|
|
|
|
MISSA EM RÁDIO E TV
From: lmaikol
Date: 2008/11/26
Subject: Missa em Rádio e TV
33 - O RÁDIO
33.1 - Missas em Rádio e Televisão
No Brasil, há muitos anos, temos missas
transmitidas pela rádio e pela
televisão. Em encontros nacionais, promovidos
pela CNBB, têm-se dado
orientações pastorais sobre o modo de
realizá-las e sobre o
significado delas na vida dos cristãos.
Muitos católicos por motivos diversos assistem a
essas transmissões.
No Concílio Vaticano II, encontramos uma
declaração significativa:
"As transmissões por rádio e televisão das
funções sagradas,
particularmente em se tratando da Santa Missa,
façam-se com discrição
e dignidade, sob a direção e responsabilidade
de pessoa competente,
escolhida para tal pelo ofício dos bispos" (SC
20).
Esta recomendação encontra uma orientação
prática na palavra da
Comissão Pontifícia para as Comunicações Sociais
na Instrução Pastoral
Communio et Progressio, publicada em 27 de maio
de 1971: "A Missa e
outros ofícios litúrgicos devem ser incluídos
no número das
transmissões religiosas. É necessário, porém,
que tais programas sejam
devidamente preparados, do ponto de vista
técnico e litúrgico.
Tenha-se em conta a grande diversidade de
público e, se os programas
se destinam também a outros países, deve-se
respeitar a sua religião e
costumes" (CP 151).
O Magistério da Igreja vê na transmissão de
celebrações eucarísticas,
como também de outras celebrações, um meio de
informar as pessoas
sobre a liturgia e sua celebração.
A Instrução da Sagrada Congregação dos Ritos e
Consilium,
Eucharisticum Mysterium, vai além e diz que as
transmissões
televisivas de Liturgias, especialmente da
Missa, devem ajudar o
telespectador a associar-se à Páscoa de Cristo e
que a missa
transmitida pela rádio e pela televisão deve ser
um modelo da
celebração do sagrado mistério, conforme as leis
da reforma litúrgica
(EM 22).
No encontro com produtores de missas
transmitidas pela televisão, em
setembro de 1998, a CNBB expressou que as
transmissões devem ajudar os
telespectadores a se associarem à Páscoa de
Cristo:
"Seria de máxima conveniência que, em relação a
estas questões, fosse
recordado que na liturgia celebramos o Mistério
Pascal. Que haja, por
parte de todos, respeito e fidelidade naquilo
que estabelece o
Magistério da Igreja com relação à celebração da
Santa Missa e do
Culto Eucarístico para que se evitem desvios e
abusos, sobretudo nas
transmissões televisivas. Aqueles que assistem
à Missa pela TV sejam
estimulados a participar da celebração na
assembléia litúrgica. Cada
celebração tenha sempre um tom orante para que
transpareça a dimensão
de sacralidade do mistério celebrado. Seja dado
o devido valor aos
símbolos litúrgicos, cuide-se das expressões
artísticas do espaço
celebrativo, dos objetos, das vestes
litúrgicas. O canto e a música
estejam de acordo com a índole própria da
celebração, do tempo
litúrgico e dos momentos celebrativos".
A assistência à missa pela rádio e pela
televisão não justifica a
ausência na celebração para quem tem condições
de participar dela
fisicamente.
As declarações do Magistério da Igreja não
deixam dúvida que as
celebrações litúrgicas transmitidas pelos meios
de comunicação social,
especialmente pela televisão, se assistidas com
fé, têm valor
salvífico para os que não podem participar da
missa em sua comunidade,
por exemplo, por doença ou velhice. Toda a
nossa vida em conformidade
com Jesus Cristo é um levar a efeito a obra da
salvação, isso vale
mais ainda para quem se une espiritual e
realmente à Páscoa de Cristo,
assistindo a uma missa transmitida por rádio ou
pela televisão.
Podemos entrar em comunhão com o Senhor
Ressuscitado não só pela
comunhão eucarística, mas também de outras
maneiras. Por isso, quem
não tem possibilidade de participar fisicamente
da assembléia
eucarística, tem através do rádio e mais ainda
da televisão uma ótima
possibilidade de entrar em comunhão com o
Senhor.
