Tereza Lúcia
Halliday, Ph.D.
Artesã
de Textos
|
TRECHOS DO LIVRO:
ALÉM DO MAL DE
ALZHEIMER
Como evitar a
moderna epidemia de demência (*)
Traduzidos do
original em inglês:
BEYOND ALZHEIMER´S
How to avoid the
modern epidemics of dementia(**)
Autor: Scott D. Mendelson, MD, Ph.D.
2009 N.York, M.Evans, 263 p.
OS QUE LÊEM INGLÊS
FLUENTEMENTE PODEM ENCOMENDAR O
ORIGINAL NA
AMAZON.COM.
ESTE É UM TOSCO
RESUMO E TRADUÇÃO INFORMAL,
RESSALTANDO TRECHOS SUBLINHADOS POR
MIM DURANTE A LEITURA.Tereza.
(*)Demência - “deterioração
progressiva e irreversível das
funções intelectuais resultante de
lesões cerebrais” (Dicionário
Aurélio).
(**)
Definição de demência no cap. 3 do
livro:
“A
definição mais amplamente aceita de
demência no manual da American
Psychiatric Association “Diagnostic
and Statistical Manual of Mental
Disorders”, 4ª. Edição (DSM-IV):
- “um
estado de perda de memória,
acompanhada de diminuição da
capacidade de decisão ou de mudanças
na personalidade”.
DA INTRODUÇÃO -
EPIDEMIA DE DEMÊNCIA
p.1 - A incidência do
Mal de Alzheimer e outras formas de
demência está crescendo mundialmente
e muitos peritos começam a advertir
que uma epidemia se avizinha.
Demência é um
declínio na capacidade de pensar,
lembrar e usar a mente para
desempenhar atividades quotidianas
normais. Estima-se que ela afeta
cerca de 25 milhões de pessoas no
mundo.
Estamos apenas
começando a entender o tremendo
fardo emocional carregado por
cônjuges e filhos que tomam conta
daqueles atacados de demência.
Há várias razões para
uma epidemia de demência. A mais
óbvia é que nossa população está
ficando mais velha. Cerca de 96 por
cento dos casos de demência ocorrem
em pessoas acima de 65 anos. (...)
Embora o fator demográfico seja
importante nesse aumento de casos,
já há evidência de que, muitas
causas da demência estão ligadas a
mudanças insalubres em nossos
estilos de vida.
(...) A forma
clássica do que chamamos O Mal de
Alzheimer – ou demência de Alzheimer
- é o resultado de anomalias
genéticas que causam uma perda
precoce, rápida e progressiva da
função cognitiva. Se, por um lado,
os casos modernos de demência
“podem” ser resultantes de
anormalidades genéticas, na maioria
dos casos, genes anormais , na
maioria dos casos, não são
necessários nem suficientes para
produzir a degeneração de tecido
cerebral que resulta nas formas de
demência comumente notadas hoje em
dia.
O dano subjacente à
maioria dos casos atuais de demência
é, amplamente, o resultado de
anormalidades que introduzimos na
química do nosso cérebro como
resultado de uma dieta insalubre,
más escolhas de estilo de vida,
estresse e estar expostos a fatores
ambientais contaminadores.
Algumas perdas de
função cognitiva que ocorrem com a
idade são inevitáveis. Algumas
pessoas são geneticamente
predispostas a um tipo ou outro de
demência. (...) Contudo, há provas
bem fundadas de que, ao melhorar
nossa dieta, reduzir o estress,
exercitar nossas mentes e corpos,
manter-se socialmente ativo e
encontrar paz emocional, a maioria
de nós pode evitar ou, pelo menos,
retardar o desenvolvimento de
demência.
DO CAP. 2 – O QUE
É ENVELHECER?
(…) É comum atribuir
uma longa vida a “bons genes”, e a
hereditariedade desempenha uma parte
na longevidade. Todavia, estudos com
gêmeos idênticos mostraram que os
genes representam apenas 25% dos
fatores determinantes de quanto
tempo vamos viver.
