pague
multa no
valor de
R$ 25
mil por
dia de
descumprimento
do
acordo.
Iara
Guimarães
Altafin
/
Agência
Senado
(Reprodução
autorizada
mediante
citação
da
Agência
Senado)