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SÃO PAULO: UMA CIDADE SEM LEI DE TRÂNSITO?
Há mais de uma década viajo regularmente para
São Paulo, permanecendo
durante meses nesta metrópole, considerada muito
desenvolvida...no
entanto, encontro na capital uma situação
inusitada, de cidade que
parece estar " sem lei de trânsito ".
Sou jornalista atuante, com 64 anos de idade,
cabelos grisalhos, e uso
táxi todos os dias. Mas encontro a maior
dificuldade para conseguir um
taxista que dirija com o cinto de segurança
(sim, o próprio
motorista!) e tenha disponível, em condições de
utilização imediata,
em cima do banco traseiro ( e não, "enterrado,
escondido por baixo do
banco, com os encaixes para o cinto sem
funcionar e as peças sujas,
retorcidas), esse equipamento obrigatório de
segurança para os seus
passageiros na parte detrás.
A maioria dos taxistas transmite essa imagem
negativa de não cumprir,
portanto, a lei de trânsito em vigor no país. E
muitos deles ainda tem
a audácia de me considerar ignorante, me
afirmando, na tentativa
inútil de me convencerem, que os cintos de
segurança
seriam " desnecessários ", exigidos unicamente
para os assentos
dafrente, ou nas rodovias...Preciso ser enérgica
e lhes dizer que
conheço o assunto, pois dirigi 40 anos ( de
jan.1967 a dez. de 2007 ),
no Brasil e no Canadá, e tenho curso superior e
de pós-graduação.
Já estou cansada de lhes repetir que o cinto de
segurança é para ser
utilizado obrigatoriamente por todos os
ocupantes do veículo (em todos
os assentos), assim que entrarem no mesmo.
Acontece, às vezes, de eu
me sentir tratada com acintosa ou disfarçada
descortesia, como se
fosse ridícula e nervosa...
Sou obrigada a perder tempo procurando, todas as
vezes, de dia ou à
noite, para encontrar um motorista que ande
conforme a lei...para eu
embarcar no seu táxi. Enquanto isso, os outros
motoristas, por mim
recusados, se gabam de que NUNCA foram multados
por não utilizarem os
cintos de segurança, eles próprios...e também
seus passageiros!
Alguns exemplos de locais onde isso acontece
diariamente : o ponto de
táxi próximo ao Hospital 9 de Julho , na Rua
Peixoto Gomide, onde há
negligência quanto à disponibilidade do
equipamento de segurança
entre os profissionais...; e no ponto de táxi
junto à calçada na
frente do Shopping Frei Caneca, na Rua Frei
Caneca. Isso para citar só
dois endereços, na cidade de São Paulo, onde se
pode identificar
condutores de veículo em fragrante
descumprimento da legislação
brasileira de trânsito, assim colocando muitas
vidas em risco.
POR FAVOR, SENHOR DIRETOR DO DETRAN DE SP, até
quando os taxistas
da capital irão TRAFEGAR LIVREMENTE SEM CINTO DE
SEGURANÇA ATRÁS E
SEM USAREM O CINTO DE SEGURANÇA ELES PRÓPRIOS...
, SEM MULTAS ,
GABANDO-SE TODOS OS DIAS DA IMPUNIDADE ? !
Não há mais tempo para Campanhas educativas
sobre esse assunto, nem
para advertências preventivas - o tempo para
esses tipos de campanha
já passou! E deixou um rastro sangrento e
doloroso: mortos, feridos,
incapacitados e deficientes; tragédias e traumas
de saudade e
sofrimento. Tudo isso semelhante - e até
superior , em alguns casos -
a estatísticas de guerras e conflitos armados de
longa duração.
Agora, é fiscalizar e multar, fiscalizar e
multar, fiscalizar e
multar! Sem hesitação nem mais delongas!
Embora este artigo aborde, como tema principal,
o serviço de táxi,
faço questão de lembrar que muitos dos outros
motoristas, de veículos
particulares e demais profissionais,
empresariais e comerciais, em São
Paulo e outras cidades do Brasil, vão dando e
seguindo os maus
exemplos, sempre confiantes na impunidade.