Segundo pesquisas, a
maioria de nós tem mais ou menos a
mesma chance de chegar aos 80 anos,
independentemente de quanto anos
nossos pais ou avós viveram. O que
é, então, que muda em nossos corpos
ao envelhecermos, que nossos órgãos
começam a falhar e acabamos
morrendo? Algo necessário à vida em
nosso corpo começa a se esgotar ou
alguma coisa tóxica começa a se
acumular? Qual a capacidade de
perdão do nosso corpo quando o
privamos dos nutrientes necessários
ou abusamos dele com dietas
destruidoras da saúde e cometemos
abuso no uso de substâncias?
(...)
O maior responsável é
a oxidação que nada mais é do que o
equivalente biológico da ferrugem.
Outros contribuintes são gordura mal
acompanhada e açúcar no corpo. O
acúmulo de gordura em lugares da
célula onde não é para ela estar lá
perturba o processo na produção de
energia ...
Mudanças no
cérebro e na função mental no
envelhecimento normal
Perdas em certos
aspectos da função mental acontecem
com a idade avançada. Não obstante,
muitos indivíduos mantêm boa função
mental até serem octogenários ou
nonagenários. O consenso entre os
médicos é que decréscimos
incapacitantes na função mental
não são normais e que, “deixar
pra lá” uma séria perda de memória e
confusão mental como sendo apenas
decorrência da idade, não é correto.
(...) O efeito mais
comum e predizível do envelhecimento
normal sobre o desempenho mental é
uma perda de velocidade do
processamento cognitivo. Os mais
velhos não pensam tão rápido como os
mais jovens. Seu tempo de reação é
mais lento, eles levam mais tempo
para resolver problemas e aprender
coisas novas. A capacidade de
prestar atenção é conservada no
envelhecimento. O idoso normal pode
focalizar numa tarefa e completá-la
tão bem quanto gente mais moça. O
que se torna mais difícil com a
idade é a capacidade de dividir a
atenção, ou seja, fazer múltiplas
coisas ao mesmo tempo fica mais
difícil com a idade. Todavia, até
certo ponto, isto pode ser também
uma questão de falta de velocidade
no processo cognitivo, necessária
para administrar múltiplas fontes de
informação.
(...) Os mais velhos
também tendem a perder o que
chamamos flexibilidade cognitiva.
(...) Na vida do dia a dia a falta
de flexibilidade cognitiva pode ser
notada na dificuldade em se adaptar
a novas formas de fazer as coisas,
novas ferramentas ou novos
ambientes. (...) Claro que podemos
argumentar que, ficar com o já
sabido e conhecido tem seus
benefícios e pode até trazer alguma
vantagem biológica.
(...) No
envelhecimento normal, o pensamento
abstrato permanece razoavelmente
intacto. P.ex., saber explicar o
significado de um provérbio.
Todavia, os que perderam a
capacidade de pensar abstratamente,
tenderão a explicar o provérbio por
seu conteúdo literal. P.ex. “Quem
tem telhado de vidro não atira
pedras”. A pessoa normal de qualquer
idade, vai traduzir que não se deve
criticar os outros, quando se tem os
próprios defeitos. Os que têm a
função cognitiva diminuída dirão que
não se deve jogar pedras porque o
telhado de vidro quebra.
(...) Muito do
processo da memória humana continua
um mistério. Mas o que está claro é
que a capacidade de lembrar o que
ocorreu recentemente tende a
diminuir com a idade. (p.11)
[N. da T.:
Segue-se uma explicação sobre os
tipos de memória – memória
declarativa (semântica e episódica)
e memória processual. (p.13)
A memória semântica
permanece bem intacta no
envelhecimento normal. O vocabulário
geralmente se mantém rico (com as
variações devido ao nível de
educação).
Na memória episódica,
há uma diferença entre
reconhecimento e
recordação.
Idosos normais podem
dirigir o carro até o supermercado e
esquecer onde estacionaram –
incapacidade de recordar. Se, ao
acharem o carro, lembram-se de ter
estacionado ali, isto é
reconhecimento. Se não se lembram de
ter decidido estacionar ali, então
falharam na recordação e no
reconhecimento – isto é um sinal de
declínio significativo.
