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A VERDADEIRA HISTÓRIA DO TRÁFICO DE DROGAS
From: Hercilia
Lopes Lopes
Date: 2008/10/13
Subject: Fwd: a verdadeira história do tráfego
de drogas
To: Theresa Catharina de Goes Campos
Não adianta colocar somente
na conta dos pobres!
Sylvio Guedes, editor-chefe do Jornal de
Brasília, critica o
'cinismo' dos jornalistas, artistas e
intelectuais ao defenderem o fim
do poder paralelo dos chefes do tráfico de
drogas.
Guedes desafia a todos que 'tanto se drogaram
nas últimas décadas que
venham a público assumir: eu ajudei a destruir o
Rio de Janeiro'. Leia
o artigo na íntegra:
'Eles ajudaram a destruir o Rio'.
É irônico que a classe artística e a categoria
dos jornalistas
estejam agora na, por assim dizer, vanguarda da
atual campanha contra
a violência enfrentada pelo Rio de Janeiro.
Essa postura é produto do absoluto cinismo de
muitas das pessoas e
instituições que vemos participando de atos,
fazendo declarações e
defendendo o fim do poder paralelo dos chefões
do tráfico de drogas.
Quando a cocaína começou a se infiltrar de fato
no Rio de Janeiro, lá
pelo fim da década de 70, entrou pela porta da
frente.
Pela classe média, pelas festinhas de embalo da
Zona Sul, pelas
danceterias, pelos barzinhos de Ipanema e
Leblon.
Invadiu e se instalou nas redações de jornais e
nas emissoras de TV,
sob o silêncio comprometedor de suas chefias e
diretorias.
Quanto mais glamuroso o ambiente, quanto mais
supostamente
intelectualizado o grupo, mais você podia
encontrar gente cheirando
carreiras e carreiras do pó branco.
Em uma espúria relação de cumplicidade, imprensa
e classe artística
(que tanto se orgulham de serem, ambas,
formadoras de opinião) de fato
contribuíram
enormemente para que o consumo das drogas, em
especial da cocaína, se
disseminasse
no seio da sociedade carioca - e brasileira, por
extensão. Achavam o
máximo; era, como se costumava dizer, um barato.
Festa sem cocaína era festa careta.
As pessoas curtiam a comodidade proporcionada
pelos fornecedores:
entregavam a droga em casa, sem a necessidade de
inconvenientes
viagens ao decaído mundo
dos morros, vizinhos aos edifícios ricos do
asfalto.
Nem é preciso detalhar como essa simples relação
econômica de mercado terminou.
Onde há demanda, deve haver a necessária oferta.
E assim, com tanta gente endinheirada disposta a
cheirar ou injetar
sua dose diária de cocaína, os pés-de-chinelo
das favelas viraram
barões das drogas.
Há farta literatura mostrando como as conexões
dos meliantes
rastacuera, que só fumavam um baseado aqui e
acolá, se tornaram
senhores de um império, tomaram de assalto a
mais linda cidade do país
e agora cortam cabeças de quem ousa-lhes cruzar
o caminho e as exibem
em bandejas, certos da impunidade.
Qualquer mentecapto sabe que não pode persistir
um sistema jurídico
em que é proibida e reprimida a produção e venda
da droga, porém seu
consumo é digamos assim, tolerado.
Que a mídia, os artistas e os intelectuais que
tanto se drogaram nas
três últimas décadas venham a público assumir:
'Eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro.'
Façam um adesivo e preguem no vidro de seus
Audis, BMWs e Mercedes.'
Fonte: Jornal de Brasília |
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