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From: REYNALDO
FERREIRA
Date: 2008/8/16
Subject: FW: Quanto Vale um Indivíduo Chinês?
To: Theresa Catharina Campos
Repassando
Quanto Vale um Indivíduo Chinês?
Rodrigo Constantino
De que adianta uma abertura dos Jogos Olímpicos
impressionante, se por trás dela consta o total
desprezo pelo valor individual? Não obstante a
impressão causada na abertura chinesa, de que
homens mais parecem formigas organizadas de
forma rigorosa como no Exército, eis que agora
vem à tona a descoberta de que a pequena cantora
estava apenas dublando outra. Lin Miaoke chegou
a ser considerada uma estrela após "seu"
desempenho cantando o hino chinês durante a
abertura da Olimpíada de Pequim. Mas o Comitê
Organizador dos Jogos teve que admitir que ela
apenas dublou outra menina, Yang Peiyi, pois o
Politburo chinês achou que sua voz não era boa o
bastante, e que a verdadeira cantora não era
bela o suficiente. Os dentinhos tortos de Yang
fizeram com que os manda-chuvas da ditadura
chinesa a ocultassem do público, usando outra
menina em seu lugar, fingindo que cantava de
verdade. E o trauma dessa pequena garota
talentosa, como fica? No ímpeto de causar uma
boa imagem ao mundo, vale tudo para os membros
do Partido Comunista Chinês.
Einstein dizia que o nacionalismo é a "doença
infantil da humanidade". O filósofo Schopenhauer
chegou a afirmar que "a individualidade
sobrepuja em muito a nacionalidade e, num
determinado homem, aquela merece mil vezes mais
consideração do que esta". Infelizmente, nada
disso é levado em conta por parte dos
coletivistas. A mentalidade tribal predomina, e
o indivíduo é visto apenas como um meio
sacrificável para os "interesses do grupo". Quem
determina tais interesses é algo que poucos
questionam. Os autoritários encaram seres
humanos como peças num tabuleiro de xadrez, que
podem ser movidas ao bel prazer dos poderosos.
Não podem! Ao menos não sem graves
conseqüências. Adam Smith já havia compreendido
isso no século XVIII, e por isso defendia um
sistema de "liberdade natural", com foco na
preservação dos indivíduos. A China coletivista
é o oposto desse sistema. O indivíduo chinês,
mesmo que seja uma pequena garotinha talentosa,
não vale muito. Deve se submeter aos "interesses
coletivos" da nação. E como nação é um
constructo mental, e não um ente concreto, todos
devem aceitar as imposições de cima, decididas
pelos governantes, que resolvem quais são os
tais interesses nacionais.
Por ser totalmente contra esse coletivismo
retrógrado e autoritário, que despreza
totalmente o valor individual, prefiro torcer
pelas medalhas e conquistas de um indivíduo
feito Michael Phelps, que merece mesmo ganhar
mais medalhas de ouro do que muitos países
juntos. |
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