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5O ANOS DA MORTE DO ENGENHEIRO BERNARDO
SAYÃO
(18 de junho de 1901 - 15 de janeiro de 1959)
Em homenagem a ele, reproduzimos estas
palavras....
www.ampem.org.br
Inauguração da Promotoria de Justiça de
Açailândia e a Rodovia Bernardo Sayão
Hoje, com profunda emoção, nosso pensamento
retorna àquele dia
abençoado e tão importante para o Maranhão.
Lembro-me de quando o
engenheiro Bernardo Sayão, encarregado pelo
Presidente Juscelino
Kubitschek de gerenciar a construção da BR-010,
a Belém-Brasília,
disse ao chegar na cidade de Céres-GO: "-
Presidente, haveremos de
fazer uma estrada partindo o País ao meio, a
quem chamaremos de
espinha dorsal do Brasil". Nesse momento,
apontou para o Norte,
dizendo: "- A direção é esta". Na verdade, foi
quando a história de
Açailândia teve início, em julho de 1958,
momento em que os índios
Cutia e Cocranum procuravam água para a equipe
de trabalho de Bernardo
Sayão e ao chegarem à cabeceira de um riacho,
beberam, tomaram banho e
colheram aquele líquido para os que ficaram no
acampamento. No dia
seguinte, na companhia dos dois índios, 23
trabalhadores da linha de
frente da abertura da grande rodovia chegavam à
cabeceira da aguada,
onde deram início à construção de 10 barracos de
taipa, cobertos com
palha de açaizeiros.
Na gigantesca obra que seguia com destino ao
Pará, ligando o sul ao
norte do Brasil, havia diversos trechos de
serviços. O comandante
Bernardo Sayão supervisionava as 11
construtoras, distribuindo
aproximadamente 3.400 homens em 11 forças
tarefas, entre eles
maquinistas, tratoristas, candangos,
engenheiros, mecânicos,
trabalhadores braçais (conhecidos como cassacos
e arigós), topógrafos
e geodéticos, que chegavam à cidade de
Imperatriz. Ele mobilizou uma
frota de 200 caminhões, tratores, aplainadeiras
e solidificadoras,
dentre outras máquinas pesadas. A notícia da
existência de água, de
terras férteis e de uma floresta densa, ignota,
que assustava e
encantava, juntamente com o acesso dado pelas
obras da rodovia que já
se encontravam em ritmo acelerado, atraíram
inúmeros exploradores e
aventureiros; pioneiros que apareciam à procura
de trabalho e
vislumbravam o provir de um lugar pródigo em
delícias e riquezas. Em
agosto de 1958, a RODOBRÁS (órgão administrativo
criado por JK para
cuidar da abertura da estrada) montava seu
escritório em Açailândia –
uma casa de alvenaria e madeira, coberta com
telhas de cimento e
amianto, que teve a honra de hospedar ilustres
visitantes. JK, a
01.01.1959, esteve na região supervisionando o
seu segundo maior
projeto, a rodovia Belém-Brasília (o primeiro
era a construção de
Brasília). Em suas dependências, foi também
realizado o velório de
Bernardo Sayão, que faleceu no dia 15.01 daquele
ano, em decorrência
de um imenso galho de árvore ter caído em
direção à barraca na qual se
encontrava, ocasionando fraturas na perna, no
braço e na cabeça. A
mata se vingou dele como a Vupabuçu azul se
vingou de Fernão Dias Paes
Leme. Tudo aconteceu em razão do compromisso
firmado com JK, que seria
o dia do encontro das turmas Norte-Sul – a
"ligação" -, marcado para
31.01.59. Havia ainda muito serviço em pouco
tempo e o "chefe" estava
afobado por terminar o serviço. Puseram a maca
em que seu corpo
descansava sobre dois tambores de óleo. Às três
horas da tarde do dia
16 chegou o avião da FAB, que levou o seu corpo
para Belém, a fim de
que fosse embalsamado. Após, seguiu a Brasília
para ser sepultado e
receber as justas homenagens. Todavia, lá ainda
não havia cemitério e
tiveram que abrir, durante toda a noite do dia
16, uma estradinha até
o local onde foi realizado o sepultamento, que
só ocorreu em 17.01.59.
Quando morreu Bernardo Sayão, na tarde de 15 de
janeiro de 1959, não
se findou uma existência apenas. Interrompeu-se,
de maneira brusca, a
marcha evolutiva da Belém-Brasília, iniciada
vigorosamente no momento
em que também estava em ritmo acelerado a
construção da capital do
País. Foi a primeira pessoa a falecer em terras
açailandenses. Em
15.05.1968, o governador José Sarney esteve
naquela mesma casa, para o
lançamento da pedra fundamental da BR-222.