Outro tipo de memória
episódica que pode ser afetada pelo
envelhecimento é a “working memory”
(memória funcional) – a capacidade
de lembrar-se do número de telefone
que acabou de consultar na lista
sendo capaz de discá-lo em seguida.
Esse tipo de memória permanece
razoavelmente intacta com a idade.
Um dos tipos de
memória mais vulneráveis à idade é a
“memória secundária” – a capacidade
de lembrar informação recentemente
aprendida depois que a atenção foi
dirigida para outras tarefas.
(p.14). Dirigir até o supermercado e
ter de prestar atenção para
estacionar pode fazer esquecer o que
continha a lista de compras.
(...) Embora os
idosos tenham mais dificuldade em
aprender coisas novas e retê-las na
memória quando distraídos por outras
coisas, uma vez que eles tenham
guardado algo na memória, os de
velhice normal podem relembrar quase
tão bem quanto os jovens. Nos
octogenários e nonagenários, há uma
tendência de perda acelerada da
capacidade de guardar e recuperar
lembranças episódicas. (p15)
Um aspecto
interessante e muito comum de
demência é lembrar acontecimentos da
infância mas não ser capaz de
lembrar acontecimentos do dia
anterior.
(...) Chegará o
tempo, mais adiante, na progressão
da demência,em que a recuperação do
que está gravado também fica
prejudicada então acontecem coisas
tristes e perturbadoras como
esquecer o nome do cônjuge ou dos
filhos.
O tempo de
mudança da função cognitiva –
(p.15).
Um dos mas famosos e
citados estudos sobre os efeitos do
envelhecimento. Na função cognitiva
é o Estudo Longitudinal de Seattle,
conduzido pelo dr. K.Warner Schaie.
Nesse estudo, mais de cinco mil
pessoas foram acompanhadas por
períodos de até 35 anos e testadas a
cada sete anos para descobrir
mudanças relacionadas com a idade,
na capacidade de usar a mente.
As áreas de função
cognitiva estudadas incluíram:
raciocínio, orientação espacial,
velocidade perceptual, habilidade
numérica, capacidade verbal e
memória verbal.
Uma das maiores
descobertas foi que na maioria das
pessoas houve pouca ou nenhuma perda
de função cognitiva antes dos 60
anos. Na verdade entre os 25 e os 60
muito mostraram melhoras em algumas
formas de usar a mente. A única
função que não melhorou nesses anos
foi a capacidade de lidar com
números.
A única perda
impressionante foi o declínio
inexorável na velocidade do
processamento perceptual, que pode
acontecer tão cedo como a casa dos
30 anos. (...) Lá pelos 67 anos
alcança um nível máximo de suas
funções cognitivas e pode ou não
entrar nos estágios iniciais de
declínio. Isto é mais evidente no
princípio da década dos 70 anos e
bastante claro na década dos
oitenta. Contudo, segundo Schaie,
esse declínio de função pode ser bem
gradual e, mesmo aos 81 anos, menos
da metade dos participantes da
pesquisa mostrou um declínio
significativo nos sete anos
anteriores.
Ao redor dos 88 anos,
o déficit de habilidade numérica é
geralmente dramático.
Talvez a conclusão
mais importantes do estudo de Schaie
seja o fato de haver diferenças
substanciais entre as pessoas nas
maneiras pelas quais o
envelhecimento afeta a mente.
Às vezes, as
diferenças entre doença degenerativa
e envelhecimento normal são difíceis
de perceber. Não obstante, a
preponderância de dados mostra que a
demência é um estado anormal e que o
envelhecimento normal não implica em
amyloid plaques, neurofibrillary
tangles, degeneração do tecido
cerebral ou uma perda séria das
funções cognitivas. (p.20)
Cap.3 –
APRESENTAÇÃO E DIAGNÓSTICO DA
DEMÊNCIA (p.27)
“A definição mais
amplamente aceita de demência no
manual da American Psychiatric
Association “Diagnostic and
Statistical Manual of Mental
Disorders”, 4ª. Edição (DSM-IV):
- “um estado de
perda de memória, acompanhada de
diminuição da capacidade de decisão
ou de mudança de personalidade”.
