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Data: Mon, 06 Oct 2008 16:34:06 -0300
De: "DVS Editora"
Para: Theresa
Assunto: Insight Bymail - I
DA CALMARIA AO CAOS
"Esqueça os tempos de aflição, mas nunca esqueça
o que eles lhe ensinaram."
Herbert Gasser
Às vezes a vida é assim, uma calmaria. Há
caminhadas na jornada da vida que são tão
cristalinas como um lago à meia-noite, sem
vento. Não há ruído, nem pressa, nem crises.
Existem trechos em nossa música em que o maestro
silencia o tambor e somente permite que o canto
da flauta seja ouvido. E ela então soa. Sob a
magia de sua música, os prazos não são tão
críticos. A morte fica distante, as pessoas
queridas continuam queridas e estão muito
próximas. As nuvens escuras do medo, das dívidas
e dos telefonemas raivosos já passaram. E, por
um instante, o mundo se torna o luar do lago
tranqüilo.
Está tudo muito calmo, porém há possibilidade de
a calmaria virar um caos.
“Dias horríveis”, “Parece que tudo deu
errado...”
Não importa o nome que você dê: parece que há
dias que não valem a pena serem vividos. Não
importa se é uma segunda-feira chuvosa, se você
levou um escorregão no banheiro, ou se aconteceu
uma tragédia que pode mudar totalmente o curso
de sua vida, acabando com todas as esperanças e
partindo seu coração. Normalmente surgem três
perguntas nessas ocasiões:
– Por quê, Deus, por quê?
– Quando, Deus, quando?
– Vou sobreviver, Deus, vou?
E você fica pensando: Por quê? Por que eu? Por
que agora? Por que isso? Por que, Deus, por quê?
Se você está fazendo essas perguntas, lembre-se
de que não está sozinho. Elas são tão antigas
quanto a própria humanidade. Somente suas
crenças sobre a vida determinarão o modo como
você vai reagir às crises e ao momentâneo
sofrimento.
Em si, o sofrimento não é um mal que tenha de
ser evitado a todo custo, mas um mestre com o
qual podemos aprender muito. O sofrimento nos
instrui, dizendo para mudar, parar de fazer uma
coisa ou começar a fazer outra, parar de pensar
de um jeito e começar a pensar de outro.
Quando nos recusamos a ouvir o sofrimento, ele
diminui e tudo quanto nos resta é nos
transformar em escapistas. Na verdade, estamos
dizendo: “Não vou ouvir. Não vou aprender. Não
vou mudar.”
Pessoas abertas que crescem, não têm má vontade
com a pedagogia do sofrimento e estão sempre
dispostas a mudar. Dão início a respostas e
ajustes adequados. Outras, por razões
desconhecidas, simplesmente não absorvem as
lições do caos - preferem uma existência
narcotizada e tranqüilizante, uma calmaria sem
ganhos. Estão dispostos a realizar apenas 10% de
seu potencial, infelizmente.
Nicolo Paganini foi um violinista muito
conhecido e talentoso do século XIX. Seu
concerto mais memorável, contudo, foi marcado
por “movimentos frenéticos” e não foi por
sucesso fácil. O concerto foi executado na
Itália por uma orquestra completa, perante uma
casa lotada.
Aqueles que o ouviram tocar dizem que a técnica
de Paganini foi incrível, e sua modulação
fantástica. Perto do final do concerto, Paganini
estava emocionando a platéia com uma composição
muito difícil, quando uma corda de seu violino
arrebentou e ficou pendurada, presa só por uma
das pontas. Paganini franziu as sobrancelhas por
um instante, balançou a cabeça e continuou a
tocar, fazendo um maravilhoso improviso.
“Nem sempre a vida é um jogo com cartas boas.
Às vezes temos de jogar também uma mão ruim.”
Robert Louis Stevenson
De repente, para surpresa de todos, inclusive de
Paganini, uma segunda corda arrebentou e, logo a
seguir, uma terceira. A apresentação parecia ter
se transformado em uma comédia. Diante de uma
platéia boquiaberta, Paganini segurava seu
violino Stradivarius com as cordas penduradas.
Ao invés de abandonar o palco para consertar o
instrumento, ele permaneceu firme. Completou
calmamente a difícil composição com a única
corda restante - uma apresentação que ganhou
aplausos, admiração e fama permanente.
Os grandes se recusam a ser vitimados pelas
circunstâncias. Ao contrário, usam os eventos
traumatizantes
como trampolim para uma atitude útil e criativa
em relação à vida.
Lembre-se: o melhor que você tem a oferecer pode
ser uma apresentação sob circunstâncias difíceis
e inusitadas!
O segredo do sucesso deve ser igual a um pato -
sereno e tranqüilo na superfície, mas
movimentando-se freneticamente por baixo da
água.
Daniel C. Luz
DVS Editora - atendimento@dvseditora.com.br Tel:
11 3833.8880 Fax: 11 3833.8877 |
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