Theresa Catharina de Góes Campos

  LEGISLAÇÃO PROÍBE CONCESSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS A DETENTORES
DE CARGO ELETIVO

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26 de Fevereiro de 2009

Falta De Apetite 16/02/2009 | 19:40
Ninguém contesta o coronel

*Luciano Martins Costa

Quem acessar durante esta semana o site do Observatório da Imprensa
vai encontrar na enquete a seguinte pergunta: "É correto um político
usar uma concessão pública de TV para atacar seus adversários?".

A questão vem à superfície porque o presidente do Senado, José Sarney,
foi apanhado em gravação da Polícia Federal orientando seu filho
Fernando a usar as emissoras da família para atacar um adversário
político.

Sarney é dono de um conglomerado de comunicação que inclui emissora de
televisão afiliada à Rede Globo. A legislação proíbe a concessão de
serviços públicos, entre eles os de radiodifusão, a detentores de
cargo eletivo.

O pesquisador Venício A. Lima, integrante deste Observatório, já
demonstrou que 51 deputados são donos ou sócios de emissoras, enquanto
o Instituto de Estudos e Pesquisas em Comunicação constatou que pelo
menos 27 dos 81 senadores são proprietários de veículos de
comunicação, diretamente ou através de prepostos ou parentes. É o
chamado coronelismo eletrônico.

O capítulo específico da Constituição de 1988 sobre Comunicação Social
tem cinco artigos, que nunca foram regulamentados.

Pouco ânimo
Esse debate deveria estar fervendo na imprensa por esses dias, em
função da conversa entre Sarney pai e Sarney filho, revelada pela
Folha de S.Paulo. Mas o que os jornais destacam nas edições de
terça-feira (10/2) é o projeto que livra da prisão os operadores ou
responsáveis por emissoras clandestinas. Em vez de processo criminal,
os acusados serão submetidos a processo administrativo no Ministério
das Comunicações. Praticamente todos os jornais deram atenção à
proposta, abordando corretamente o tema, com abertura de opiniões
variadas.

A imprensa se manifesta contrária à existência das emissoras
clandestinas, o que é razoável. Algumas delas estão nas mãos do crime
organizado, mas na maior parte dos casos trata-se de emissoras
comunitárias em situação irregular. É um problema que de fato precisa
ser levado a debate, e até, eventualmente, a audiências públicas.

A imprensa está preocupadíssima com as emissoras clandestinas. Mas não
tem o mesmo ânimo para a outra irregularidade, muito mais grave, que é
a permanência do coronelismo eletrônico.

*Jornalista, é colaborador do Observatório da Imprensa e apresentador
do programa na rádio Cultura de São Paulo
Comentário para o programa radiofônico do OI, 10/2/2009

From: Luci Tiho Ikari
Date: 2009/2/27
Subject: Re: LEGISLAÇÃO PROÍBE CONCESSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS A
DETENTORES DE CARGO ELETIVO
To: Theresa Catharina de Goes Campos


Theresa Catharina:
Acho incrível como esses políticos agem em defesa da própria causa e nunca em nome do povo que os elege. Luci

 

Jornalismo com ética e solidariedade.