|
|
|
|
From: Veronica
Date: 2008/7/28
A ELEGÂNCIA NO COMPORTAMENTO
Martha Medeiros
Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que,
talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a
elegância do comportamento. É um dom que vai
muito além do uso correto dos talheres e que
abrange bem mais do que dizer um simples
obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora
da manhã até a hora de dormir e que se manifesta
nas situações mais prosaicas, quando não há
festa alguma nem fotógrafos por perto.
É uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam
mais do que criticam. Nas pessoas que escutam. E
quando falam, passam longe da fofoca, das
pequenas maldades ampliadas no boca a boca.
É possível detectá-la nas pessoas que não usam
um tom superior de voz ao se dirigir a
frentistas.
Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores
porque não sentem prazer em humilhar os outros.
É possível detectá-la em pessoas pontuais.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos
que desconhece, é quem presenteia fora das datas
festivas, é quem cumpre o que promete e, ao
receber uma ligação, não recomenda à secretária
que pergunte antes quem está falando e só depois
manda dizer se está ou não está.
Oferecer flores é sempre elegante.
É elegante não ficar espaçoso demais.
É elegante você fazer algo por alguém e este
alguém jamais saber o que você teve que se
arrebentar para o fazer...
É elegante não mudar seu estilo apenas para se
adaptar ao outro.
É muito elegante não falar de dinheiro em
bate-papos informais.
É elegante retribuir carinho e solidariedade.
É elegante o silêncio, diante de uma
rejeição....
Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem
a elegância do gesto.
Não há livro que ensine alguém a ter uma visão
generosa do mundo, a estar nele de uma forma não
arrogante.
É elegante a gentileza; atitudes gentis falam
mais que mil imagens...
Abrir a porta para alguém? É muito elegante.
Dar o lugar para alguém sentar? É muito
elegante.
Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem
danado para a alma...
Oferecer ajuda? Muito elegante.
Olhar nos olhos ao conversar? Essencialmente
elegante.
Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural
pela observação, mas tentar imitá-la é
improdutivo.
A saída é desenvolver em si mesma a arte de
conviver, que independe de status social: é só
pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que
acha que "com amigo não tem que ter estas
frescuras".
Se os amigos não merecem uma certa cordialidade,
os inimigos é que não irão desfrutá-la.
Educação enferruja por falta de uso.
E, detalhe: não é frescura. |
|
|
|