Theresa Catharina de Góes Campos

   

O VERDADEIRO AMOR

http://www.sweetlandmovie.com/

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O VERDADEIRO AMOR (Sweet Land)

Direção: Ali Selim – EUA 2005 – 110 min. 14 anos
Gênero: Romance
Distribuição: Paris filmes
Elenco: Elizabeth Reaser, Lois Smith, Patrick Heusinger, Stephen Pelinski, Tim Guinee

Sinopse: Inge é uma alemã determinada que veio a Minnesota para consolidar seu casamento arranjado com Olaf, um discreto fazendeiro, imigrante norueguês. Mas num mundo pós-Primeira Guerra, o clima anti-alemão está fortemente presente e o pastor local proíbe o casamento dos dois. Apesar de todos os obstáculos e as desaprovações, Inge e Olaf se apaixonam. Porém, quando o banqueiro local tenta tomar a fazenda de um amigo de Olaf - Frandsden -, Olaf faz de tudo para impedi-lo... e acaba unindo toda a comunidade ao redor do jovem casal.


Mais informações sobre...
O VERDADEIRO AMOR
(SWEET LAND)
EUA – 2005 – 110 MIN.
SINOPSE


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Vencedor do Prêmio do Júri Popular no Festival Internacional de Hamptons de 2005, O VERDADEIRO AMOR é uma celebração lírica e contundente do amor e da experiência dos imigrantes da América. Quando Inge, a avó de Lars Torvik, morre em 2004, ele precisa tomar uma decisão: vender a fazenda da família em que ela viveu desde 1920, ou ater-se ao legado daquela terra. Em busca de conselho, ele relembra as histórias que Inge lhe contava. Inge chega a Minnesota em 1920 para casar-se com um jovem fazendeiro norueguês chamado Olaf, mas sua ascendência alemã e a falta de documentos como imigrante a tornam objeto de suspeita entre os moradores locais, a ponto de o pastor proibi-la de se casar com Olaf. Sozinha e desolada, Inge vai morar com a família de Frandsen – um amigo de Olaf – e sua mulher Brownie, onde aprende a língua e os costumes daquele país, conquistando a duras penas sua independência. Inge e Olaf vão se conhecendo vagarosamente e, contra todas as expectativas, apaixonam-se perdidamente. Ainda impedidos de se casar, eles vivem juntos abertamente, apesar do desprezo dos vizinhos e da desaprovação do pastor. Mas quando o banco ameaça tomar a fazenda de Frandsen, Olaf faz de tudo para impedi-lo e acaba unindo toda a comunidade ao redor do jovem casal, que passa a aceitar Inge independentemente de suas origens.
Baseado no conto A Graveyard Made of Wheat, de Will Weaver, O VERDADEIRO AMOR é um belíssimo filme independente que usa imagens pitorescas e performances contidas para contar uma história universal de amor e descoberta.

UMA CONVERSA COM O CINEASTA:
ALI SELIM NA RÁDIO PÚBLICA DE MINNESOTA

Seu filme é baseado em um conto de Will Weaver chamado "A Graveyard Made Of Wheat". O que chamou sua atenção nele?

Eu sempre me interessei por histórias de gerações, de origens e da proteção dessas memórias. Quando eu tinha dezoito anos e tinha acabado de sair do colégio, fui para o Egito com alguns amigos. Então um tio meu que é egípcio me disse "se você não sabe de onde você veio, não tem como saber para onde está indo". (...) Essa viagem, mais do que qualquer outro acontecimento, definiu a maneira como eu tento viver e entender minha vida. Na história, há também a questão da linguagem, falta de conhecimento da língua, e achei que isso seria um desafio interessante para se colocar em um filme, onde muita coisa é expressa pelo diálogo.

Por que você quis transformar esta história em particular em um filme?


Achei que a história era muito especial de uma forma muito simples, muito humana, muito duradoura. Will Weaver me contou que, quando ele terminou de escrevê-la, sabia que havia algo de especial, pois ele chorou. E, de verdade, quando eu li a história em 1989 na StarTribune Picture Magazine, tendo acabado de começar a dirigir comerciais, minha primeira reação foi: "Ei, isso poderia facilmente virar um filme. Um casal de velhinhos. Um casal de jovens. Um pouco de sol e estamos rodando." Quinze anos depois...

O que você acha da escolha do elenco? Como foi trabalhar com eles?