Para ser consideradas
“demência”, essas mudanças na função
mental precisam ser severas o
bastante para interferir
significativamente no trabalho,
atividades sociais e relacionamento
com os outros.
Embora o Mal de
Alzheimer seja freqüentemente
percebido como sinônimo de demência,
há, na verdade, muitos tipos
diferentes e diferentes causas de
demência. Todas são desequilíbrios
neurológicos advindos da degeneração
do tecido cerebral. Diferem entre si
quanto à natureza da degeneração e
a área do cérebro onde as perdas de
tecido tendem a ocorrer. Por seu
turno, essas diferenças fazem com
que essas demências se apresentem de
formas diversas e progridam de
maneiras diversas.
Distinguir entre as
formas de demência é importante
porque essas doenças diferentes
podem requerer tratamentos
diferentes para aliviar os sintomas
ou, pelo menos, retardar o processo
da doença. É aí que o olho treinado
do neurologista, geriatra ou
psiquiatra desempenha um papel
crucial para o diagnóstico e
tratamento corretos.
O Mal de Alzheimer é
a causa de pouco mais de metade dos
casos de demência. Outros tipos de
demência são: a vascular, a Lewy
body, a frontotemporal, mais ou
menos nesta ordem de ocorrência.
Outras formas raras de demência não
serão discutidas em detalhe. São
elas: paralisia supranuclear
progressiva, coréia de Huntington, e
a doença de Creutzfeldt-Jacobs.
Há também algumas
doenças que aparecem como se fossem
demência. Ao contrário das formas de
demência neurodegenerativas, essas
doenças podem ser diagnosticadas e
tratadas nos estágios iniciais.
Entre elas: a depressão (major
depression), normal pressure
hydrocephalus, apnéia do sono,
deficiência hormonal da tireóide,
deficiências de vitamina B12 e ácido
fólico e outros nutrientes
essenciais. Contudo, se não
detectadas logo, essas doenças
potencialmente reversíveis podem
causar dano irreversível e demência.
Há muita coisa
escrita sobre o significado do fato
de alguns pacientes acreditarem que
estão perdendo a memória. Essa
queixa é tão comum que a literatura
médica já deu um nome para ela:
subjective cognitive impairment
(SCI) – diminuição cognitiva
subjetiva. Nem todo mundo com SCI
tem demência. Pessoas com demência
grave ou mesmo moderada geralmente
não se dão conta da perda de função
cognitiva. Portanto, SCI é
relativamente rara nesse grupo de
pacientes. Contudo, em algum momento
entre ser normal e começar a ter
perdas significativas de memória, as
pessoas podem ter uma consciência
extraordinária do seu problema.
(p.28).
SCI é constatada
algumas vezes em pessoas com
demência moderada e, mais comumente
num estado que chamamos “diminuição
cognitiva leve” (mild
cognitive impairment). (p.28).
p.29 – Quando uma
pessoa apresenta um déficit de
memória que não interfere
significativamente com sua vida de
trabalho ou social, e portanto, não
preenche os critérios para ser
chamada “demência”, dizemos que ela
tem diminuição cognitiva leve (mild
cognitive impairment, ou MCI).
Muito peritos
acreditam que o reconhecimento
subjetivo de perda de memória é
bastante comum em pessoas com MCI.
Todavia, alguns portadores de MCI,
podem não se queixar, por
vergonha/orgulho, negação do que
estão percebendo ou por não estarem
mesmo cientes do que ocorre.
Excetuando raros
casos de demência precoce de origem
genética, a maioria dos casos de
demência é diagnosticada em pessoas
a cima dos 60 anos, ou bem acima.
Assim sendo, se não houver um
histórico de família de demência
precoce, a causa mais plausível de
esquecimento e dificuldade de
concentração em pessoas com menos de
60 anos, é a depressão (major
depression), distúrbios de ansiedade
ou alguma outra doença psiquiátrica.
