Theresa Catharina de Góes Campos

  ÀS VEZES O CORAÇÃO IMOBILIZA O CORPO


Muito sensível, veloz, absorvendo
até o que não desejaria aceitar,
às vezes o coração imobiliza o corpo.


Congela seu furacão interior,
acorrenta os membros do corpo,
silencia a boca, até a mente,
qualquer ação impedindo.


Os pulmões mal conseguem respirar...
porque a ordem do coração
foi tudo imobilizar.


Os ouvidos ouvem,
mas nada podem fazer
para o corpo libertar.


É preciso com paciência esperar
que alguém venha libertar,
do coração traumatizado,
o corpo imobilizado.


Na verdade, é preciso rezar,
com fé na ressurreição orar,
para que o coração atingido
volte a bater em seu ritmo,
reaprendendo a respirar...
para a saúde da alma voltar.


A bênção de respirar
normalmente, sem agonia,
em dinâmica harmoniosa
com o corpo também sofrido.


Nas orações persistindo,
o coração consolado,
pelo tempo de Deus libertado,
dará, enfim, alforria ao corpo.


Theresa Catharina de Góes Campos
São Paulo, 15 de junho de 2008.

OBRIGADA PELO CONSELHO

From: Theresa Catharina de Goes Campos
Date: 2008/12/24
Subject: Obrigada pelo conselho!Re: ÀS VEZES O CORAÇÃO IMOBILIZA O CORPO
To: adfalcao


Estimada Ana:

Após tantas semanas sem acessar a internet (mais de um mês, devido aos compromissos em São Paulo), leio o seu e-mail de amiga, analisando meus versos e, sobretudo, me ajudando com a sua revisão atenta, competente.
Já me livrei do meu verso tosco, desajeitado, que clamava por uma forma mais bonita e objetiva de se expressar e, graças a você, livrou-se da roupa inadequada, ganhando vestimenta digna de sua mensagem.

Muito obrigada! Espero que você também goste, como eu, da modificação no poema.

Abraços carinhosos da amiga de sempre,
Theresa Catharina
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2008/10/21 adfalcao

Theresa, só hoje, após meu retorno, leio sua poesia. Leio e releio e observo que ela combina com muitas pessoas e muitas situações. Penso que se trata de algo ao mesmo tempo particular e universal.
Sem desmerecer em nada seu trabalho, peço que releia o verso "a com saúde da alma respirar".

Abraços, Ana

 

Jornalismo com ética e solidariedade.