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From: Faustino
Vicente
Date: 2008/8/18
Subject: SAGA DOS PARAOLÍMPICOS
To: Theresa Catharina de Goes Campos
SAGA DOS PARAOLÍMPICOS
Faustino Vicente*
Entre as várias manifestações que recebemos pelo
nosso texto – Olimpíadas,o maior espetáculo da
terra – destacamos a da mãe de um jovem
deficiente físico. "Ele é quase um artista e
também pratica esportes. Meu interesse é numa
divulgação maior das Paraolímpiadas", afirma
ela. A primeira edição das Paraolímpiadas
ocorreu em Roma (1960) e desses jogos
participaram somente atletas com deficiência
física. O neurologista e neurocirurgião alemão,
Ludwig Guttmann, é considerado o Pai dos Jogos
Paraolimpicos.
Embora com menor interesse comercial, esses
jogos ganham em espírito olímpico, essência
dessa singular competição esportiva,cujo berço
encontra-se na antiga Grécia. Além da elevada
performance técnica dos atletas paraolímpicos,
eles revelam ao mundo exemplares lições de vida,
que nos levam a uma profunda reflexão sobre como
enfrentar desafios, e superar limites, no nosso
dia-a-dia.
Os Jogos Paraolímpicos de Pequim2008 (entre 6 e
17 de setembro) representam uma oportunidade a
mais para ampliarmos o nosso horizonte sobre "os
paraolímpicos da vida", ou seja, pessoas vitimas
da preconceituosa sociedade em que
vivemos. Basta uma pessoa estar fora dos padrões
convencionais para sofrer as cruéis
conseqüências dessa, mundialmente conhecida,
chaga social. Segundo o gênio Albert Eisntein
(1879-1956) – "é mais fácil desintegrar um átomo
do que um preconceito".
A cor da pele, a etnia, a opção sexual, nível de
escolaridade, faixa etária avançada, desemprego
prolongado, estética fora dos padrões
convencionais, residentes em área com taxa
elevada de violência, baixa renda e limitação
física, ou mental, são alguns dos alvos
preferidos pela discriminação e pelo
preconceito. Falta de consciência sobre o
respeito às diferenças. Precisamos estar atentos
para não perdermos a nossa capacidade de nos
indignar (e agir) diante das injustiças
sociais.Como dizia Martin Luther King
(1929-1968) –"o que me assusta não é grito dos
maus, mas sim, o silêncio dos bons".
Os pais que possuem um filho, ou uma filha, com
alguma necessidade especial, e é cuidado apenas
por eles, enfrentam uma série enorme de
dificuldades. Os que possuem recursos
financeiros elevados, que são a minoria, têm a
situação minimizada pela contratação de
profissionais especializados da área de saúde,
para ajudar nas tarefas do cotidiano. Quando,
além da limitação física, a pessoa acumula uma
deficiência mental, a situação dos pais torna-se
critica, e é quando a figura da mãe, mais uma
vez, se agiganta. A população espera que os
candidatos, à Prefeitura e à Câmara Municipal,
divulguem os projetos que objetivam melhorar a
qualidade de vida das pessoas com necessidades
especiais.
A situação torna-se dramática para as famílias
que possuem filhos nessas condições e vivem na
miséria que, segundo o pacifista indiano Mahatma
Gandhi (1869-1948), "é a maior das violências".
Na realidade, a Medalha de Ouro que os atletas
paraolimpicos buscarão no "Ninho dos Passáros",
pode ser representada por oportunidades (iguais)
para que possam revelar e desenvolver todo o seu
potencial. Esta é a motivação maior para a
conquista da tão sonhada cidadania – direito
universal, natural e inalienável, de todo ser
humano.
Fator positivo encontra-se no Terceiro Setor -
movimento de responsabilidade social - que,
através de organizações não-governamentais, vêm
prestando relevantes serviços para a evolução
profissional e social, de pessoas com
necessidades especiais. A ação de voluntários é
referência bíblica (Mateus 22, 36-39). "Mestre,
qual é o grande mandamento da Lei? Respondeu-lhe
Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus,de todo teu
coração,de toda a tua alma e de todo o teu
entendimento. Este é o primeiro e grande
mandamento. O segundo, semelhante a esse, é:
Amarás o teu próximo como a ti mesmo."
* Faustino Vicente - Consultor de Empresas e de
Órgãos Públicos –
faustino.vicente@uol.com.br – tel.(11)
4586.7426 – Jundiaí (Terra da Uva) – São Paulo -
Brasil |
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