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EXPERIÊNCIAS PESSOAIS NA LUTA CONTRA O CÂNCER
Amiga ......,
VOCÊ VENCERÁ O CÂNCER com as suas forças e
seguindo a orientação dos
médicos, todos sob as bênçãos de Deus!
From: ...
Date: 2009/5/5
Subject: Re: Você vencerá, com as suas forças e
seguindo a orientação
dos médicos, sob as bênçãos de Deus!
Theresa Catharina de Góes Campos
To: Theresa Catharina de Goes Campos
querida Theresa, obrigada pelo retorno e pelas
explicações q vc me
mandou, me deixaram mais fortalecida. Estou
fazendo tudo q os médicos
estão pedindo. Deus me mostrou, foi tudo por
acaso, uma clínica, o
IPC, Instituto Paulista de Cancerologia, onde
trabalham de forma
multidisciplinar, todos os profissionais
envolvidos se encontram no
mesmo lugar, super atenciosos e carinhosos,
estou sendo assistida por
eles, pelos amigos e, principamente pela minha
familha!!!
Ontem fiz a 1ª sessão de químio, apesar de
alguns efeitos colaterais q
tô sentindo hoje, correu tudo bem!!!
Agradeço o carinho ..................
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Em ter, 28/4/09,
Theresa Catharina de Goes Campos escreveu:
De: Theresa Catharina de Goes Campos
Assunto: Você vencerá, com as suas forças e
seguindo a orientação dos
médicos, todos sob as bênçãos de Deus!
Para: ...........
Data: Terça-feira, 28 de Abril de 2009, 23:34
Querida amiga ...........:
Confesso que eu bem sei o quanto você está
sofrendo, ou melhor, talvez
nem tanto, pois não retirei um dos seios,
considerando que meu câncer
foi ginecológico, pélvico, e o que retirei foram
o útero e os ovários
e, em seguida, o meu primeiro oncologista e
cirurgião, Dr. Eliomar
Francisco Gomes de Oliveira, retirou tudo o que
parecia
suspeito,investigando até uma área quase junto a
meu busto, extirpando
glândulas linfáticas (realizou uma
histereoctomia radical, mais uma
linfodectomia em uma área maior).
Antes de prosseguir enfatizo que minhas palavras
são uma descrição
pessoal, de leiga, segundo a minha limitada
compreensão do que me foi
explicado de forma competente, mas talvez eu não
esteja reproduzindo
de maneira tão correta como eu gostaria.
Entretanto, foi o que eu
entendi, das explicações que me foram dadas...
Como o meu tumor de ovário maligno foi do tipo
bem agressivo e "fatal "
(meus oncologistas nunca usaram essa palavra,
mas outros médicos me
disseram isso, à medida que fui sobrevivendo...)
além de recidivo,
depois dessa cirurgia tão radical, em 1998, o
câncer voltou
a ocorrer , e fiz nova cirurgia ,três anos
depois, em outubro de 2001,
já sob os cuidados de Dr. João Nunes de Matos
Neto. Os tumores, de um
lado e de outro da região pélvica, não poderiam
ser retirados porque
estavam localizados nos vasos sanguíneos, em
ambos os lados da região
pélvica, junto ao fêmur...Dr. Eliomar, meu
primeiro cirurgião e médico
oncologista, naquele ano estava ausente do
Brasil, fazendo uma longa
especialização em hospital da Universidade de
Harvard (Boston,
Massachusetts - EUA) .
Quando soube estar de novo com câncer, eu me
encontrava ausente de
Brasília, tendo viajado para SP, sem esperar os
resultados dos exames
de acompanhamento oncológico. Minha mãe obrigou
a minha sobrinha (que
demorou um pouco para ceder à vontade da avó...)
a lhe entregar os
resultados ...ao ler , viu que o CA 125 indicava
o retorno da doença,
e logo me avisou, exigindo que eu retornasse ao
DF sem demora...e não
esperou a minha chegada à cidade. Escolheu,
ouvindo as melhores
referências, o meu novo médico. Marcou consulta
com Dr. João e a ele
foi mostrar os tais resultados assustadores.
Regressei sem demora a
Brasília, para marcar aquela
segunda cirurgia. Dr. João Nunes me explicou que
o objetivo não seria
a retirada dos tumores, porque, se tentasse
retirá-los, devido à
localização, posteriormente haveria a
necessidade de amputar as
pernas!
Por isso a cirurgia foi realizada, mas para
localizar os tumores,
fazer biopsia ,
antes de, um mês depois, em outra cirurgia,
colocar um cateter para
eu fazer a quimioterapia. Durante seis meses, me
submeti à quimio. A
cada sessão, passava três semanas em casa, sem
sair, seguindo as
ordens do médico, por eu ter ficado sem
imunidade devido à
quimioterapia. Terminada a quimio, em maio de
2002, o câncer já estava
voltando, de
acordo com a biopsia, pela terceira vez.
Esperamos, seguindo as
instruções de Dr. João, mais dois meses e novo
exame foi realizado, em
outro laboratório. Entretanto, a conclusão foi
idêntica: "NIVA de alto
grau ", indicando que havia células pré-câncer
se desenvolvendo, rumo
a uma nova ocorrência de câncer.Os tumores
continuavam nos mesmos
locais e do mesmo tamanho. Felizmente não se
espalharam (metástese)
nem aumentaram de tamanho.
