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PROCURANDO OS SONS
Porque tanto chorou,
mas muito mais sorriu,
bem melhor viveu.
O baobá imponente tem
raízes majestosas,
imensas como sua força
de árvore sem medo.
O sono da liberdade,
o sonho da libertação,
tem gosto de urgência,
uma voz indisfarçável.
O espantalho erguido nos campos,
ainda que sem vida real,
guarda a vida latente,
protege o pulsar das sementes.
Realejo a encantar
a garotada irrequieta
com melodia de anjos
disfarçados na imagem,
visíveis nos sons.
Cadê a gaita? E o violão?
Cadê a flauta, aonde foi ?
Quem levou a sanfona?
Quem escondeu o bandolim?
Tenham paciência...
daqui a pouco voltam:
foram buscar os sons !
Theresa Catharina de Góes Campos
Estoril-Portugal, setembro de 1960 |
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