(...) Evidentemente,
uma pessoa pode ter depressão e MCI
ou demência. Aliás, é comum que
pessoas nos estágios iniciais de
demência sofram de depressão. Assim
um diagnóstico de depressão não
exclui a possibilidade de haver
também demência.
p.29 - Um paciente
com demência verdadeira geralmente
se apresenta meio confuso,
ligeiramente chateado, trazido ao
consultório médico por parentes
preocupados. Quase invariavelmente é
idéia da família trazer o paciente
ao consultório. Ele bem que preferia
estar noutro lugar.
p.30 – Uma observação
interessante entre médicos é que
muitos pacientes com demência leve
ou média (moderada), durante o teste
de avaliação, demonstram o
comportamento de virar a cabeça na
direção do parente que o acompanha,
buscando obter a resposta correta.
Testes de Demência
(pp.30-31)
(1) Um dos melhores
para aferir o nível de função
cognitiva é o Mini-Mental State
Examination (MMSE),
desenvolvido em 1975 ´pelo dr.
Marshal Folstein e também conhecido
como “o Teste de Folstein”. Leva
apenas 10 a 15 minutos. Inclui 11
questões para avaliar a orientação
temporal e espacial, memória
operacional, memória de curto prazo,
atenção, cálculo, leitura, escrita,
capacidade de seguir instruções e
interpretar e copiar formas
geométricas simples.
O score máximo é 30
pontos. Um resultado de 23 ou menos
sugere déficit cognitivo. Entre 20 e
23 indica demência leve; 12 a 19,
demência média. Score abaixo de 12
indica demência grave. Mas a idade
e o nível de educação do paciente
devem ser levados em conta. Ao
interpretar o score do MMSE .
(2) O Montreal
Cognitive Assessment (MOCA) –
também avalia componentes da função
cognitiva. Dados tem mostrado que,
em relação ao MMSE, o MOCA pode dar
melhores indicações de perda
cognitiva, principlamente de
diminuição cognitiva leve. Ele
também é menos afetado pelos fatores
idade e nível de educação.
(3) A Blessed
Dementia Scale – Escala de Demência
de Blessed (desenvolvido em 1968
pelo neuorpsicológo Gary Blessed).
Continua sendo uma ferramenta útil
na moderna pisquiatria e neurologia.
(4) Global
Deterioration Scale – Escala de
Deterioração Global - Semelhante à
Escala de Blessed na avaliação do
grau de severidade da demência
colhendo informações sobre o nível
de funcionamento e comportamento do
paciente no seu ambiente usual. Não
é muito útil para descobrir déficits
sutis ou alertar para a
possibilidade de diminuição
cognitiva leve.
De uma maneira geral,
o nível 7 desta Escala indica um
estado no qual “o cérebro indica
não mais ser capaz de dizer ao corpo
o que fazer” .
O score baixo num
teste de função cognitiva apenas
informa ao médico que o paciente não
está pensando bem. Isto pode ser
atribuído a demência. Contudo, pode
ser também um indicador de
depressão, infecção, ou um distúrbio
metabólico. Uma coisa simples, como
deficiência de visão ou de audição,
pode também afetar o resultado dos
testes.
p.33 – Observei que a
maneira como uma resposta é dada num
teste pode revelar mais do que dar a
resposta certa à questão. Alguns
pacientes com depressão vão
responder “Não sei”. Quando os
instigo a responder, eles geralmente
o fazem perfeitamente bem.
O score perfeito no
MMSE ou no MOCA não garante que o
paciente esteja livre de
demência.(...) Casos confusos podem
ser esclarecidos por exame de imagem
do cérebro e exames laboratoriais de
sangue, urina ou fluido
cérebro-espinhal.
Testes
alternativos (p14-15):
(5) Um teste muito
interessante e potencialmente útil
para o diagnóstico de demência foi
desenvolvido a partir da descoberta
de que pacientes com demência do Mal
de Alzeheimer e do tipo Lewy body
têm dificuldade em identificar
odores.