Assim, a realidade estava confirmada: eu já
tinha células
pré-câncer, que se desenvolveriam em câncer, se
nada fosse feito.
Como você sabe, cada paciente é diferente e,
para cada pessoa, os médicos
decidem o que será melhor, o tratamento mais
apropriado, o método mais
conveniente para cada situação...Meu médico
oncologista e cirurgião,
aqui em Brasília, Dr. João Nunes, do Centro de
Câncer (CETTRO ) e do
Hospital Universitário de Brasília (HUB),
considerou que seria melhor
não me submeter a outra quimioterapia, encerrada
há poucos meses e,
como os exames ( tomografia computadorizada,
inclusive) indicavam
que meus rins,baço e fígado tinham sido
preservados, estavam normais,
ele decidiu também não me indicar a
radioterapia. Aceitei a solução
escolhida por ele: uma nova cirurgia, quando
foram separadas as
células normais das células pré-câncer,
retirando apenas estas e
deixando as outras, sadias. Isso foi em outubro
de 2002...até hoje,
Dr. João Nunes, o corajoso realizador da
"façanha" (linguagem
minha...), em nossas
consultas mais recentes costuma repetir, levando
as mãos à cabeça
para rememorar comigo: "ah, d. Theresa
Catharina, aquela
cirurgia.....foi muito complexa, difícil. Não
esqueço aquela sua cirurgia..." .
Como o cateter da quimioterapia não pode
permanecer mais de dois anos
e meio (depois desse prazo o corpo rejeita,
causando infecção), em maio de 2004 Dr. João
Nunes fez a cirurgia para a retirada do meu
cateter .
De seis em seis meses faço uma série de exames
para acompanhamento
oncológico, todos aqui em Brasília, cidade onde
resido e tenho meus
familiares. Sei, entretanto, que a medicina em
SP é muito adiantada,
dispõe de mais recursos, aparelhagem
moderníssima,etc.
Após lhe dar esses detalhes, explico : essa
longa mensagem foi para
lhe dizer que, na
luta contra o câncer, existe a possibilidade de
vitórias. Nós,
pacientes, amparados por todos os recursos
possíveis, precisamos
ajudar os médicos, seguindo as instruções e
sendo otimistas, porque
isso aumenta a nossa imunidade, reforça as
energias do nosso corpo.
Você vai vencer, tenho certeza - sob os cuidados
médicos e as bênçãos de
Deus. Viva cada dia com imensa esperança e
grande determinação -
porque qualidades humanas você tem !
Se tudo correr bem, voltarei a SP no próximo dia
7 de maio, aí
permanecendo até 9 de agosto.
Por favor, estou às ordens para o que você
precisar.
Você está sendo amparada nos seus direitos como
paciente de câncer?
Nos meus sites, tenho algumas matérias
importantes sobre o assunto.
Veja se lhe interessam.
Beijos e abraços muito carinhosos da amiga
Theresa Catharina
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2009/4/28
Querida Theresa, falando em vida, eu estou
passando por um momento
muito difícil, estou lhe escrevendo porque eu
sei q voce passou por
isto. Faz, mais ou menos 2 meses q descobri um
nódulo no meu seio
esquerdo,
infelizmente foi detectado como malígno. Dia 7
de abril, operei,
tiraram o nódulo e esvaziaram a axila, já estava
positivo. Agora
estarei enfrentando a 2ª fase do tratamento,
tenho q fazer químio e
rádio.
Abraços da amiga ...
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Em seg, 27/4/09,
Theresa Catharina de Goes Campos escreveu:
De: Theresa Catharina de Goes Campos
Assunto: EXISTE VIDA SEM POESIA? - Theresa
Catharina de Góes Campos
EXISTE VIDA SEM POESIA?
Rasgando minha carne,
atravessando o coração,
os poemas saíram de mim.
Espirrando sangue,
explodindo em dores,
libertaram-se meus poemas.
Transformaram células,
me viraram de cabeça
para baixo, estes poemas.
Mudaram o metabolismo,
chamaram as lágrimas,
fizeram de tudo, estes poemas!
Para vir à luz,
meus poemas rebeldes
convocaram o coração.
Com a sua sensibilidade,
alteraram meus hormônios,
irritaram, agitaram meu cérebro,
estes poemas insistentes,
que desvendaram minh'alma.
Não tenho mais segredos,
nem confidências:
meus versos disseram tudo!
Da infância à terceira idade,
em corpo e alma,
os poemas me revelaram.
De surpresa em surpresa,
de susto em susto,
o corpo não me dá trégua.
De imprevisto em imprevisto,
fico em sobressalto, sou
conduzida a médicos e hospitais.
Às vezes meu corpo
até expulsa de mim
a vida da minha vida,
a poesia redentora.
Ou será que ela,
por decisão própria.
consciente, prefere,
percebendo a situação
acima de suas forças,
sair de mim, discreta
e serena, de mansinho,
talvez para não atrapalhar
os tratamentos...ela,
a poesia que tudo parece
ver e compreender ?
Theresa Catharina de Góes Campos
Brasília-DF, 13 de abril de 2009 |
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