Registre-se que a história do progresso da
cidade de Açailândia teve
início em janeiro de 1959, quando João Neves de
Oliveira (João
Mariquinha) resolveu vir de Imperatriz com a sua
esposa, Maria Divina
Oliveira, seus 4 filhos e uma amiga, Maria Rosa.
Foram elas as
primeiras mulheres a pisar em solo açailandense.
Maria Rosa, porém,
não viu a cidade se desenvolver, pois foi
acometida por malária 18
dias após sua chegada, vindo a óbito em seguida.
Às margens do riacho encontrado pelos índios
Cutia e Cocranum, existia
grande quantidade de açaizeiros, o que deu
origem ao nome do
município. A palavra Açaí significa: fruto do
açaizeiro, palmeira da
Amazônia, muito apreciado nos Estados do Pará,
Maranhão e São Paulo,
sendo, hoje, exportado, inclusive, para outros
países. De acordo com o
linguajar indígena, teria o significado de haste
comprida que produz
grãos miúdos. O sufixo Lândia provém do vocábulo
inglês Land (lénd),
terra, região, ilha. Assim surgiu Açailândia
Em solenidade realizada no dia 04.06.2008, o
Procurador-Geral de
Justiça Francisco Barros entregou à população de
Açailândia as novas
instalações da promotoria de justiça daquela
comarca.
Neste ano, em que comemoramos 60 anos da
Declaração Universal dos
Direitos Humanos, passamos a ter uma ação
prática do direito à vida,
que é o acesso à justiça. É de fundamental
importância tratar dessa
questão como um direito humano, garantido e como
responsabilidade do
Estado. A criação da Casa da Cidadania de
Açailândia visa proporcionar
o maior acesso à Justiça aos cerca de 117 mil
cidadãos do município de
Açailândia e seus termos (Cidelândia e São
Francisco do Brejão), por
intermédio de serviços públicos de qualidade
para a população e o
incentivo à cidadania comunitária.
A sede está situada na av. José Dílson Caridade,
s/n, num terreno de
5.000m2, sendo 464,52m2 de área construída. Fica
próxima aos Fóruns
Eleitoral e da Justiça Estadual, possuindo cinco
gabinetes para
promotores de justiça, duas salas para
funcionários, recepção, sala de
reunião, secretaria, banheiros masculino e
feminino, arquivo,
copa/cozinha, sala de reprografia, guarita,
garagem e três depósitos
para guardar materiais diversos.
Durante a inauguração, a presidente da AMPEM,
Fabíola Fernandes, falou
da necessidade da parceria entre os órgãos: "Só
poderemos garantir a
cidadania para a população se houver a união de
todas as
instituições".
O diretor das promotorias, Marco Aurélio,
prestou homenagem à
Procuradora Terezinha Bonfim pelo seu esforço
dispendido para que a
promotoria de justiça de Açailândia fosse
entregue à população. "Aqui
é o prédio do povo. Nosso trabalho não tem
sentido se não for para
servir a população", sintetizou.
As dificuldades orçamentárias foram o foco do
discurso do
procurador-geral durante a solenidade. "Tivemos
avanços com a Lei de
Responsabilidade Fiscal, mas apenas 2% da
Receita Corrente Líquida do
Estado é reservada ao Ministério Público e isto
limita nossa atuação",
afirmou. Lembrou ainda que a promotoria de
Açailândia é a sétima a
ganhar sede própria durante sua gestão: "Fizemos
a estruturação das
promotorias, para garantir melhores condições de
trabalho aos
servidores e promotores de justiça, uma política
institucional
permanente".
Referindo-se às dificuldades criadas pelo
orçamento reduzido do
Ministério Público, a procuradora-geral de
justiça nomeada para o
biênio 2008-2010, Fátima Cordeiro, lembrou que
hoje há uma defasagem
de 52 promotores de justiça em todo o Estado.
Asseverou que "a
estruturação das promotorias de justiça é
imprescindível para a
prestação de um atendimento eficiente à
população". Em sua prédica,
comprometeu-se em continuar a política de
aparelhamento das
promotorias de justiça durante sua gestão.
Prestigiaram a inauguração os procuradores
Daniel Ribeiro, Terezinha
Bonfim, Regina Rocha e Teodoro Peres; os
promotores de justiça
Alexandre Rocha, Cássius Chai, Aline Guerra,
Fernanda Helena, Marco
Aurélio, Cláudio Rebelo, Ilana Boueres e João
Marcelo; os juízes
Wilson Mendes, Alessandra Arcangeli e Lívia
Aguiar; o Presidente da
Câmara Júlio César; o Presidente da OAB, secção
Açailândia, Ernos; a
edilidade; as polícias civil e militar; bem como
a comunidade em
geral.
No ano de 2007 foram prestados mais de 2.400
atendimentos aos
munícipes, nas cinco promotorias que integram a
comarca de Açailândia
e termos judiciários.
Teodoro Peres |
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