Bem, eu adorei o elenco, principalmente porque eu tive a chance de escolher cada um deles. Quando um filme tem um financiador privado com investidores dizendo "confiamos em você", você consegue tomar TODAS as decisões, ou, nas palavras do produtor Jim Bigham, "nós nunca mais faremos um filme sem a supervisão de um adulto". Escolher o elenco foi um processo interessante.
Alan Cumming é meu amigo há uma década e já havia se comprometido (caso sua agenda permitisse) há um bom tempo, mas além de ter amigos como ele, você precisa de um orçamento e um cronograma antes de fazer ofertas e se comprometer. Definimos nosso orçamento no fim de julho e nosso cronograma no início de agosto. Foi aí que começamos a fazer ofertas. E o mais tenso foi que alguns dos papéis principais só foram definidos DEPOIS que entramos em produção. Elizabeth Reaser é uma boa
história que posso contar. Temendo o sotaque alemão e o fato de não ser tão conhecida, ela tentou pedir para que seu agente cancelasse. Felizmente, ele não o fez. Ela veio ao teste e encontrou o norueguês com sotaque alemão. Eu fiquei encantado. Eu sempre me esforço para dizer aos atores no teste: "obrigado por vir" ao invés de "prazer em conhecê-lo" e definitivamente não "até breve", que dá aquele fio de esperança. Para Elizabeth, eu, distraído e sabiamente disse: "você é linda", acreditando que, depois de tantos anos escrevendo-a, eu tinha enfim encontrado Inge.
Ter um elenco que veio ao projeto pelo roteiro (e não pelo dinheiro) foi muito bom. Eles sabiam por que tinham vindo a Minnesota e confiavam em mim porque eu havia escrito aquela história. Mesmo que às vezes o set fosse caótico ou que a falta de diálogos fosse confusa, eles estavam sempre engajados e interessados.

Com qual personagem você se conecta mais e por quê?
Com Inge, principalmente, porque eu amo sua força, o fato de ela ser uma mulher corajosa, o fato de ela ter influência, ter poder, mas não à força. Depois, eu gosto do Pastor Sorrensen. Ele parece confundir o público, mas eu gosto do passeio de montanha-russa que é sua vida. Ele parece real para mim por essa razão, ao invés de ser apenas um personagem dramático bem definido que está lá por razões estruturais. Acho que John Heard trouxe muito do sucesso do personagem. Talvez eu seja um pouco assim – você sabe no que acredita, em geral, mas é sempre colocado em situações que o fazem questionar, examinar e repensar.

Sendo homem, como foi escrever sob a perspectiva de uma mulher?
Não sei o que eu fiz, na verdade. Ou se fiz, não sei quão bem sucedido eu fui. Em muitas formas, talvez não conscientemente, acho que fiz Inge um homem – porque conheço melhor essa perspectiva – e depois, tendo encontrado uma mulher linda e poderosa para interpretá-la, o que a tornou única. Eu me inspiro na escrita de Jim Harrison. Acho que foi enquanto eu lia a história de Harrison que eu mudei o protagonista de Olaf – como na história de Will – para Inge.

E quanto ao silêncio? Há muito silêncio e espaço no filme. Por quê?


As pessoas que liam o roteiro sempre falavam que era sobre o que acontece entre os diálogos. Elizabeth disse que era sobre escutar. Todos os atores conseguiram tornar isso realidade. Nesse ponto, você honra o trabalho deles e lhes dá espaço. Antes disso, porém, acho que o silêncio é uma grande parte da cultura escandinava – pelo menos como ela se apresenta em Minnesota. Eles não querem incomodar os outros com suas idéias, problemas, palavras. O silêncio é fiel à tradição. Tem um certo poder. Acho que todos de Minnesota reconhecem isso e os atores
conseguiram expressar isso muito bem.

O que o filme diz sobre amor verdadeiro?

Espero - porque é isso que eu acredito – que o amor verdadeiro tenha mais a ver com trabalho, foco, dedicação do que com uma noção poética fora do seu controle. Por essa razão eu deliberadamente procurei um artifício que evitasse que alguém dissesse "amor à primeira vista" a respeito da vida de Olaf e Inge juntos.

O que você quer passar às pessoas com esse trabalho?
Não sei ao certo... Gosto de filmes que mudam minha visão do mundo em algum grau. Daqueles filmes que me lembram das pessoas que eu amo e de por que eu as amo. Daqueles filmes que mostram outra parte do mundo na esperança de que você sinta empatia pela humanidade como um todo. Filmes que apresentam emoções e idéias. Espero que este seja um deles.

SOBRE O ELENCO

Elizabeth Reaser (Inge Altenberg)
O talento natural de Elizabeth Reaser, sua beleza estonteante e sua inegável energia a estabeleceram como uma das mais promissoras jovens atrizes de Hollywood. Ela apareceu em diversos papéis em séries de TV como "Saved", "Law & Order: Criminal Intent", "The Sopranos" e "Grey's Anatomy". Seus trabalhos no cinema incluem Tudo em Família, Thirteen Conversations About One Thing, The Believer e Stay, com Naomi Watts e Ewan McGregor. Em 2006, esteve no Festival de Sundance com a comédia Puccini for Begginers, de Maria Maggetti. Recentemente, terminou as filmagens de Purple Violets, ao lado de Debra Messing e Selma Blair.
Reaser estudou em Julliard e atualmente reside em Nova York.

