Theresa Catharina de Góes Campos

  CAMPANHA PELA VIDA

From: Tereza Lúcia Halliday
Date: 2009/1/19
Subject: CAMPANHA PELA VIDA


Amigos Seletos:

É a primeira vez que lhes peço para divulgar um artigo meu. Ao lê-lo, saberão por quê.
Repassem como anexo de e-mail, ponham em blog, orkut, imprimam e tirem xerox.
Difundam ao máximo entre amigos, filhos, netos, sobrinhos, amigos de amigos, colegas de trabalho, vizinhos, de qualquer idade. É preciso apenas citar a fonte (que se encontra no fim do texto).
Como ex-professora de comunicação, sei muito bem que a Teoria da Agulha Hipodérmica sobre os efeitos da mídia, não corresponde à realidade:
Uma mensagem "injetada" num leitor, ouvinte de rádio telespectador ou usuário de Internet, NÃO leva diretamente ao efeito pretendido. Pode sensibilizar alguns poucos, mas ...
O papel do "líder de opinião" (uma pessoa querida, admirada, respeitada, que endossa a informação) é quem faz a diferença na persuasão.
Assim, convido-os a serem divulgadores E líderes de opinião neste caso da matéria acima. Se conseguirmos atingir o coração de uma dúzia de leitores com esta leitura aí no anexo, teremos feito a nossa parte na Campanha pela Vida.
Muito grata e um abraço,
Tereza

C A R A L E G A L E V I T A O M A L
Tereza Halliday – Artesã de Textos

Cadáver, aleijado ou assassino. É isso aí, cara. Quem bebe e dirige pode facilmente passar de vivo a defunto, de jogador de pelada a paraplégico, de cidadão de bem a criminoso e causador de mutilações em corpos e mentes. Pensa que é exagero?

Conheça Vanessa, gatíssima, 19 anos, oito cirurgias na face – vê-se no espelho e só faz chorar. Tudo porque o namorado bebeu e dirigiu sem preocupação, desembestou a 120km e despencou do viaduto. Beleza do rosto e saúde da alma se escangalharam. Venha ver Paulo, 21 anos: vive numa cama hospitalar instalada em casa. Pentaplégico. Nunca mais poderá transar - sacou, cara? Só porque um motorista bêbado o atropelou e destroçou-lhe coluna e nervos. Fale com João, preso numa cadeira de rodas, pernas inertes, porque um respeitável cidadão em alto estado de embriaguez furou o sinal vermelho e espatifou o carro onde ele era passageiro. O motorista sóbrio, seu irmão, morreu na hora.

E Zé Carlos, cara? Gente fina, mas matou seu melhor amigo depois de beber e dirigir. Trombou com um poste, perdeu um olho e o amigo no banco de trás morreu de hemorragia interna, enganchado nas ferragens do carro. Zé Carlos nunca mais foi o mesmo – compareceu a júri, ainda chora feito bebê, pesadelos toda noite, jamais conseguiu encarar os pais do seu amigão porque o acidente não foi uma fatalidade, cara, foi o maior erro que ele cometeu na vida: bebeu e dirigiu sem preocupação. Era dos que não acreditam que mistura de bebida com direção de veículo produz cadáveres, aleijados, assassinos.

Um repórter deste jornal entrevistou freqüentadores de bar que, ao sentirem o afrouxamento da vigilância policial, declararam: "agora bebo e dirijo sem preocupação". Sem preocupação, cara! A prudência era apenas quando havia alto risco de multa e perda da carteira de motorista. Ignoram os resultados da roleta russa: tornar-se cadáver, aleijado ou assassino, estropiar alguém, sentir ou causar dor, muita dor, cara. Só vão acreditar quando acontecer o estrago irreversível.

Direção em mãos de embriagado gera torturados pelo remorso de ter causado a morte da namorada, do irmão, amigo, ou desconhecido amado por alguém. Beber e dirigir é uma fábrica de luto, cara. Torna crianças sem pai, sem mãe, produz viúvas, noivas sem noivo, pais órfãos de filhos jovens que, segundo a lei natural da vida, deveriam levar os pais ao cemitério e não o contrário. Esfarela sonhos e planos - casamentos abortados, formaturas que jamais chegaram a acontecer.

Caia na real, cara: beber e dirigir traz muita desgraça - vidas destruídas pelo desaparecimento trágico de entes queridos, pela perda de uma parte do corpo, ou da ventura de ser normal e independente. Só porque um cara legal como você pensa que beber e dirigir não é nada demais. Você é um cara legal. Continue sendo. Se beber, jamais assuma a direção de um veículo. Você nasceu para ser do bem, cara!

(Diário de Pernambuco, 19/01/2009-página A-11)
 

Jornalismo com ética e solidariedade.