As equipes médicas dos hospitais e, sobretudo,
dos pronto-socorros
brasileiros, assim como os cidadãos
contribuintes que pagam pelos
elevados custos do atendimento e da recuperação
(isso, quando não se
trata de vítimas fatais) das milhares de
vítimas, um problema que
poderia ser facilmente evitado, como demonstram
há décadas outros
países, onde a lei que exige o cinto de
segurança é fiscalizada e obedecida !
Nada impede que as autoridades de trânsito
fiscalizem os motoristas
bêbados e, ao mesmo tempo, aqueles nos veículos
sem os cintos de
segurança. Inclusive porque, para verificar o
uso do cinto, nem de
bafômetro e testes/exames médicos complementares
precisam !
Minha esperança: terei a satisfação de ver
aquelas multas aplicadas
sem demora e assim poderei publicar em meus
sites os agradecimentos ao
Detran-SP ...
Afinal, chega de irresponsabilidade com a
integridade física das
pessoas, especialmente os usuários de táxis, que
pagam por um serviço
que não está oferecendo o mínimo de segurança,
devido a essa
generalizada negligência e a quase total
ausência de fiscalização.
Theresa Catharina de Góes Campos
São Paulo, 03 de agosto de 2009.
Theresa Catharina de Góes Campos
Jornalismo com Ética e Solidariedade
From: Sonia M.Esposito
Date: 2009/8/3
Subject: SÃO PAULO : UMA CIDADE "SEM LEI DE
TRÂNSITO"?- Theresa
Catharina de Góes Campos
To: Theresa Catharina de Goes Campos
Só no Brasil acontecem estas coisas,
infelizmente.
Não são só taxistas, a maioria dos motoristas
tem aversão ao cinto de segurança.
Quando fomos à França em 1988, lá já era
obrigatório o uso, com pena de multa.
Lá fora as leis são mais drásticas, pois o
condutor paga a multa na
hora, o que talvez seria uma ótima solução para
o nosso País.
Veja a polêmica sobre a proibição do fumo que
está acontecendo;
anteriormente não funcionou, vamos ver agora a
partir do dia 07/08 ,
se conseguimos respirar um ar mais puro.
Abraços ..
Sonia*
From: Theresa
Catharina de Goes Campos
Date: 2009/8/3
Subject: Re: SÃO PAULO: UMA CIDADE "SEM LEI DE
TRÂNSITO"?
To: Luci Tiho Ikari
Obrigada, Luci, por seu comentário, embora você
escreva sobre um assunto diferente do que propõe
o meu título " lei de trânsito". Os seus
comentários se referem a políticas de trânsito,
como você bem citou: logística do transporte,
melhoria dos veículos coletivos, deveres dos
administradores políticos. O tema do meu texto:
desobediência à obrigação do uso de cintos de
segurança, como disciplina e exige a lei do
trânsito brasileira.
Theresa Catharina
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2009/8/3 Luci Tiho Ikari
Olá, Theresa Catharina
Não só o cinto de segurança é importante, mas
melhorar veículos coletivos, além da logística
para que os mesmos possam fluir entre ruas e
avenidas.No dia em que a maior parte da
população tiver vontade real de melhorar o
trânsito, tentando fazer a sua parte (incluindo
a parte que cabe aos administradores políticos),
creio que vai começar a mudar.
Tenho ido e voltado do encontro de haicai,
quando posso, de ônibus.
Às vezes, fico 1 hora esperando o ônibus que passa no bairro, para
retornar à tarde, que vira noite. Durante a
semana, quando preciso ir ao centro, vou tb. de
ônibus. Para chegar na hora à escola, onde
trabalho, sem trânsito, levanto às 4:45 horas e
saio às 6 horas da
madrugada, todos os dias. Sinto o drama dos
trabalhadores, que precisam de melhores
condições para o seu ganha-pão.
Atenciosamente, Luci |
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