Essa dificuldade é
devida, em parte, a perdas de função
cognitiva que tornam difícil para o
paciente encontrar o nome associado
ao odor. Mas também há evidência de
que áreas do cérebro associadas ao
olfato sofrem um dano
neurodegenarativo bem no início
dessas doenças. Existem até mesmo
alguns resultados indicando que
pessoas com MCI (MIld Cognitive
Impairment – diminuição
cognitiva leve) têm o olfato
diminuído, mas tão levemente que não
dá para fazer diagnóstico confiável
a partir deles.
Um método para testar
a identificação de odores é
apresentar ao paciente 16 odores
diferentes, tais como laranja,
canela, banana,... alho, café e
outros cheiros reconhecíveis. O
número de odores que não conseguem
ser identificados geralmente é
paralelo ao grau de gravidade da
demência.
Duas advertências
óbvias:não aplicar o teste quando o
paciente estiver resfriado ou com
rinite alérgica e certificar-se de
que na cultura do paciente, esses
odores são comuns. Alguém do sudeste
da Ásia, p.ex. pode não identificar
cheiros de frutas que não existem em
seu país.
(6) - Um teste
interessante. Mas praticamente pouco
utilizado é medir a sensibilidade da
pupila ao colocar colírio contendo
substâncias (p.ex. beladona) que
bloqueiam a atividade no
acetylcholine receptor.
(7) Um grupo de
sinais que os neurologistas examinam
para avaliar a possíbilidade de
doença neurodegenerativa é chamado
de “Frontal release signs”
(sinais de descarga frontal). São
sinais primitivos, reflexos da
infância, que tendem a reaparecer
quando a inibição cortical mais alta
dessas respostas que eram
automáticas tendem a desaparecer.
Trata-se de um dos mais
interessantes e enigmáticos sintomas
em medicina.
O sinal palmo-mental
é uma torcida do queixo quando se
arranha firmemente com a unha a
palma da mão do paciente com os
braços estendidos. Um outro sinal (the
glabellar sign) é quando o
paciente não consegue deixar de
piscar quando batemos repetidamente
na fronte, no ponto entre seus
olhos. O reflexo de agarrar (the
grasp reflex) quando o paciente
involuntariamente agarra os dedos do
médico quando estes estão arranhando
para baixo as palma das mãos do
paciente. E o reflexo de raiz (the
rooting reflex) que faz com que
os pacientes voltem a cabeça na
direção do dedo do médico que está
tocando repetidamente
suas bochechas. O paciente tem o
impulso de colocá-lo na boca, como
se fosse a reação primitiva para
agarrar o bico do seio ou mamadeira.
Apesar de
fascinantes, esses reflexos como
teste têm sido questionados porque
algumas pessoas normais podem
exibi-los, principalmente o reflexo
palmo-mental.
Descartar outras
causas (p.36)
Caminhamos para o
ponto em que um simples exame de
sangue revelará a presença da
demência de Alzheimer e outras
formas de demência. Contudo, no
momento, o diagnóstico das demências
ainda é clínico, ou seja, fazendo um
histórico dos sintomas do paciente,
investigando a história de demência
na família, avaliando detalhadamente
o paciente para verificar o seu
nível real de função cognitiva.
Ressalte-se que o
diagnóstico da demência é, em sua
maior parte, um diagnóstico de
exclusão. O médico descarta fatores
como depressão (major depression),
pancadas ou ferimentos na cabeça (head
injury), deficiências hormonais
e nutricionais, apnéia do sono,
infecções, efeitos colaterais de
medicamentos e outros problemas
médicos que possam causar déficits
de função cognitiva.
Do Cap. 4 - AS
DEMÊNCIAS –p.45
Há vários tipos de
doenças neurodegenerativas que podem
causar demência:
- Mild Cognitive
Impairment ( Diminuição
Cognitiva leve)
- O Mal de Alzheimer
- Demência Vascular
- Lewey Body
dementia (descoberta pelo
neurologista Friedrich Lewy em 1912)
- Doença de Pick e
Demência frontotemporal
p.49 - Comumente, os
sinais e sintomas de demência só vêm
a aparecer quando o indivíduos está
na década dos setenta anos, ou dos
oitenta. No caso infeliz de Auguste
D. [a paciente do dr. Alzheimer
que o levou a investigar e constatar
o tipo de demência que hoje leva seu
nome] a doença apareceu ao redor
de 49/50 anos e teve rápida
progressão.
