Theresa Catharina de Góes Campos

  EM DEFESA DOS MEUS POEMAS LONGOS

De: Theresa Catharina de Goes Campos
Enviada em: quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010 21:21
Para: terezahalliday@
Assunto: EM DEFESA DOS MEUS POEMAS LONGOS...


Cara Tereza Lúcia:

Gratíssima por você ter reservado tempo e palavras de especialista em comunicação, jornalista, escritora e poeta, para me enviar seu comentário sincero, algo realmente precioso, uma bondade para comigo. MUITO OBRIGADA.

Como não precisei responder a diversas mensagens elogiosas que recebi, também assinadas por especialistas em áreas diversas, já encaminhei a você algumas, para que as conheça.

Neste momento venho lhe explicar o seguinte, exatamente porque as pessoas nos surpreendem em seus gostos e suas preferências...

Dr. Faustino Vicente, consultor organizacional para empresas e órgãos públicos, advogado, professor e palestrante, vem prestigiando regularmente os sites que produzo com o envio de artigos sobre temas atuais, também publicados em muitos países e outros continentes. Não nos conhecemos pessoalmente, entretanto, às vezes comenta os meus poemas longos.

Ana Falcão, tradutora e revisora, com todas as qualificações e uma competência inegável na área linguística e literária, costuma opinar com palavras que demonstram objetividade e conhecimento. Avisa-me, generosamente , sobre as necessidades de revisão nos textos e versos.

Reynaldo Domingos Ferreira , advogado, dramaturgo e jornalista (autor, inclusive, do "Dicionário da Dívida Externa Brasileira", com várias edições publicadas, apesar de ser um livro bem volumoso, mais romances, livros de poesias e peças de teatro, como a premiadíssima "Dona Bárbara"), além de colunista, costuma ser bastante objetivo e um analista de "cabeça fria". Somos amigos desde 1983, embora tenhamos algumas características pessoais (e profissionais) praticamente opostas. Desde 1983, ele insiste comigo para escrever um livro sobre a minha vida, repetindo que "daria um ótimo romance!".

Quanto a Luci Tiho Ikari, conheço aqui de São Paulo, sendo uma professora com doutorado em ciências sociais da Universidade de São Paulo, filha de imigrantes japoneses. Membro de um grupo de haikai, convidou-me a fazer o mesmo. Fui uma única vez...Pela troca assídua de correspondência, e meus encontros em SP com ela e a irmã, em algumas oportunidades, penso que tem personalidade semelhante à de Reynaldo, não sendo, porém, brilhante nem tão culta como ele. Não voltei ao grupo de haikai porque, embora apreciando os haikais desses poetas, publicando alguns versos de seus integrantes, divulgando notícias e artigos sobre o assunto em várias seções de meus sites, detestei a idéia de fazer poesia seguindo tantas regras, desde o tipo de papel à colocação da escrita, a contagem rígida de sílabas de uma forma incompreensível até hoje para mim (uma contagem por sons, que não consigo entender e, por essa razão, não posso obedecer...porque sou incapaz de compreender, não sei escrever haikai assim.) E os temas seriam unicamente "voltados para a natureza", jamais para fatos, experiências ou sentimentos.

Quando regressei da reunião, estava decidida a não escrever mais os meus poemas pequenos, sucintos, praticando o que eu pensava ser a essência do haikai: um poema de três linhas, com assunto iniciado e concluído nessas três linhas. Aliás, quando reúno os haicais, minha intenção é economizar espaço e papel, inclusive para os que se interessam em copiar. Estou ciente, é claro, de que os japoneses escrevem um haicai ocupando uma página inteira, o que encarece a publicação em livros. Como depois que escrevo o que seria definitivo e acordado, sinto total repulsa a uma posterior rejeição ("quanto tempo precioso joguei fora!"), fui realmente incapaz de apagar os meus haicais que não tratavam de temática ligada à natureza. Juntei alguns haicais para ter poesias mais longas, com um número maior de versos e me dei por satisfeita. No "baú" do que seria um trabalho "inútil", ainda ficou uma quantidade considerável de versos. Aí, pensei que uma boa providência seria retirar do título a palavra tradicional "haikai", mesmo que eu conservasse as tais três linhas como 3 versos, etc.

