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O EDUCADOR E SEU PRÓXIMO
O tempo, a atenção e o espaço
que dedicamos aos outros enriquecem
a nossa existência.
A experiência humana de olhar,
ver e sentir com intensidade amplia-se
e se aprofunda quando nos valemos das
experiências igualmente ricas de outras
pessoas, que expressam
a sua vivência de modo particular
e nos comunicam o que aprenderam, contribuindo,
assim, para a nossa educação
como indivíduos inseridos num contexto
social.
A arte, além de ser criação por
essência, também é, fundamentalmente,
CRIADORA... e, sendo criadora,
EDUCA: eleva, liberta, faz crescer, sublima.
O educador estabelece a comunicação e
conduz à criação. Os olhos do educador
vêem muito além das aparências; o educador
vê e pressente o que os outros não parecem
enxergar, perceber... ou fingem ignorar; o
educador apóia
antes dos aplausos da multidão: quem exerce a
missão de educar, não
inveja, disciplina, critica de forma generosa e
numa perspectiva do
crescimento possível;
faz sugestões, bate palmas com entusiasmo,
admira
no íntimo, e também, externamente.
O educador é aquele que vê, nos outros, as
potencialidades
de cada um e, ao invés de ignorá-las ou
negligenciá-las por inveja
ou comodismo, se empenha para não deixar que
morram no silêncio:
procura ajudar... para que as qualidades se
transformem
em realizações.
Para quem educa, todo amanhecer é um
caminhar em direção à beleza arrebatadora (e
inquietante) do
pôr-do-sol.
E o educador repete, sem jamais se fatigar ou
desistir: o que temos pertence
aos outros – daí o dever de partilharmos... Com
exclusividade,
só nos pertence o que ainda não conquistamos.
Cabe a nós a visão do
trabalho associada aos sonhos e ideais.
O esforço é de cada um; a vitória ilumina todos
nós,
irmãos e parceiros, na caminhada pela vida.
Theresa Catharina de Góes Campos
Rádio Universitária, da Universidade Federal de
Pernambuco.
Recife- PE, agosto de 1969. |
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