Theresa Catharina de Góes Campos

  PASTORAL RODOVIÁRIA: REFLEXÕES PARA AGOSTO DE 2009

From: LMAIKOL
Date: 2009/7/18
Subject: Reflexões Homiléticas para Agosto de 2009


Reflexões Homiléticas para Agosto de 2009

DÉCIMO OITAVO DOMINGO COMUM (02.08.09)

Jo 6, 24-35

“Eu Sou o Pão da Vida”

Continuamos uma série de leituras dominicais a partir do
sexto Capítulo de João. Este capítulo é extraordinariamente denso em
conteúdo e muito carregado com a simbologia judaica da época de Jesus.
Hoje o tema central versa sobre Jesus como “O Pão da Vida”

No Antigo Testamento muitas vezes pão é usado como símbolo da Palavra
de Deus; por exemplo, Is 55,10-11; Amós fala não de fome de pão nem
sede de água, mas fome de escutar a Palavra de Deus, em Am 8, 11-12; A
Sabedoria convida os simples a comer do seu pão e beber da sua seu
vinho em Pr 9, 5; Sirac (Eclesiástico) fala da sabedoria que alimenta
as pessoas com o pão de compreensão e a água de sabedoria (Eclo 15,
4). Até o maná no deserto chegou a ser usado como símbolo da Tora, ou
Lei (Dt 8, 2-3). Podemos ligar essas idéias com Cap. 6 de João.

Divisão do Capítulo:

- 1-15: Multiplicação dos pães

- 16, 21: Jesus anda nas águas

- 22-24: Situa o discurso

- 25-29: Introdução ao discurso

- 30-40: Discurso

- I parte: 30-34

- II parte: 35-40

- 41-51: Segunda Parte

- 52-58: Terceira Parte

- 50: Aparte

- 60-61: Reação e opção dos discípulos

O início do relato deixa claro que a multidão reconheceu
de fato o poder de Jesus; mas, era incapaz de entrar mais
profundamente no sentido dos seus sinais (lembremos que o Quarto
Evangelho não usa o termo “milagre” para as sete ações principais de
Jesus, mas “sinais”, embora haja ainda edições que traduzem de maneira
errada). Eles buscam as vantagens imediatas que podem esperar de
Jesus; mas, Jesus insiste que a fé nasce da capacidade de reconhecer
as obras d’Ele como sinais - que demonstram uma verdade mais profunda,
que Jesus é o alimento que faz viver. Assim, o Filho do Homem vem do
céu e os sinais que Ele opera garantem a sua origem e a sua missão.
Jesus quer que creiam e recebam o que Deus lhes oferece n’Ele.

A turba quer saber de um sinal para que pudesse “ver” e
“crer” em Jesus. Mas, na visão do João, o “ver” real é conseguir
descobrir a realidade completa de quem realiza os sinais, e não parar
só nos sinais externos. No fundo, a multidão quer que Jesus confirme
as suas expectativas messiânicas, realizando milagres - e não entendem
a profundidade da mensagem de Jesus, que ultrapassa tais expectativas.

Os próprios judeus começam a falar da história do maná no
deserto. No tempo de Jesus, muitos doutores da Lei ensinavam que o dom
do maná era o maior prodígio do tempo do Êxodo. Jesus reformula as
expectativas apocalípticas da época, que esperavam de novo maná do
céu, insistindo, que o verdadeiro pão da vida é dado pelo Pai e não
por Moisés; que o Pai “dá”, não “deu”; e que o pão que o Pai dá é
aquele que veio dar a vida ao mundo. Jesus é realmente o “pão da vida”
porque crer n’Ele é participar da verdadeira vida.

Nesse trecho encontramos Jesus usando a frase “Eu Sou” - o
que soava aos ouvidos dos judeus da época como referência ao nome de
Deus na história do Êxodo “Eu Sou aquele que sou” (Êx 3, 14). Tudo
aponta para a verdadeira origem de Jesus, e o fato que a verdadeira
vida só se acha n’Ele.

Hoje também esses versículos nos desafiam para que
ultrapassemos os limites de uma religião superficial, e para que nos
mergulhemos no mistério de Jesus, criando relacionamento cada vez mais
profundo com Ele e assumindo uma vida de verdadeiros
discípulos-missionários, apaixonados por Ele e pelo seu projeto, o
projeto d’Aquele que veio para que “todos tenham a vida e a tenham em
abundância” (Jo 10, 10).