Na demência de
Alzheimer que aparece tarde na vida,
a progressão é muito mais lenta. Na
maioria dos casos, o mal de
Alzheimer é diagnosticado no estado
moderado, depois de anos e anos de
mudanças sutis no comportamento. Ao
contrário do precoce declínio da
sra. Auguste D. , pacientes de
Alzheimer atacados quando mais
velhos, tendem a viver 8 a 12 anos
depois do diagnóstico inicial. E
muitos morrem de doenças não
relacionadas com a demência de
Alzheimer.
p.62 – A doença
descrita por Alzheimer pouco mais de
um século atrás não é típica das
formas de demência que estamos vendo
hoje em dia.
Enquanto alguns genes
podem predispor o paciente a
manifestações específicas de
demência, esses genes não causam
necessariamente a doença.
Para a maioria das
pessoas pode ser mais acurado e útil
ir além de Alzeheimer, da demência
frontotemporal, da Lewy Body
e das demências vasculares a fim de
encarar as demências modernas como
manifestação mais ou menos
diferentes de processos
neurodegenerativos básicos
alimentados por:
má dieta, resistência
à insulina,síndrome
metabólica;estresse,inflamação;
sono deficiente;
falta de estímulos
físicos e mentais;maus
hábitos;Toxinas ambientais e outros
efeitos de más escolhas de estilo de
vida.
Do CAP. 5 – O QUE
CAUSA A DEMÊNCIA
[O que pode causar
demência, em diferentes graus de
contribuição.]
-Genética
-Amyloid Plaques e
Protein tangles
-Síndrome metabólica
- uma combinação de pressão arterial
alta, glicose alta em jejum, nível
alto de gorduras na forma de
triglicerídeos, baixo nível do bom
colesterol HDL, e obesidade
abdominal. Esses fatores
aparentemente não relacionados são o
resultado da resistência crescente
do corpo ao hormônio insulina.
- Diabete, ou
hipoglicemia
-Doenças
cardiovasculares
-Deficiências de
homocisteína, Vitamina B12 e Acido
fólico
- Fraqueza do
componente mitocondrial
- Depressão (major
depression); Obesidade
- Apnéia do sono e
sono inadequado
- Estresse e o
hormônio cortisol
- Declínio de
estrogênio e testosterona
-
Ferimentos/pancadas na cabeça (Head
injury)
- Má saúde dentária
- Nível baixo de
escolaridade e falta de exercício
mental
- Falta de exercício
físico; Fumo, Alcool e Maconha
- Algumas bactérias e
vírus; Causas ambientais
Cap.6 -
Vitaminas, ervas e nutricêuticos
Discute o papel
dos seguintes nutrientes:
acetyl-carnitine, alpha-lipoic acid,
a erva ashwaghanda, carnosine,
chocolate e os flavonoides, chromium,
co-enzima Q10, café, o tempero
cúrcuma, Cytidine-5 –
Dyphosphocoline (CDP Choline),, DHEA,
óleo de peixe (Omega 3, Fatty acids,
EPA, DHA, alho, gingko gyseng,
glycerylphosphorylcholine, extrato
de semente de uva (procianidyns,
pycnogenol), chá verde, huperzine,
ibuprofen, idebenone, lemon balm,
melatonin, phosphatidylserine, red
yeast rice, resveratrol, Thodiola
rosea, , s-adhenosylmethionine (SAMe),
sálvia, soja, vinpocetine, vitaminas
A, C, D e E.
Cap.7 – Como
evitar a demência
(Resumido no Cap.
9 - em lista traduzida abaixo).
