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Pesquisa Ciência em Evidência Medicina
O mundo sofre mais de câncer
Por João Nunes de Matos Neto*
Publicado em 29/07/2005 - 00:01
O aumento da incidência do câncer no mundo e,
também no Brasil, é uma realidade
inquestionável. Qual o motivo desse aumento? Não
existe uma resposta cientificamente completa e
imponderável, porém, algumas questões merecem
comentários.
Nos dias atuais, mesmo no Brasil, há um maior
acesso aos meios diagnósticos para identificação
do câncer, nas suas mais variadas apresentações.
Fazemos mais diagnósticos de câncer hoje do que
fazíamos no passado. Isso provoca um aumento nos
registros médico-hospitalares, e como
conseqüência, um aumento na incidência de
câncer.
Paralelamente notamos, principalmente nos
grandes centros urbanos em desenvolvimento, a
mudança para adoção de um novo estilo de vida.
Do ponto de vista biológico, essa mudança
ocorreu de forma muito rápida. Nosso material
genético carrega informações agregadas durante
milhões de anos para permitir nossa
sobrevivência e nossa adaptação ao meio que nos
cerca e, em menos de um século (que do ponto de
vista biológico é muito pouco tempo), mudamos
completamente nosso estilo de vida.
No tempo de nossas avós, mulher que não casava
até os vinte anos era exceção. A que não tinha
filho antes dos trinta anos também era exceção.
Hoje, quem se casa antes dos vinte é a exceção.
Porém, do ponto de vista puramente biológico, a
melhor idade para engravidar ainda é durante a
segunda e terceira década de vida.
Antigamente, precisávamos de muito esforço
físico para conseguir alimentos. Hoje, na maior
parte do mundo, tudo está mecanizado. Até para
mudar o canal da televisão não precisamos nos
levantar do sofá. O controle remoto fará o
trabalho por nós.
Qual a relação entre esses novos hábitos e o
aumento da incidência de câncer? Sabemos,
através de estudos científicos sérios, que há um
fator de risco aumentado para desenvolvimento de
câncer de mama entre mulheres obesas, entre
mulheres cuja primeira gravidez se deu
tardiamente e entre mulheres que não praticam
exercícios físicos.
Entre os homens não é diferente. A mesma relação
é observada entre aumento da incidência de
câncer de próstata em homens no tocante a
obesidade e não realização de exercícios físicos
regulares.
O tabagismo, porém, é o principal vilão do
aumento da incidência de câncer, sendo
responsável pelo aumento na incidência de vários
tipos de câncer: pulmão, laringe, boca, bexiga,
entre outros. Mas o tipo de câncer mais
diagnosticado atualmente é o de pulmão, com a
identificação de cerca de 1,4 milhão de novos
casos a cada ano, de acordo com relatório de
Pesquisa do Câncer da Grã-Bretanha. Em 1975,
menos de 600 mil casos foram diagnosticados.
Prevê-se também um aumento de casos nos próximos
20 anos em regiões onde houve um crescimento do
tabagismo, como a África Oriental, a América
Central e o Sudeste Asiático.
Dados de literatura médica mostram uma triste
realidade: as mulheres que, com a vida moderna
passaram a fumar tanto quanto os homens,
apresentaram um aumento assustador na incidência
de câncer de pulmão, sendo que em alguns países
do mundo, a mortalidade por câncer de pulmão em
mulheres ultrapassou a mortalidade por câncer de
mama.
No Brasil, os números não são diferentes do
resto do mundo. Segundo o Instituto Nacional do
Câncer (Inca), houve uma variação percentual de
aumento na taxa de mortalidade relacionada ao
câncer de mama +80,3% quando comparamos os dados
de 1979 com os dados de 2003. O câncer de pulmão
apresentou um aumento com variação de +57% para
mortalidade em câncer de pulmão para os homens e
um aumento com variação de +134% para
mortalidade de câncer de pulmão para as mulheres
no mesmo período.
Em resumo, o aumento na incidência do câncer no
mundo provavelmente tem uma gênese
multifatorial, que vai desde o aumento na
capacidade de diagnóstico até mudanças profundas
no hábito de vida dos seres humanos. Nesse
contexto, as orientações básicas para uma vida
saudável devem ser seguidas por todos.
Exercícios físicos regulares associados a uma
dieta equilibrada evitam a obesidade - são os
principais caminhos para essa vida saudável.
* João Nunes de Matos Neto é médico oncologista,
chefe do serviço de Oncologia do HUB (Hospital
Universitário de Brasília) e membro titular da
Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e da
Sociedade Brasileira de Mastologia.
** Artigo originalmente publicado no site da
UnB.
Dr. João Nunes Neto
CRM.DF 9165
E-mail:
jnunes@cettro.com.br
Graduado
em Medicina pela Faculdade de Ciências da Saúde
da Universidade de Brasília, realizou
Pós-Graduação em Cirurgia Geral e Oncologia
Clínica no Hospital Universitário de Brasília.
É Chefe do Serviço de Oncologia
Clinica do Hospital Universitário de Brasília e
Coordenador da Residência Médica em Oncologia
Clinica do Hospital Universitário de Brasília.
Premiado como um dos melhores
na II Jornada Médica do HUB, em 1997, está
sempre presente nos principais congressos da
área. É Membro Titular da Sociedade Brasileira
de Oncologia Clinica desde 2003.
Além de compor o corpo clínico
do Cettro, atua no Centro de Tratamento
Oncológico do Hospital Santa Lúcia.
http://www.cettro.com.br/
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NOTA DA EDITORA:
Desde 2001, sou paciente do
oncologista Dr. João Nunes Neto.
A Deus e a ele, como
instrumento divino, sou devedora muito
agradecida pelo sucesso de 4 cirurgias, da
quimioterapia e do acompanhamento que me
proporcionam a sobrevivência com qualidade
de vida.
Theresa Catharina de Góes
Campos
Brasília-DF, 17 de dezembro
de 2012
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HOMENAGEM E GRATIDÃO A MEUS
MÉDICOS MARAVILHOSOS
Humanos e competentes, agradeço-lhes os
excelentes cuidados e a minha qualidade de
vida - há muitos anos!
Louvado seja Deus! Colocou em meu caminho
estes Médicos:
Dr. AFONSO HENRIQUES P.A. Fernandes -
Ortopedia e Traumatologia
Dr. ANTÔNIO Ferreira de Campos TORRES Neto -
Endocrinologia
Dr. JOÃO NUNES de Matos Neto - Oncologia
Clínica
Dr. LEIZER Divino de Castro VALADÃO -
Oftalmologia e Microcirurgia
Dr. RICARDO Peixoto CAMARINHA - Cardiologia
e Clínica-Geral
Dr. TELMO Dias BORBA da Costa - Neurologia
Dra. ZILENE do Carmo MARQUES - Ginecologia e
Obstetrícia
Fui paciente do Dr. FRANCISCO ELIOMAR Gomes
de Oliveira - Cirurgia Oncológica e
Mastologia, de 1998 a 2000, ano em que
viajou para fazer especialização nos EUA. A
ele, Major-Médico da Aeronáutica, também
registro aqui a minha homenagem e gratidão.
Theresa Catharina
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