Tim Guinee (Olaf Torvik)
Tim Guinee é um jovem ator pronto para deixar sua marca, já tendo atuado em filmes como Blade, Courage Under Fire, How to Make na American Quilt e Ladder 49. Quando jovem, Guinee estudou na Houston High School of Performing Arts e fundou uma companhia de teatro na cidade, antes de mudar-se para Nova York para estudar na American Academy of Dramatic Arts. Tim vive atualmente com sua esposa em Nova York.

Alan Cumming (Frandsen)
Poucos atores podem se gabar de suas conquistas como Alan Cumming.
Aclamado pelo público e pela crítica, seu talento para comédia ficou comprovado em Spy Kids e Romy & Michelle. Já suas habilidades dramáticas foram igualmente bem apresentadas em De Olhos Bem Fechados, de Stanley Kubrik, e Titus, de Julie Taymor. Veterano dos palcos, Cumming recebeu um Tony por sua lendária performance na versão da Broadway de "Cabaret". Ele ainda se destaca como romancista, produtor, diretor e roteirista, tendo dividido os créditos do roteiro de The Anniversary Party com Jennifer Jason Leigh. Nativo de Perthshire, Escócia, Cumming estudou teatro na Royal Scottish Academy of Music and Drama.

John Heard (Sorrensen)
Mais conhecido do público como o pai de Macaulay Culkin em Esqueceram de Mim e Esqueceram de Mim 2 – Perdido em Nova York, John iniciou sua carreira nos palcos e seguiu para o cinema, atuando em filmes como Cutter's Way, The Trip to Bountiful, Breaches, Quero Ser Grande, The Milagro Beanfield War e O Dossiê Pelicano.

SOBRE O DIRETOR

Ali Selim (Diretor/Roteirsta)

Ali Selim atua como diretor há mais de quinze anos, período em que dirigiu mais de 850 comerciais de televisão, cinco documentários de meia hora e diversos clipes musicais. Seu primeiro projeto, um documentário que celebrava o centenário da Saint Thomas Academy, venceu diversos prêmios em festivais internacionais.
Ali fundou sua própria produtora, Departure Films, em 1989. Através dela, dirigiu diversos comerciais de TV premiados, incluindo um anúncio de utilidade pública para a YMCA que recebeu o Leão de Ouro em 1991. No mesmo ano, Ali deixou a Departure Films para se tornar o primeiro diretor (afora o fundador Bob Giraldi) a ser contratado pela Giraldi/Suarez Productions em Nova York e Los Angeles.
Em 1993, Ali escreveu, produziu e dirigiu Yonnondio, um vídeo musical de 15 minutos juntamente com o compositor vencedor do Oscar(R) Peter Buffett, que foi premiado em diversos festivais. Ali foi homenageado no AICP Show "The Art and Technique of The American Television Commercial", ficando seu trabalho exposto no acervo permanente do Museu de Arte Moderna de Nova York.
Seu filme Emperor of The Air, de 1996, baseado na história de Ethan Canin de mesmo nome, recebeu diversos prêmios, colocando-o entre os top 1% diretores mais procurados da Ad Week Magazine. Seu roteiro de O VERDADEIRO AMOR foi o único selecionado para o ano inaugural do Cygnus
Emerging Filmakers Institue.
Ali atualmente produz o longa documental chamado Trash Dawgs, que foca
no problema do lixo nos EUA.
FICHA TÉCNICA

Roteiro/Direção • Ali Selim
Baseado no conto "A Gravestone Made of Wheat" de • Will Weaver
Produção • Jim Bigham • Alan Cumming • Ali Selim
Produção Executiva • Gill Holland • Lillian LaSalle
Co-produção • Robin Selim
Produtores Executivos • Thomas F. Lieberman • Terrance Moore •
Edward J. Driscoll
Produtores Executivos • Gary S. Kohler • Stephen Hays
Co-produtores • Gil Bellows • Thomas Pope • David Dancyger
Estrelando • Elizabeth Reaser • Tom Guinee • Alan Cumming •
John Heard • Alex Kingston • Ned Beatty • Robert Hogan • Karen Landry
• Lois Smith • Tom Gilroy • Patrick Heusinger • Paul Sand • Jody
Markell
Edição • James R. Stanger
Direção de Fotografia • David Tumblety
Direção de Arte • James R. Bakkom
Música • Mark Orton
Figurino • Eden Miller
Som • Randy Bobo
Produção de Elenco • Joan Lynn • Lynn Blumenthal


De: Angela
Data: 6 de março de 2014

Bom-dia, Theresa Catharina. Consegui o filme na locadora e o vi ontem à noite. Obrigada pela indicação: uma história linda, de força e determinação, com personagens bem estruturados e que emocionam muito pela mensagem que transmitem. Faz bem para a alma assistir a um filme com sentimentos tão bem definidos e expressos. Abraços. Angela

 

 

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