Antes de tomar essa última decisão, fui pesquisar, em dicionários comuns e literários, assim como em poetas, japoneses e brasileiros publicados. Aí, experimentei uma agradável surpresa: lá estavam os haikais "diferentes" dos que seriam os tradicionais, haikais bem do jeitinho que faço os meus 3 versos:sentimentos, emoções também, assuntos diversificados, ao lado de temas ligados à natureza, respeitando as 3 linhas e o assunto único para cada haikai, o espaço econômico. Daí, ergui a cabeça, abri os braços para acolher meus haikais que não paravam de chegar, e continuei praticando o meu mais recente aprendizado, uma surpresa para mim - sempre quis fazer haicai, achava dificílimo, comecei a fazer sem parar no centenário da imigração japonesa para o Brasil - 2009, incentivada, com certeza, pelos eventos culturais aos quais compareci e sobre os quais depois fiz textos noticiosos.

Vou lhe falar do fundo de meu coração, porque me é difícil, em certos assuntos, fazê-lo de forma objetiva...

Pretendo, logo depois de lhe enviar este e-mail, publicar na íntegra, em várias seções de meus sites, o seu comentário impecável. Quanto à minha resposta, talvez elabore antes uma edição do texto longo (desculpe!), de modo a dar uma satisfação aos leitores de modo geral.

Admiro a postura de Graciliano Ramos, um exemplo de correção, precisão e arte literária. Recordo e relato a muitas pessoas, igualmente, o seu depoimento de que revisava e reescrevia TODOS os seus textos, página por página, cada sentença e palavra, "umas vinte vezes" - sim, 20 (vinte) vezes, até encontrar a linguagem "definitiva"... Bem, penso que, se ele decidisse revisar e reescrever menos vezes, conseguiria ter publicado muito mais obras, todas "clássicas". Quantas mais deixou de escrever, enquanto reescrevia quase compulsivamente ? Por que só ele julgar? Não contariam as opiniões - nenhuma ? - dos outros?

Apenas para citar a "epopéia" desta eterna aprendiz , confidenciando sobre " ..... rompimentos de afetos profundos ", alguns fatos começaram em 1971 ...é, datam dessa década distante, do século passado. Rejeitei primeiro os textos em prosa e, depois, os versos...até que, em 31 de janeiro último, após não mais expulsar essa "poesia" que chegava "quase completa", reescrever e reescrever (tarefa que empreendi sem sucesso, de acordo com a sua análise competente, de especialista, com mais estudos acadêmicos , mestrado e doutorado - títulos que eu não tenho, o que admiro e não deixo de reconhecer como valiosa credencial e qualificação maior do que a minha, uma jornalista adepta, desde o início, do que alguns profissionais competentíssimos chamam de "jornalismo subjetivo", porque escrevem sobre as suas experiências pessoais ... Pode crer: estou muito bem acompanhada, nesta escolha de atuação.
 
Conscientemente, procuro identificar o que seria um "espaço vazio", para eu ocupar com a minha "trouxinha", o meu diferencial, com a esperança de que os meus sentimentos ofereçam uma opção a tudo o mais que existe de valor, seguindo a utopia, o ideal individual que abracei buscando integrar-me ao TODO reconhecido e mais valorizado do que a pequenina, minúscula "pedra" que venho oferecer para "construir o mundo". Lembro as palavras de Saint-Exupéry, em "Terra dos Homens" (na tradução de Monteiro Lobato), quando define: "Ser homem é..........(...) sentir, colocando a sua pedra, que contribui para construir o mundo."

Alguns poemas que agora divulgo sem destaque especial, jamais foram mostrados a ninguém (há um longo poema sobre celular, também! que decidi não enviar aos amigos e conhecidos para evitar ser indelicada, agressiva...) - encaminhei ao Walter Rodrigues Ferreira ( tecnólogo em processamento de dados, webmaster/webdesigner de meus sites e principal colaborador na realização de meus projetos na internet, livros e cd-roms), para "registrá-los" nas seções Poesias (arteculturanews) e Documentos (noticiasculturais), certa de que ninguém notaria, mas dali não seriam ausentes. Funcionou. Ninguém parece ter observado, porque ninguém reagiu. Nem comentou...Se não gostaram, nem mesmo se deram ao trabalho de reclamar. Bem, o meu trabalho foi realizado, com objetivos específicos. Se os versos derem frutos, vivendo no silêncio, será por misericórdia divina, certamente, e não, por mérito meu, pois não despertaram qualquer reação.

