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QUEBRANDO O SILÊNCIO SOBRE NAUFRÁGIOS E
PERDAS
From: Theresa
Catharina de Goes Campos
Date: 2009/5/25
Subject: Você sempre esteve no meu coração de
amiga - o silêncio que
aconteceu foi um ...
To: Tânia ....................
Querida Tânia:
Para mim, você nunca deixou de ser, no meu
coração e nas minhas
memórias, uma grande amiga, jamais sendo
interrompida nem abalada, aquela primeira
amizade iniciada na infância...cultivada na
adolescência e na mocidade, para perdurar até o
fim de meus dias.
O silêncio que aconteceu depois foram as décadas
envoltas nas trevas e
perdas de minha existência, para a qual eu não
desejaria chamar nem
aqueles que me fizeram e continuam a me fazer
mal, pois só amo o bem,
só quero o bem, para todos, de fato, meus irmãos
em Cristo. Mesmo
aqueles que não me amam, porque não deixam de
ser irmãos.
Aos poucos, a duras penas, fui me salvando dos
sucessivos, lentos
naufrágios, para os quais eu jamais chamaria,
colocaria em perigo, as
pessoas mais queridas. Antes me afogar , morrer
sozinha...
Alguns de meus poemas doloríssimos, consegui ter
a coragem de
publicar, há pouco tempo, quase silenciosamente,
sem antes enviar a
ninguém, para que fossem lidos por acaso, em
meio a outras poesias,
...e talvez compreendessem os abismos em que
estive jogada. Sobrevivi
unicamente pela fé, alimentada numa esperança
visionária. E pela
compaixão demonstrada a mim por umas poucas
pessoas, ainda que algumas não me fossem
próximas.
E quanto mais o meu silêncio era mal
interpretado, mais eu me
desesperava, em choque, traumatizada pelos
acontecimentos sucessivos,
e recolhida no meu âmago solitário,
silenciosamente, nas trevas
penosas de meu coração a carregar o corpo
atingido e adoecido.
Porque, enquanto de minha parte havia apenas
silêncio, comentários e
depoimentos a mim nocivos afastavam de mim a
solidariedade e a
compreensão de que eu tanto necessitava.
O que escrevo aqui não é texto literário, mas a
pura verdade, uma
confissão real, muito sofrida.
Nem vou ler outra vez, para não apagar. E por
favor não se sinta numa
suposta obrigação de você comentar. Escrevi para
que eu, não só me
explicasse a você, minha amiga, como também,
exercesse o meu direito
de me defender. De qualquer modo, trata-se
somente de uma tentativa,
embora eu reconheça que é difícil se fazer uma
correção de palavras
ditas por outras pessoas no passado...e nesse
tempo do ontem não foram
conhecidas por mim. Nem rebatidas, inclusive,
porque eu não tinha
conhecimento nem controle do que estava
acontecendo, nem eu teria
condições para isso, por contar exclusivamente
com o recurso de meu
testemunho individual.
Afinal, recorrendo a metáforas, como alguém vai
reagir, testemunhar a
seu favor, quando está golpeado e ferido, quase
sem voz, derrubado no chão, tentando reunir as
forças que lhe restaram... para se levantar?!
Abraços carinhosos da amiga de sempre,
Therezita |
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