Assistir a uma celebração pelos meios de
comunicação é uma maneira de
responder ao Senhor que bate à nossa porta,
pedindo entrada. Aberta a
porta, o Senhor entra para realizar o encontro
através da Palavra
proclamada para todos e realiza-se um encontro
pessoal, particular e
salvífico (Ap 3, 20).
Certamente as equipes, que preparam e animam as
celebrações
transmitidas pelo rádio e pela televisão, devem
ter muita consciência
do significado e do alcance dessas celebrações
para as pessoas
impedidas de se reunirem com a comunidade,
como: doentes, idosos,
presos, viajantes, os que moram longe do local
das celebrações
comunitárias e para os fiéis em geral e até
mesmo para as equipes de
celebração das comunidades. Nunca se devem
transmitir missas
gravadas. Os telespectadores e radiouvintes
devem estar informados
quando se transmite alguma celebração em forma
de documentário.
Toda celebração deve se realizar com unção e ter
um tom orante. As
celebrações litúrgicas são celebrações da Igreja
e fundadas na longa
tradição litúrgica; por isso, não cabe nelas
inventar coisas, nem
cultivar subjetividades. Muito menos devem ser
palco de 'shows' e
esnobismos de grupos ou pessoas.
As missas transmitidas pelos meios de
comunicação social se
justificam também como espaço de iniciação dos
fiéis e de formação
litúrgica do povo.
Sem dúvida "a Santa Missa transmitida na
televisão ganha
inevitavelmente um certo caráter de
exemplaridade; daí o dever de
prestar particular atenção a que a celebração,
além de se realizar em
lugares dignos e bem preparados, respeite as
normas litúrgicas"
(Sacramentum Caritatis, 57).
(Guia Litúrgico-Pastoral, CNBB)
33.2 - Missa Irradiada:
Até há algum tempo, nossas crianças,
adolescentes e jovens
recebiam toda a educação a partir da família, da
escola e da Igreja.
Com a chegada da televisão, hoje 85% daquilo que
as crianças "pensam e
são" é influência direta da mídia. A Igreja
quase não penetra na
televisão e tem poucas chances no rádio. Por
isso, as poucas
oportunidades de evangelização através dos Meios
de Comunicação não
podem ser desperdiçadas.
Um dos momentos de evangelização pelo rádio é a
Missa
irradiada. O Brasil possui mais ou menos 3000
radioemissoras de AM e
FM; destas, são emissoras católicas: 125 em AM e
65 em FM. A cada
final-de-semana, há em torno de 800 missas
irradiadas, pois boa parte
das emissoras comerciais também cede espaço para
transmitir a missa.
Disso, resulta que a Igreja do Brasil não
precisa se preocupar com a
quantidade de missas irradiadas, e sim com a
qualidade. Para que a
missa irradiada, bem como a Novena ou o Rosário
alcancem seus
objetivos, é necessário observar alguns
detalhes:
PARA QUEM - a missa irradiada é ouvida pelos
fiéis em geral, pelos
colonos, pelas donas-de-casa. É um equívoco
dizer que a missa
irradiada se destina só para os doentes. A missa
pelo rádio ou pela
televisão não dispensa o fiel do dever de ir à
igreja para cumprir o
preceito dominical; no entanto, é um excelente
momento de oração e de
evangelização, pois o rádio pode ser ouvido em
casa, no automóvel, em
viagem... Do ponto de vista da comunicação, a
mensagem salvífica da
missa irradiada pode ser mais bem assimilada
pelo radiouvinte do que
pelas pessoas que estão na igreja, pois para o
radiouvinte há menos
motivos de distração (ruídos).
EQUIPE LITÚRGICA - o sacerdote e todos os
membros da equipe de
liturgia devem ter a consciência de que se há
500 pessoas dentro da
igreja, há pelo menos 5.000 radiouvintes. A
celebração deve ser
preparada levando em conta os milhares de fiéis
que formarão a
"catedral do ar". Por isso, a linguagem deverá
ser a mais "visual"
possível: é importante apresentar fatos
concretos, contar historinhas,
narrar o que se passa na igreja... para que o
radiouvinte possa
imaginar aquilo que ele não está vendo. Toda
imagem auditiva leva a
uma imagem visual.
