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VIVER COM PACIÊNCIA
Paulo Roberto Labegalini
Numa cidade interiorana havia um homem que não
se irritava nem
discutia com ninguém. Sempre encontrava saída
cordial para não
aborrecer as pessoas. Chamava-se Modesto e
morava numa pensão, onde
era admirado e querido.
Para testá-lo, um dia seus companheiros
combinaram levá-lo à
discussão durante um jantar. Trataram todos os
detalhes com a
garçonete responsável por atender a mesa
reservada para a ocasião.
Assim que o jantar começou, foi servida uma
saborosa sopa de que
o homem gostava muito. A garçonete se aproximou
pela esquerda, e
Modesto prontamente levou seu prato para aquele
lado a fim de
facilitar a tarefa. Ela serviu todos os demais
e, quando chegou a vez
dele, foi para outra mesa.
Ele esperou calmamente até que ela voltasse.
Quando se aproximou
novamente, Modesto levou outra vez o prato na
direção da jovem, que se
distanciou, ignorando-o. Servindo os demais,
passou rente a ele com a
sopeira fumegante, exalando delicioso aroma e,
como quem havia
concluído a tarefa, retornou à cozinha.
Naquele momento não se ouvia qualquer ruído.
Todos observavam
discretamente para ver sua reação. Com educação,
ele chamou a
garçonete e lhe disse:
– A senhorita não me serviu a sopa.
Para provocá-lo, ela foi logo desmentindo:
– Servi, sim senhor! O seu prato está limpo
porque o troquei há pouco.
Modesto olhou para ela, olhou para o prato vazio
e ficou
pensativo por alguns segundos. Todos pensaram
que ele iria brigar, mas
o homem ponderou tranqüilamente:
– A senhorita serviu sim, mas eu aceito um pouco
mais.
Os amigos, frustrados por não conseguirem
fazê-lo discutir,
terminaram o jantar convencidos de que nada mais
faria aquele homem
perder a compostura.
E neste ano de 2009, bom seria se todas as
pessoas agissem com
discernimento em vez de reagir com irritação,
evitando discussões
desgastantes e improdutivas. Quem age assim sai
ganhando sempre, pois
não se estressa com emoções que provocariam
sérios problemas de saúde
ou alguma desgraça.
Muitas brigas surgem motivadas por coisas sem
sentido, mas que se
avolumam e se inflamam com o calor da discussão.
Isso porque algumas
pessoas têm a tola pretensão de não levar
desaforo para casa, mas
acabam levando à prisão, ao hospital ou ao
cemitério!
Por isso, é importante aprender a arte de não se
irritar e
encontrar uma saída inteligente – como fez o
homem no restaurante. A
pessoa que se irrita aspira o ar tóxico que
exterioriza em volta e
envenena a si mesma. Vale a pena rezar sempre
esta oração:
'Senhor, fortaleça em nós a fé para que a
paciência esteja
conosco. Por tua paciência vivemos, por tua
paciência caminhamos.
Auxilia-nos, por misericórdia, a esperar a tua
paz. É por tua
paciência que a esperança nos ilumina e a
compreensão nos levanta no
íntimo da alma. Agradecemos todos os dons que
nos dás, mas te rogamos:
resguarda a paciência de uns para com os outros,
para que estejamos
contigo, tanto quanto estás conosco, hoje e
sempre. Amém!'
Também achei bonita a mensagem de boas festas do
padre Maristelo,
que finalizou assim:
"Natal é o bom tempo. O tempo do bom, o tempo do
bem, do Sumo
Bem. A chuva na medida certa, o sol na
temperatura perfeita. Ele é "o
sol nascente que nos veio visitar" (Lc 1,
78-79). É verão derretendo a
geleira do nosso coração. É tempo de cantar a
canção:
'É como um sol de verão queimando no peito;
nasce um novo desejo
em meu coração. É uma nova canção rolando no
vento; sinto a magia do
amor na palma da mão. É verão, bom sinal! Já é
tempo de abrir o
coração e sonhar...'
Por isso, céus, deixai cair o orvalho da Graça!
Nuvens, chovei o
Menino! Que da terra ressequida do nosso coração
brote o Salvador!"
E como essa, muitas outras mensagens que
recebemos no final de
ano têm a palavra 'paz' implícita no texto. Mas,
para que prospere a
paz é necessário agirmos com amor, que só será
duradouro se existir
paciência nos corações. E tudo isso junto – paz,
amor e paciência – só
é possível com oração. Rezando, o Menino Jesus
crescerá dentro de nós
ao longo do ano, nos fará entender melhor as
provações de cada dia e
nos conduzirá a outros natais.
Ninguém discorda que é preciso amar para ser
amado, e só quem ama
de verdade cultiva os dons divinos que nos
trazem graças em
abundância. Os frutos da paciência são
incontáveis em número, mas
muito contados em histórias verídicas de amor ao
próximo. Nossa
Senhora é o maior exemplo disso, por sofrer com
paciência e confiança,
aguardando a ressurreição.
Portanto, com a Virgem Maria, sempre é mais
fácil caminhar.
Rogando a sua proteção, chegamos mais longe na
fé e cultivamos o amor.
E, nesta música, cantamos nossa disposição em
viver com alegria:
'Maria, ó mãe cheia de graça! Maria, protege os
filhos teus!
Maria! Maria! Nós queremos contigo estar nos
céus. / A nossa vida é
feita de esperança; paz e flores nós queremos
semear. Felicidade,
somente alcança quem cada dia se dispõe a
caminhar.'
De fato, quem espera com paciência e oração,
sempre alcança.
E-mail: labega@unifei.edu.br
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