DÉCIMO NONO DOMINGO COMUM (09.08.09)

Jo 6, 41-51

“Quem come deste pão viverá para sempre”

No texto de hoje, nos encontramos no meio do discurso de
Jesus sobre o “Pão da Vida”. O gancho que João usa para pendurar o
discurso é o pedido dos judeus em v. 35: “Senhor, dá-nos sempre desse
pão”. Em resposta, Jesus começa o seu grande discurso. Divide-se em
duas partes. Na primeira parte (vv. 35-50), que inclui o texto de
hoje, o pão celestial que nos nutre é a revelação ou o ensinamento de
Jesus (o tema sapiencial); na segunda parte (vv. 51-58) será a
eucaristia (tema sacramental). O redator da comunidade joanina
combinou “o pão do céu” com o material eucarístico da Última Ceia e
assim formou a segunda parte do discurso como um paralelo à primeira.
Isso explica a ausência de um relato da instituição da eucaristia nos
textos da Ceia em João - pois o seu conteúdo básico foi colocado aqui.

Como os seus antepassados murmuravam no deserto contra o pão que Deus
mandava - o maná - agora eles se queixam do novo maná. Aqui logo
aparece uma característica do João - a ironia. Os judeus (aqui se
entende as autoridades judaicas e não o povo judeu) dizem que conhecem
a origem de Jesus, pois só pensam na sua família de origem; e Jesus
mostra que na verdade não a conhecem, pois eles não viram o Pai, a sua
verdadeira origem. Aqui também aparece em v. 47 - mais uma
característica joanina - a escatologia realizada. Enquanto para os
Sinóticos o juízo é algo que acontece no último dia, para João,
frequentemente, já aconteceu, pois a pessoa é salva ou condenada já,
pela sua aceitação ou não de Jesus como o Filho de Deus.

Aqui, de novo, João nos dá o que talvez seja uma variante das palavras
da instituição da eucaristia: “O pão que eu vou dar é a minha própria
carne, para que o mundo tenha a vida” (v. 51). João enfatiza que o
Verbo Divino se tornou carne e tem entregado a sua carne como alimento
da vida eterna.

O texto não é fácil, pois é extraído de um discurso muito
mais comprido e que forma uma unidade. Mas está ligado à multiplicação
dos pães - a participação eucarística no corpo e sangue de Jesus exige
uma vivência de partilha e solidariedade. Esse tema é caro a João e é
retomado na sua Primeira Carta.


FESTA DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA (16.08.09)

Lucas 1, 39-45

“Você é bendita entre as mulheres

Para entender bem a finalidade de Lucas em relatar os
eventos ligados à concepção e nascimento de Jesus, é essencial
conhecer algo da sua visão teológica. Para ele, o importante é
acentuar o grande contraste, mesmo que haja ainda continuidade, entre
a Antiga e a Nova Aliança. A primeira está retratada nos eventos que
giram ao redor do nascimento de João Batista, e tem os seus
representantes em Isabel, Zacarias e João; a segunda está nos relatos
ao redor do nascimento de Jesus, com as figuras de Maria, José e
Jesus. Para Lucas, a Antiga Aliança está esgotada - os seus símbolos
são Isabel, estéril e idosa, Zacarias, sacerdote que não acredita no
anúncio do anjo, e o nenê que será um profeta, figura típica do Antigo
Testamento. Em contraste, a Nova Aliança tem como símbolos a virgem
jovem de Nazaré que acredita e cujo filho será o próprio Filho de
Deus. Mais adiante, Lucas enfatiza este contraste nas figuras de Ana e
Simeão, no Templo, (Lc 2, 25-38), especialmente quando Simeão reza:
“Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar o teu servo
partir em paz. Porque meus olhos viram a tua salvação” (2, 29). Por
isso, não devemos reduzir a história de hoje a um relato que pretende
mostrar a caridade de Maria em cuidar da sua parente idosa e grávida.
Se a finalidade de Lucas fosse essa, não teria colocado versículo 56,
que mostra ela deixando Isabel depois do nascimento de João: “Maria
ficou três meses com Isabel; e depois voltou para casa”.

Também não é verossímil que uma moça judia de mais ou
menos quatorze anos enfrentasse uma viagem tão perigosa como a da
Galiléia à Judéia! A intenção de Lucas é literária e teológica. Ele
coloca juntas as duas gestantes, para que ambas possam louvar a Deus
pela sua ação nas suas vidas, e para que fique claro que o filho de
Isabel é o precursor do filho de Maria. Por isso, Lucas tira Maria de
cena antes do nascimento de João, para que cada relato tenha somente
as suas personagens principais: de um lado, Isabel, Zacarias e João;
do outro lado, Maria, José e Jesus.

O fato que a criança “se agitou” no ventre de Isabel faz
recordar algo semelhante na história de Rebeca, quando Esaú e Jacó
“pulavam” no ventre dela, na tradução da Septuaginta de Gn 25, 22. O
contexto, especialmente versículo 43, salienta que João reconhece que
Jesus é o seu Senhor. Com a iluminação do Espírito Santo, Isabel pode
interpretar a “agitação” de João - é porque Maria está carregando o
Senhor.