MISSA NO AR - o sinal sonoro é levado desde o
amplificador da igreja
até os estúdios da radioemissora através de uma
linha-de-som, com o
auxílio de um amplificador-de-linha denominado
"maleta". Do ponto de
vista técnico, a linha-de-som pode ser
permanente ou eventual,
semelhante a uma linha telefônica; em certos
casos pode-se usar o
"Link" (transmissão sem fio) e mesmo o satélite.
O amplificador da
igreja deve ser ligado uns 15 minutos antes da
missa para que o
operador da rádio possa ir testando a linha; se
na igreja não houver
ninguém falando no microfone ou ensaiando
cânticos, deve-se colocar um
CD, cantado ou instrumental. Na hora exata, ou a
um sinal combinado, o
operador de estúdio colocará NO AR o sinal
proveniente da igreja,
iniciando a transmissão. Na sacristia ou junto à
aparelhagem do som
deve-se monitorar a rádio-transmissão com um
rádio-receptor, de
preferência com o uso de um fone-de-ouvido para
evitar a microfonia.
PREFIXO - a primeira pessoa a falar deve ser o
animador; ele deve
situar o radiouvinte, com palavras mais ou menos
assim: "Caro ouvinte
da Rádio ... (nome da rádio, ZYJ...,
...quilohertz)! A partir de agora
você vai rezar conosco. Aqui na Igreja de ...
(padroeiro e cidade),
vamos celebrar a Liturgia da Palavra e a
Liturgia da Eucaristia. Meu
nome é ..., e fui designado(a) para ser animador
desta celebração. A
equipe de liturgia de hoje está a cargo do ...
(grupo de jovens, do
Movimento das Capelinhas...). Nosso presidente
da celebração será o
Padre ... (nome e cargo)." Depois dessa
explicação, o comentarista,
dará início à celebração: "Missa do ... (2.º
Domingo do Advento...
enfim, o comentário inicial). Agora, em pé,
receberemos o presidente e
a equipe litúrgica. Com o grupo de cânticos
coordenado pelo sr...,
entoaremos o cântico inicial, número..."
MICROFONES - para uma missa irradiada, são
necessários vários
microfones: um para o presidente, outro para o
comentarista, outro
para os proclamadores da Palavra e vários outros
para o grupo de
cânticos. Se possível, que haja microfones
dinâmicos por sobre o povo
e para os instrumentos musicais... Importante:
testar todos os
microfones antes do início da celebração;
microfone se testa 'falando'
e não 'dando tapas' nele.
VOLUMES - para que o som seja bem nítido para a
rádio, o volume dos
microfones não pode ser excessivo para dentro da
igreja, evitando o
eco e a microfonia. Quem está no microfone deve
falar a mais ou menos
um palmo do mesmo. O microfone deve estar
revestido de espuma para
eliminar a interferência do vento e para
neutralizar os impactos da
respiração e de sons acentuados como o da letra
"pê". Para a voz
humana não se deve ligar os sons graves;
geralmente, desativando os
graves (Low) e acentuando os agudos (High), o
som fica melhor. Durante
a transmissão, o operador de som da igreja deve
estar atento ao
amplificador, corrigindo imediatamente possíveis
falhas de volume.
Esse operador, que normalmente fica na
sacristia, deve ter um rádio
receptor para se guiar. Para ele, é aconselhável
um microfone-em-off,
ligado diretamente na linha de transmissão, o
qual será ouvido apenas
pelos radiouvintes e não pelo povo da igreja,
para algumas informações
adicionais.
EQUIPE LITÚRGICA - a equipe de liturgia de uma
missa irradiada tem que
se reunir obrigatoriamente alguns dias antes,
para planejar todos os
detalhes. De preferência, elaborar comentários
próprios, adequados
para a realidade da região. Simplesmente ler os
comentários e as
preces do folheto "O Domingo" ou do "Deus
Conosco" pode ser
desastroso, pois os fiéis de uma cidade do
interior não são os mesmos
da catedral de São Paulo ou da Basílica de
Aparecida-SP. Isso vale
também para a escolha dos cânticos. Cabe ao
animador, também, anunciar
o nome da pessoa que fará a leitura bíblica ou
alguma oração, por
exemplo: "Agora, a sra ..., presidente do
Apostolado da Oração,
proclamará a 1ª leitura."
