Theresa Catharina de Góes Campos

  LÁ NO FUNDO, BEM NO FUNDO, NINGUÉM VÊ...


Alegrias e dores,
existem dentro de mim.
Um sofrimento sem fim.


Lá no fundo, bem no fundo
de meu peito,
fustigando o coração,
ficam a tristeza, as dores,
a saudade que não sai...
Uma saudade imensa
daqueles que se foram
apesar de amados por mim.


O amor e a dor se aninharam
tão fundo, no mais fundo
de meu ser entristecido.
Parecem adormecidos
para sempre...


Não é verdade:
de minha vida são companheiros,
este amor, esta saudade,
na dimensão gigantescos,
no sofrimento imensos,
que me causam noite e dia.


Não estão adormecidos!
Nem de mim distantes!
Ininterruptamente latejam,
pulsam e sangram,
como se quisessem explodir
para na superfície surgirem,
à flor da pele, no marejar dos olhos,
e visíveis se tornarem.


Mas eu empurro
lá pro fundo, bem no fundo,
no mais fundo
de meu ser tão dolorido.
Porque ninguém vê,
ninguém percebe
esta saudade tão doída,
dos que não posso mais conquistar,
agradar, acarinhar,
com diligência amar.


Para onde foi a minha dor?


Lá no fundo, bem no fundo,
no mais fundo de meu ser,
as dores expostas, sem curativo,
as dores mais profundas
que choram sem parar.
Incapazes de falar,
sem forças para gritar,
agora já fazem parte de mim.


Theresa Catharina de Góes Campos
Brasília-DF, 12 de outubro de 2008.
 

Jornalismo com ética e solidariedade.