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NEM SEMPRE O CORAÇÃO CONSEGUE MEU CORPO
CARREGAR
Os meus limites, como pessoa,
estão delineados, eu sei.
Até que ponto eu consigo ir,
embora em silêncio, eu bem sei.
Não sei sobre isso me expressar
ou em detalhes a outros explicar.
Dolorosamente, no meu íntimo eu sei.
Identifico com bastante clareza
o que não posso suportar.
Minha fragilidade eu conheço,
em suas minúcias e nuanças,
que somente Deus tão bem conhece.
Porque Ele assim me fez,
tão incapaz diante do inexorável.
Das minhas fraquezas já sei.
Calo-me, porém já sei,
o que não posso fazer
porque me faltam forças
físicas e mentais.
Nem sempre meu coração,
o que eu tenho de melhor,
com tanta capacidade,
pleno de sentimentos vigorosos,
nem sempre este meu coração
consegue em seus invisíveis braços
o meu corpo frágil carregar.
Confesso, envergonhada:
não é para tudo que eu consigo
este meu corpo levar...
Fico imóvel, incapaz, congelada,
sem conseguir caminhar,
sem que possa reagir,
porque meu coração não agüenta
tudo o que a vida nos dá
para sofrer, enfrentar.
Theresa Catharina de Góes Campos
São Paulo, 14 de junho de 2008
(data do falecimento de minha Mãe). |
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