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A ESPERTEZA DO POEMA
Os versos não mais aceitaram
viver no íntimo do poeta.
Sem negociar, reagiram,
com voz firme se rebelaram...
exigindo seu lugar no mundo.
A esperteza do poema
no início usou máscaras
de sono e silêncio.
Disfarces e artimanhas,
mil posições de imobilidade,
fingindo até não dispor de voz;
como se mãos não tivessem
para retirar as mordaças.
Ora, mas a poesia tem energia,
uma determinação de heroína.
Com poder de convencimento,
abandona as eventuais redomas
e grita sua mensagem,altaneira.
Tudo bem se muitos não enxergam
o ritmo, o lirismo de seus versos.
Não importa o silêncio de reprovação.
Nem o desinteresse, na pressa da vida.
Nem aqueles que fecham as janelas,
sem aceitar uma visita de cortesia.
O poema abre caminhos, decidido
a não se calar, a não se esconder.
Não aceita mais viver em túneis.
Quer sair dos subterrâneos,
deixar as absurdas catacumbas,
fugir dos túneis sem saída,
não mais viver em cavernas.
É preciso manter a fé, a todo custo,
cultivar a esperança de encontrar
uma porta aberta, uma acolhida
à poesia de braços abertos,
olhar amigo, ouvidos atentos.
Theresa Catharina de Góes Campos
Charlottetown - Prince Edward Island, Canadá (24 de outubro de 1971)
From: Luci Tiho
Ikari
Date: 2009/2/10
Subject: magia da poesia -ref. A esperteza do
poema - Theresa
Catharina G. Campos
To: Theresa Catharina de Goes Campos
Theresa Catharina:
No seu poema, esta característica é a magia da
poesia, que consegue transmitir pensamentos de
maneira concisa, rápida e criativa. E você é
mestre nessa competência. Luci |
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