As palavras referentes à Maria: “Você é bendita entre as
mulheres, e bendito é o fruto do seu ventre” (v. 42) fazem lembrar
mais duas mulheres que ajudaram na libertação do seu povo: Jael (Jz 5,
24) e Judite (Jd 13, 18). Aqui Isabel louva a Maria que traz no seu
ventre o libertador definitivo do seu povo.

Finalmente, vale destacar o motivo pelo qual Isabel chama
Maria de “bem-aventurada” (v. 45): “Bem-aventurada aquela que
acreditou”. Maria é bendita em primeiro lugar, não pela sua
maternidade, mas pela fé - em contraste com Zacarias, que não
acreditou. Aqui Maria é principalmente modelo de fé.

Podemos também acrescentar que neste primeiro capítulo nós
encontramos as frases da primeira parte da oração da “Ave Maria”: “Ave
Maria” (1, 28); “Cheia de graça” (1, 28); “O Senhor é convosco” (1,
28); “Bendita sois vós entre as mulheres” (1, 42); “Bendito o fruto do
vosso ventre” (1, 42). Juntos com Isabel, saibamos honrar Maria, mãe
do Senhor, modelo de fé para todos nós! Mas, a fé de Maria - como,
aliás, sempre é na Bíblia - não foi uma adesão somente intelectual a
Deus. Era o assumir do projeto de Deus - justiça, libertação,
solidariedade e salvação integral. Por isso, Lucas põe na boca de
Maria o grande Cântico do Magnificat, atualizando o Canto de Ana, (1
Sm 2, 1-10), cantando a grandeza do nosso Deus, que se põe ao lado dos
humilhados e sofridos, e derruba os poderosos e prepotentes!

O texto de hoje nos lembra que Maria era uma mulher lutadora,
totalmente comprometida com o projeto de Deus para um mundo fraterno.
Se ela estivesse entre nós hoje, sem dúvida ela - como também Jesus -
estaria nos movimentos e pastorais sociais, lutando pela vida digna de
todos e celebrando com os irmãos e irmãs a fé no Deus de Justiça,
Libertação e Salvação.


VIGÉSIMO PRIMEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM (23.08.09)

Jo 6, 60-69

“Tu tens palavras de vida eterna”

O texto de hoje forma a conclusão do grande discurso sobre o Pão da
Vida. Mais uma vez, a bíblia deixa claro que diante de Jesus e das
suas palavras, o ouvinte tem que tomar uma decisão radical. Os
versículos do nosso texto não escondem o fato que nem todos conseguem
optar por Jesus.

As primeiras palavras de hoje, “depois de ter ouvido isso”, demonstram
que a divisão nasceu a partir de algum ensinamento de Jesus, sem
explicitar o motivo exato da discussão. As preocupações comunitárias
dos versículos anteriores, a afirmação de Jesus de que Ele dá o seu
corpo como pão da vida e o fato que o texto se dirige aos discípulos,
indicam que provavelmente foi o discurso eucarístico a fonte de
divisão. Porém, a afirmação de Jesus de que ele “dá a vida” - o que
causou já uma divisão em 5, 19-47, e a identificação da sua palavra
reveladora com “o pão vindo do céu” na primeira parte do discurso,
talvez tenham criado a controvérsia. De qualquer maneira é importante
notar que a divisão não se dá entre “os judeus”, mas entre os próprios
discípulos, muitos dos quais abandonam Jesus neste momento. Sem
dúvida, essa história reflete a experiência da Comunidade do Discípulo
Amado, pelo ano 90, quando estava sentindo na pele as dores de
divisão, pois muitos dos seus membros estavam abandonando-a (essa
divisão é o pano do fundo das três Cartas Joaninas).

É muito interessante a reação de Jesus diante do abandono
da maioria dos seus discípulos. Ele não arreda o pé; mas, com toda
calma, até convida os Doze para saírem, se não podem aceitar a sua
palavra. Jesus não se preocupa com números - mas com a fidelidade ao
Pai. Talvez até fique sozinho, mas não vai diluir em nada as
exigências do seguimento da vontade do Pai. Um exemplo importante para
nós, pois muitas vezes caímos na tentação de julgar o êxito pelos
números! Igrejas cheias indicam sucesso! Mas nem sempre é assim - é
mais importante ser coerente com o Evangelho, custe o que custar, do
que “fazer média” com a sociedade, às vezes através de uma pregação
tão insossa, que reduz a religião a mero sentimentalismo, sem
consequências sociais.

