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A VIDA DE BÊNÇÃOS QUE DEUS INSISTE EM ME
CONCEDER
A dor maior que sinto,
meu sofrimento contínuo,
por quase todos ignorado,
aumentado pelo tempo,
a cada dia mais escondido
e tão bem disfarçado,
ninguém sabe,
ninguém perguntou,
nem procurou saber,
muito menos ter contato.
Por isso permaneço
profundamente só
na vivência dessa imensa dor
que nem ouso revelar;
à margem da solidariedade
que eu poderia receber,
caso eu fosse sinceramente
convidada a confidenciar.
Certamente, porém,
estou determinada
a não ter meu sofrimento
suavizado, talvez,
porque joguei tais dores
na vida de meus amigos.
Não quero isso!
Sentiria um remorso imenso,
um doído ressentimento
como se um mal enorme fizesse
àqueles a quem tanto amo
e só desejo fazer o bem.
Assim, vou eu vivendo,
malgrado essa dor
tão íntima, apesar de visível;
por quase todos conhecida,
em sua origem já decifrada,
há décadas identificada
mas sempre silenciada.
Não tenho como,
eticamente desmascarar,
ou expondo mil feridas,
ou sem por dentro me destroçar,
ainda mais do que estou,
me defender dos que me acusam
na ausência e no silêncio,
além de falsamente
documentada
em registros maledicentes
de entrevistas em jornais,
até registros na internet,
em correspondência familiar
que nem a morte apagou
porque destruídas não foram.
Por que não me defenderam,
os que a vida inteira
tão de perto me conheceram?
Reconheço, porém,
que as calúnias por muitos
consideradas verdadeiras
também os tornaram
meus caluniadores,
cúmplices das mentiras
que meu nome mancharam
nos meus relacionamentos mais próximos.
A mim resta o agradecimento
pela vida que Deus insiste
com tanta generosidade me conceder,
me dispensando as forças
e tantas bênçãos renovadas.
Meu dever é a meu Criador louvar,
aleluias todos os dias cantar,
mil graças testemunhar...
porque ainda respiro
surpreendentemente
uma rotina inesperada
de tanto amor, tanta amizade!
Theresa Catharina de Góes Campos
Brasília-DF,17 de dezembro de 2008. |
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