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EM DEFESA DA RIQUEZA DO IDIOMA
From: REYNALDO
FERREIRA
Date: 2009/8/20
Subject: RE: SOBRE A IMPORTÂNCIA DO USO DE
ADJETIVOS
To: Theresa Catharina Campos
Prezada Theresa Catharina,
Obrigado pela mensagem. Você e a Ana estão
cobertas de razão.
Realmente, como indaga a Ana, se não fossem
necessários, por que
existiriam os adjetivos em todos os idiomas? O
nosso é rico, bonito e
majestoso. Mas a mentalidade da nossa gente é
estreita, tacanha e
preguiçosa. Principalmente a dos nossos
gramáticos, como já dizia na
década de cinquenta do século passado, o meu
professor de português,
Santino Gomes de Matos. Ainda há pouco, recebi
diversas reprimendas -
e até mesmo correções no meu texto, reproduzido
em alguns sites -
porque preferi usar o termo "assaltador" para
qualificar Dillinger.
Assaltador, como registram os bons dicionários,
é o mesmo que
assaltante. Só que, no meu entendimento, o termo
expressa melhor
aquele que planeja um assalto e não age sozinho.
Houve a alegação de
que o termo é pouco usado e que, por isso, eu
deveria trocá-lo por
assaltante. Então, pelo simples fato de ser
pouco usado, eu não
deveria usá-lo?...E a preocupação de Guimarães
Rosa, que percorreu os
sertões das Minas Gerais à procura de termos
desusados guardados pela
gente tradicionalista mineira, como ficaria
nessa história? Por que
exaltam tanto Guimarães Rosa, cultor de uma
verborragia rançosa, mas
rica, bonita e poética? Enfim, para não dar
muita prosa a essa gente
desocupada, parafraseando Vieira, meu clássico
de cabeceira, eu diria
a respeito desses gramáticos da indústria dos
vestibulares
brasileiros: Os gramáticos e os fariseus são
piores que o demônio. Mas
ainda virão outros piores que eles!... Meus
elogios a você e à Ana,
grandes conhecedoras do nosso idioma. Forte
abraço, Reynaldo |
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