Cap.8 – Quando é
necessário tomar medicamentos
N. da T.:
Não extraí trechos
dos capítulosl 5 a 8. Das listas
citadas acima só traduzi os termos
obviamente conhecidos por mim. Os
demais permanecem em inglês por
falta de embasamento meu para
traduzi-los. Esta tradução se
conclui com a orientação prática do
último capítulo do qual tirei a
última parte que conclui o livro.:
Do CAP. 9 – A
EPIDEMIA DE DEMÊNCIA E COMO EVITÁ-LA
Como evitar a
demência (pp.248-249)
- Para manter-se
livre da demência você precisa
combater a síndrome metabólica,
diabete, doença coronária e outros
fatores físicos de risco através de
dieta, suplementos [vitamínicos e
minerais] exercícios físicos, um bom
sono e a redução do estresse.
- Para a maioria das
pessoas, a dieta que melhor reduz o
risco de síndrome metabólica,
diabete, doenças do coração e
demência é a dieta mediterrânea.
- Os principais
componentes da dieta mediterrânea
são: frutas e vegetais com alto
teor de fibras, menos carne vermelha
e mais peixe de águas profundas,
menos manteiga e mais azeite de
oliva, alho, vinho tinto, temperos
ricos em anti-oxidantes e poucos
doces.
- A melhor dieta para
perder peso pode não ser a
mediterrânea. Para a maioria das
pessoas, muita proteína e a boa
gordura tendem a cortar o apetite e
tornar mais fácil a perda de peso.
- Dieta mais
exercício é o mais certeiro caminho
para perder peso.
- O peso ideal para
homens é 106 libras para cada 5 pés
de altura, acrescidos de 6 libras
para cada polegada adicional de
altura. Para as mulheres, o peso
ideal é 100 libras para os primeiros
5 pés de altura, mais 5 libras para
cada polegada adicional de altura.
Acrescente 10 libras para quem tiver
mais de 50 anos e acrescente ou
diminua 10 libras no caso de ter
ossatura larga ou estreita (grande
ou pequena).
- Há muitas ervas,
vitaminas e nutricêuticos que podem
ser tomados com suplementos para
ajudar a evitar ou retardar a
progressão da demência.
- Uma combinação útil
de suplementos inclui aqueles que
tenham efeitos antioxidiantes,
anti-inflamatórios, acentuem o
acetylcholine, a estimulação do
crescimento dos neurônios, os
efeitos anti-amyloid e a
prevenção da síndrome metabólica.
- Mantenha-se livre
de toxinas ambientais bebendo água
limpa, respirando ar limpo e comendo
alimentos frescos e não
contaminados.
- Em alguns casos,
são necessários medicamentos para
evitar a síndrome metabólica e seus
efeitos adversos.
- Pode haver
necessidades de medicamentos para
melhorar a função cognitiva e
prevenir um maior declínio nos
estágios iniciais da demência.
Atualmente, os remédios aprovados
pela FDA (Federal Drugs
Administration) incluem o
NMDA receptor antagonist memantine
(Namendal) and os cholinesterase
inhibitors Aricept, Razadyne e
Exelon.
- Não se desespere.
As pesquisas continuam e há muitas
medicações novas no horizonte.
- Para evitar a
demência você precisa exercitar
tanto a mente quanto o corpo.
Precisa continuar a aprender ao
longo da vida and fortalecer sua
mente com trabalho estimulante and
passatempos interessantes,
- Use livros,
quebra-cabeças e jogos como
suplementos, não como substitutos de
fazer atividades intelectuais
estimulantes com gente interessante.
- Um bom casamento
onde o cônjuge é também um amigo e
confidente é a melhor de todas as
possibilidades.
- Pessoas capazes de
manter amizades fraternas (close
friendships) ao longo da vida
adulta e da velhice são menos
predispostas a desenvolver demência.
- As pessoas podem e
devem continuar a desenvolver-se e
crescer emocionalmente and
espiritualmente através da vida
adulta e da velhice. Aqueles que não
o fazem tem um risco maior de
desenvolver demência.
- Aprenda a amar
incondicionalmente, realize sonhos,
encontre um sentido e contentamento,
perdoe e fique em paz consigo mesmo.
Fonte:
Scott D. Mendelson – Beyond
Alzheimer´s – How to avoid the
Modern Epidemics of Demenytia –
2009.