Depois do sucesso das
exibições de “Orfeu e Eurídice”
comprovando que existe um público
fiel e apaixonado por ópera
em Brasília,
o
Embracine
CasaPark exibe no próximo domingo,
dia 08 de março, a sessão
do espetáculo do Metropolitan Opera
de Nova York “Lúcia de Lammermoor”,
de Gaetano Donizetti. Conduzida pelo
maestro Marco Armiliato, a ópera
traz nos papéis principais a soprano
Anna Netrebko (Lúcia), o tenor Piotr
Beczala (Edgardo), o barítono
Mariusz Kwiecien (Enrico) e o
baixo-barítono (Ildar Abdrazakov). A
sessão será exibida simultaneamente
em várias cidades do Brasil,
às 17h.
Ingressos:
R$ 25,00 inteira e R$
12,50 meia.
Lúcia de
Lammermoor
(Lucia de Lammermoor)
De Gaetano Donizetti – 2009, 2h45
Libreto de Salvadore
Cammarano, baseado no romance “The
Bride of Lammermoor” de Walter
Scott.
Première mundial em
Nápoles, Teatro San Carlo, 26 de
setembro de 1835.
Condutor:
Marco Armiliato
Lúcia
: Anna Netrebko
Edgardo:
Piotr Beczala
Enrico:
Mariusz Kwiecien
Raimondo:
Ildar Abdrazakov
Produção:
Mary Zimmerman
Cenário:
Daniel Ostling
Figurino:
Mara Blumenfeld
Iluminação:
T.J. Gerckens
Coreografia:
Daniel Pelzig
A personagem de Lúcia
se tornou um ícone dentro e fora da
ópera, um arquétipo da mulher
reprimida em busca de afirmação na
sociedade. Ela reaparece como
exemplo para vários outros
personagens, como a adúltera Madame
Bovary, de Flaubert, e os contidos
ingleses nos romances de E. M.
Forster. A insanidade que toma conta
de Lúcia e a destrói ficou marcada
na imaginação do público. A loucura
como é explorada nesta ópera não é
algo que ocorre apenas como subsídio
à trama: ela é em primeiro lugar uma
tragédia pessoal, um comentário
político e um ritual de catarse.
Os criadores
Gaetano Donizetti
(1797-1848) compôs aproximadamente
75 óperas, além de música de câmara
e para orquestra, em uma carreira
abreviada pela doença e morte
prematura. A maior parte de seu
trabalho, com exceção de Lúcia
e as cômicas L’Elisir d’Amore
e Don Pasquale, desapareceu
para o público após sua morte, mas o
reconhecimento crítico e popular do
restante de sua enorme obra tem
crescido consideravelmente nos
últimos 50 anos. O libretista
napolitano Salvadore Cammarano
(1801-1852) também escreveu para
Verdi (Luisa Miller e Il
Trovadore). A base para Lúcia
foi The Bride of Lammermoor,
um romance de Sir Walter Scott
(1771-1832) ambientado nos anos que
precederam a união da Escócia com a
Inglaterra, em 1707. Os romances de
Scott, em sua maioria aventuras
passadas numa velha e mítica
Escócia, foram imensamente populares
entre o público europeu.
A Música
A ópera de Donizetti
e de seus contemporâneos italianos
veio a ser classificada sob o título
de bel canto (canto belo), um
gênero que enfatiza a agilidade
vocal e a beleza lírica para
expressar dramaticidade. Hoje, o
grande desafio ao se executar essa
música está em encontrar o
equilíbrio certo entre o virtuosismo
vocal e a profundidade dramática.
Momentos isolados da trilha que
podem ter seus próprios encantos - a
ária de Lúcia no ato I, “Regnava nel
silenzio”, e o celebrado sexteto que
encerra o ato II, por exemplo -
ganham força dramática ainda maior
quando ouvidas no contexto da peça.
Isso talvez seja mais aparente na
cena de loucura da soprano no ato
III. A beleza da linha melódica e a
agilidade necessária para atingir as
notas nessa cena específica podem
confundir o ouvinte, fazendo com que
ele pense se tratar de um mero
exercício virtuosístico. Mas no
contexto da ópera, com suas alusões
musicais aos acontecimentos passados
e a interpretação dramática da
soprano, a cena de loucura é
transformada. O que ocorre no drama
é uma desoladora evocação do
desespero, enquanto que a beleza da
música se torna um irônico
comentário sobre o lado amargo da
“vida real”. A cena final no
cemitério, construída através de
duas árias difíceis para o tenor, é
um outro exemplo do contexto
dramático favorecido pela grande
melodia: há um contraste catártico
entre esta cena e a tensão
disciplinada da cena anterior, a
insanidade de Lúcia.
O cenário
O conto é ambientado
na Escócia, considerada pelos
artistas do romantismo uma paisagem
selvagem no limiar da Europa, por
sua bagagem cultural que mistura o
código cavalheiresco Francês com um
sistema tribal ancestral. Guerra
civil e conflitos tribais são
acontecimentos recorrentes na
história da Escócia, o que favorece
um ambiente fragmentado, refletido
tanto na situação familiar de Lúcia
quanto em sua frágil psique. O
design de Mary Zimmerman para essa
produção do Met sugere uma
ambientação no século XIX, e alguns
elementos visuais são inspirados em
lugares reais da Escócia.
Lúcia de
Lammermoor
no Met
Lúcia teve sua
première no Metropolitan Opera
Company em 24 de outubro de 1883,
dois dias após a primeira
apresentação da casa. O papel-título
ficou a cargo da versátil Marcella
Sembrich. A soprano francesa Lily
Pons estreou no papel em 1931 e
representou a personagem mais 92
vezes, até 1958. Nellie Melba cantou
31 vezes, entre 1893 e 1901,
frequentemente dispensando a cena
final no cemitério para que a ópera
fosse concluída com a grande cena de
loucura. Na segunda metade do século
XX até o nosso, sopranos de estilos
diversos assumiram o papel,
incluindo a notável Maria Callas, em
sete apresentações em 1956 e 1958.
Outras sopranos que deixaram suas
marcas no papel incluem Roberta
Peters (29 apresentações entre 1956
e 1971), Joan Sutherland (37
apresentações, de sua impressionante
estréia no Met em 1961 até 1982),
Renata Scotto (20 apresentações de
1965 a 1973), a falecida Bervely
Stills (7 performances na temporada
de 1976-1977) e Ruth Ann Swensen (20
apresentações entre 1989 e 2002).
LÚCIA DE
LAMMERMOOR
De Gaetano
Donizetti
Gênero: Ópera -
2009 - Duração: 2h45
Exibição: 08 de
março, domingo, às 17:00, no
Embracine CasaPark
Shopping CasaPark
- Loja 3A - SGCV Sul - Informações:
(61) 3481 6666
Valor: R$ 25,00
inteira e R$ 12,50 meia