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From: Cultura mah.r.rodrigues@
Sent: Qui 14/01/10 18:42
Subject: “O outro olhar” Oficina de Fotografia
para Deficientes Visuais
Fotografia para deficientes visuais é
tema de oficina
“O outro olhar: fotografia com o corpo e seus
sentidos” é uma oficina de fotografia para
deficientes visuais, pela doutora em Comunicação
Míriam Cris Carlos e pelo fotógrafo e jornalista
Werinton Kermes, no SESC Pinheiros, em São
Paulo.
O convite aos sorocabanos foi feito pelos
programadores do SESC, após a realização de
pesquisa sobre trabalhos desenvolvidos com
deficientes visuais. O SESC percebeu que Míriam
e Werinton foram os pioneiros no desenvolvimento
de pesquisas sobre produção de imagens por
deficientes visuais, com a realização da
primeira oficina em 2002, em Sorocaba, com o
apoio da Multiplic e da UNISO, que oferecia o
local de realização das aulas e os laboratórios
de fotografia, na época no campus Seminário.
Após esta primeira experiência, o trabalho foi
realizado em outros lugares, entre eles, em
Belém, por dois anos seguidos e, a partir de
então, surgiram inúmeros projetos similares em
todo o país. Inclusive o SENAC, na sua graduação
em fotografia, em São Paulo, passou a ministrar
oficinas de fotografia para deficientes visuais.
Segundo Kermes, “ver a experiência multiplicada
por todo o Brasil, além de outras no mundo, só
nos estimula a continuar ousando em nossas
iniciativas”.
A proposta do curso é ensinar técnicas de
produção de fotografia para os deficientes
visuais, com o retrato, auto-retrato e texturas.
São oferecidas noções de distância para a
captação de imagens, de recorte e composição,
além de discussões sobre a arte, o poético, o
erro e o acaso, para capacitar os participantes
a operar uma máquina simples e registrar imagens
a partir do tato, da audição, do olfato. Além
disso, a experiência tem funcionado como um
processo de inclusão, ao estimular a
curiosidade, a criatividade e a auto-estima.
A percepção e a construção de imagens são temas
pesquisados por Míriam Cris Carlos, doutora em
Comunicação e Semiótica e professora do Mestrado
em Comunicação e Cultura da Universidade de
Sorocaba. Ela explica que “as imagens se
constroem também de dentro para fora e
vice-versa, a partir de todos os sentidos, não
só da visão. Imagens são produzidas com o tato,
com o olfato e com o paladar. Imagens sonoras
nos cercam ainda pelo rádio e pelas narrativas
orais. Quando começamos, em 2002, causamos
enorme estranheza. Hoje até máquina fotográfica
para deficientes visuais já foi desenvolvida por
um designer chinês”.
O mote da oficina é a possibilidade da produção
da imagem fotográfica por deficientes visuais,
cuja sensibilidade corporal é capaz de recortar
a realidade que os cerca, registrando-a
fotograficamente. Segundo os realizadores, o que
se pretende é “partilhar a experiência do viver
no escuro e nele conceber imagens e saber que há
muitas realidades à nossa volta. Talvez, assim,
seja possível compreender melhor o modo
particular de estar no mundo, um mundo com
outras luzes e nos dar conta de que estamos,
nós, que vemos tantas imagens todos os dias,
cegos”. Kermes afirma: “com este trabalho,
queremos proporcionar a nós mesmos, como
realizadores, uma nova possibilidade de nos
enxergar, ouvir, tocar e cheirar uns aos
outros”. O próximo passo para os realizadores é
realizar uma oficina para a produção de imagens
em movimento, que serão transformadas em um
documentário produzido pelos participantes,
deficientes visuais.
Objetivos gerais do projeto:
- Discutir a comunicação e suas diversas formas.
- Discutir a percepção, o espaço e a
experiência.
- Discutir o poético e a poética da imagem.
- Compreender a comunicação do deficiente visual
e o seu universo de construção de imagens.
- Criar mecanismos que possam facilitar a
prática da fotografia por deficientes visuais.
- Realizar a produção de imagens fotográficas
sem a utilização da visão, por meio da
exploração de outros sentidos como o tato,
olfato e audição.
- Explorar o acaso, o erro e a quebra de
paradigmas na construção estética da fotografia
realizada por outros sentidos.
O outro olhar: fotografia com o corpo e seus
sentidos
Oficina de fotografia para deficientes visuais
De 19 a 30 de janeiro
SESC Pinheiros – São Paulo
Mais informações:
(15) 97795056 – Werinton Kermes
(15) 97228025 – Míriam Cris Carlos
Miriam Cris Carlos e Werinton Kermes:
Miriam Cris Carlos é Doutora em Comunicação e
Semiótica, especialista em Teoria da Literatura
e graduada em Letras. Professora pesquisadora do
Mestrado em Comunicação e Cultura da
Universidade de Sorocaba, Uniso. Apresentadora
do Provocare TV, Provocare FM e Cruzeiro
Educação. Roteirista e documentarista. Publicou,
pela Sulina, “Comunicação e Cultura
Antropofágicas” e, pela Provocare Editora e
Eduniso, “A pele palpável da palavra” e
“Arteiras Sorocabanas”.
Plataforma Lattes:
https://wwws.cnpq.br/curriculoweb/pkg_menu.menu?f_cod=BEACB5B7BB97BABBCAE8492D5461A094
Werinton Kermes, fotógrafo, jornalista,
documentarista e produtor cultural. Foi
secretário da Cultura da cidade de Votorantim
até novembro de 2009 (por oito anos). Diretor do
projeto Provocare, do Cruzeiro Educação e da TVV
Votorantim – SP. Recebeu inúmeras premiações,
entre elas o prêmio de melhor videodocumentário
no Festival de Gramado por “João do Vale, muita
gente desconhece” e “Povo marcado”. Atualmente
finaliza o documentário “Clementina cadê você”,
que retrata a vida e a obra da cantora
brasileira Clementina de Jesus. Publicou pela
Provocare Editora o livro Política e Ação
Cultural, por uma Gestão das Culturas e também é
autor de “Nossa arte à meia-luz”.
werintonkermes.blogspot.com
--
Att,
Marcela Rodrigues TV Votorantim
Contato: (15) 9118-2799 |
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