CELEBRANTE - o padre deve fazer uma espécie de
diálogo interpessoal
com cada um dos fiéis que está na igreja e com
cada radiouvinte. No
ato penitencial, na homilia, no Pai-Nosso... ele
deve usar uma
linguagem coloquial, direta, popular, sem
palavras difíceis... deve
utilizar imagens visuais, contando exemplos,
narrando histórias,
fazendo comparações... como Jesus fazia. Grandes
elucubrações e
divagações teológicas fazem o radiouvinte perder
a atenção e fazem o
fiel cochilar na igreja!
DICÇÃO - padre, animador, leitores, cantor...
todos devem FALAR
devagar, com voz natural, sem gritar, pronunciar
bem as palavras, dar
ênfase, respeitar a pontuação... A linguagem de
rádio é uma conversa
de pessoa para pessoa, tal qual acontece ao
telefone. Para exercitar a
dicção, a melhor maneira é gravar um texto em
cassete de gravador ou
em videocassete e depois ouvir a gravação,
submetendo-a à crítica.
RESPOSTAS DA MISSA - na missa irradiada, alguém
deve ficar junto a um
dos microfones para recitar as respostas da
missa: "Amém", "Ele está
no meio de nós", "Graças a Deus", o refrão do
salmo responsorial,
"Senhor, escutai a nossa prece", as aclamações
da Oração Eucarística;
porém, não é aconselhável que haja duas pessoas
rezando em microfones
diferentes, pois haverá a falta de sincronismo.
Caso contrário, se o
padre diz "O Senhor esteja convosco!" e ninguém
responde no microfone,
o radiouvinte terá a impressão de que não há
ninguém na igreja. A
mesma pessoa deve rezar também o "Glória", o
"Creio", o "Pai-Nosso" se
não forem cantados; nessas orações o padre deve
se afastar um pouco do
microfone para que se escute ao fundo o vozerio
da assembléia.
CÂNTICOS - anunciado o cântico, os músicos devem
dar o tom
imediatamente, para não haver um longo espaço de
silêncio. Sempre deve
haver um cantor afinado que sustente e comande o
cântico junto ao
microfone, para que se possa entender as
palavras cantadas. Se numa
igreja não houver organista, ou violonista, ou
outros músicos... é
preferível nem irradiar a missa daquela
comunidade. Em missas de
estúdio, às vezes, pode-se colocar música de CD.
MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS DA COMUNHÃO
EUCARÍSTICA - na missa
irradiada, o tempo é sempre escasso. Os
Ministros Extraordinários da
Eucaristia têm que ser ágeis. Após o "Pai-Nosso"
já devem trazer ao
altar as partículas do Sacrário, comungar e
distribuir a Eucaristia
rapidamente. Quanto mais ministros, melhor.
FUNDO MUSICAL - no rádio, não pode haver
"silêncios" maiores do que
por dois ou três segundos; se não, o ouvinte
pensa que a emissora saiu
do ar e pode até mudar de estação. Por isso,
seja durante a procissão
das ofertas, seja durante o tempo em que o
sacerdote comunga, não pode
haver "silêncio" no rádio. Para isso, nesses
instantes deve-se colocar
um fundo musical orquestrado. Também, nesses
espaços pode-se utilizar
o microfone-em-off (aquele da linha de
transmissão) para dar
informações adicionais aos radiouvintes. Não é
aconselhável que o
operador de estúdio da rádio tenha que mixar o
fundo musical.
AVALIAÇÃO - um bom método de se avaliar uma
missa irradiada é fazer a
GRAVAÇÃO da missa em fita-cassete ou outros
meios eletrônicos e
depois, junto com toda a equipe de liturgia,
analisar os pontos
positivos e os pontos falhos da transmissão:
mensagens, dicção,
cânticos, técnica...
www.maikol.com.br |
|
|
|