Mas ,devemos cuidar de não interpretar erradamente as palavras de
Jesus em v. 63 quando diz que “É o Espírito que vivifica, a carne para
nada serve”. Às vezes, usa-se essa frase (e outras de João) para
justificar uma religião dualista, onde tudo que é “espírito” é bom e
tudo que é material é do mal! Aqui João não distingue duas partes do
ser humano; mas, duas maneiras de viver! A carne é a pessoa humana
entregue a si mesma, incapaz de entender o sentido profundo das
palavras e dos sinais de Jesus; o espírito é a força que ilumina as
pessoas e abre os seus olhos para que possam entender a Palavra de
Deus que se pronuncia em Jesus.

Diante do desafio de Jesus, Pedro resume a visão dos que percebem em
Jesus algo mais do que um mero pregador. A quem iriam? Pois só Jesus
tem as palavras de vida eterna! Declaração atual, pois é moda na nossa
sociedade - até entre muitos católicos praticantes - de correr atrás
de tudo que é novidade: supostas aparições, esoterismo, religiões
orientais, gnosticismo e tantas outras propostas, às vezes até
esdrúxulas, enquanto se ignora a Palavra de Deus nas Escrituras.

O texto de hoje nos convida a nos examinarmos, a verificarmos se
estamos realmente buscando a verdade onde ela se encontra, ou se a
deixamos de lado, achando - como as multidão no texto - que o
seguimento de Jesus “é duro demais”! No meio de tantas propostas de
vida, estamos convidados a reencontrarmos a fonte da verdadeira
felicidade e da verdadeira vida, fazendo a experiência de Pedro, que
descobriu que Jesus “tem palavras de vida eterna”.


VIGÉSIMO SEGUNDO DOMINGO COMUM (30.08.09)

Mc 7, 1-8.14-15.21-23

“Este povo me honra com os lábios, mas o coração deles está longe de mim”

Para que entendamos o alcance do nosso texto de hoje, é
necessário entender o contexto religioso do tempo de Jesus. Um dos
elementos chaves na prática religiosa do judaísmo daquela época eram
os conceitos de “puro” e “impuro”. Na nossa teologia, não é possível
cometer um pecado inconscientemente; mas, para o povo do tempo de
Jesus, o pecado tinha uma existência quase independente das pessoas.
Certos atos, certos lugares, certas profissões tornavam as pessoas
impuras, isso é, não aptas para participar do culto, sem primeiro
passar pelos ritos de purificação. A seita dos Essênios levava a
preocupação com a pureza ritual aos extremos; também os fariseus -
cujo nome vem de uma palavra que significa “separados” - davam suma
importância à pureza ritual, assim, muitas vezes, impossibilitando o
acesso do povo comum ao culto do Deus da vida.

Diante dessa situação, a prática de Jesus era altamente
libertadora. Sem recusar-se a participar nos ritos tradicionais, ele
entendeu que nada que vem de fora da pessoa é capaz de deixá-la
impura! Jesus recuperava a visão dos profetas, que tradicionalmente
tinham conclamado o povo para que vivesse a justiça e o seguimento da
vontade de Deus, em lugar de preocupar-se com rituais externos. Jesus
reintegrava as massas pobres, excluídas da vivência comunitária pelas
exigências de pureza, impossíveis de serem seguidas na prática pela
maioria, e voltava a atenção às disposições internas das pessoas, que
realmente podiam deixar as pessoas “impuras” diante de Deus: “as más
intenções, a imoralidade, os roubos, crimes, adultérios, ambições sem
limite, maldade, malícia, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta
de juízo” (v. 21-22).

Assim Jesus recupera o ensinamento de profetas como o Terceiro Isaías,
que diante das injustiças cometidas por pessoas que viviam na pureza
ritual enquanto oprimiam os seus irmãos, e ainda esperavam a proteção
de Deus, denunciava: “O jejum que eu quero é este: acabar com as
prisões injustas, desfazer as correntes do jugo, pôr em liberdade os
oprimidos e despedaçar qualquer jugo; repartir a comida com quem passa
fome, hospedar em sua casa os pobres sem abrigo, vestir aquele que se
encontra nu, e não se fechar à sua própria gente” (Is 58, 6-7).

E também nos desafia hoje para que examinemos a realidade de nossa
prática religiosa. Sem negar a importância e o papel de ritos, rituais
e devoções, o nosso texto exige dos seguidores de Jesus um sério exame
de consciência, para que verifiquemos se a nossa religião não está
semelhante à dos fariseus - perfeita nas expressões externas, mas
vazia por dentro - ou se é como aquela que os profetas e Jesus propõem
- uma religião de prática de solidariedade e justiça, coerente com a
nossa fé no Deus da vida, onde os ritos têm o seu lugar, mas como
expressão de um verdadeiro compromisso com o Reino de Deus. Que não se
torne realidade nossa a denúncia de Jesus diante do legalismo
farisaico: “este povo me honra com os lábios, mas o coração deles está
longe de mim” (v. 6).

Pe. Tomaz Hughes, SVD

E-mail: thughes@netpar.com.br

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