Para gravarmos o cd-rom e dele editarmos em livro "Existe Vida sem Poesia?", a orientação ao Walter (responsável, desde 2001, por toda a concretização tecnológica de meus trabalhos na internet e seus desdobramentos - desculpe-me a linguagem, que não sei se é inadequada...) foi "copiar/gravar" todas as poesias de minha autoria. Senti vergonha de identificar as tais "poesias malditas", que não mereceriam ser publicadas, mas o pensamento me incomodava. Sobretudo porque não sabia como transmitir a ele essa determinação. O mesmo problema enfrento, há quase uma década, no que se refere a um determinado conteúdo exibido, desde o início, em meu site pessoal - não sei como lhe dizer para retirar...mal posso olhar, não consigo ler, nem pedir a retirada do que me atinge dolorosamente.
 
Ceres Alvim, amiga queridíssima desde 1965, autora de 13 livros, ao lhe confidenciar sobre o meu dilema para não incluir os poemas difíceis, compostos no sofrimento, não hesitou em me declarar sua opinião: "inclua todas essas poesias, porque fazem parte de sua vida!" Surpreendeu-me sua determinação, ao falar tão decidida!

Jamais pensei sobre a escritora Ceres como a minha orientadora, pelo fato de considerá-la, na verdade, uma grande amizade, uma carinhosa incentivadora que me recebe em sua casa e juntas partilhamos experiências e opiniões.

Nós duas costumamos ler e reler o que escrevemos, buscando aperfeiçoar cada texto o máximo a nosso alcance.

Ambas acreditamos não escrever em consequência da atividade de nossos hormônios, uma hipótese que você considera como possível explicação de um texto medíocre (por isso inaceitável, destinado a ser jogado fora), aceitando o conselho de sua orientadora acadêmica para rejeitar posteriormente os resultados de tais emoções endocrinológicas, o que não é nosso caso. Não conquistamos Mestrado, nem Doutorado, como você o fez, merecidamente.

Ceres e eu nunca pretendemos escrever com objetividade, e sim, transmitir aos leitores nossa vivência pessoal, subjetivamente. A nós, "fazer uma leitura mais distanciada" não serviria a nossos propósitos. Para muitos outros, com ideais literários diferentes, sim. Sabemos que os seres humanos têm, cada um, a riqueza de sua individualidade. Seguem cada um o "seu" caminho, um destino pessoal no labirinto da vida. As semelhanças não impedem a originalidade, apenas a complementam. Os autores objetivos seguem a sua motivação específica. Entretanto, a subjetividade apresenta a sua qualidade própria. No tempo de Mozart, o público admirava Salieri... As obras de Van Gogh, na época em que viveu, expressavam os sentimentos que ele abrigava em seu íntimo e nenhum sucesso alcançavam... Arte é valor artístico, não depende de crítica favorável.
 
Sobre a eventualidade de transformar as minhas poesias em crônicas, confesso que, há vários anos, não para eliminar os poemas, mas visando atingir o público que não gosta de leituras versificadas, já planejo um livro e cd-rom de Crônicas, como se pode ver na primeira edição do livro e cd-rom "Pensamentos para ser, agir e viver melhor", em Novos Projetos, informação repetida no cd-rom e livro ("boneca" já pronta, esperando meu regresso a Brasília para revisar): o título do referido projeto é:

CRÔNICAS LÍRICAS OU POEMAS EM PROSA?

Assim, antecipei-me, de certa forma, à sua orientação no sentido de preferir o formato de crônica. No entanto, nada de perseguir e matar os meus versos. Ou jogá-los no lixo, igualando-os a detritos indesejáveis. No mínimo, são recicláveis e, como tais, com utilidade. Se nasceram, que vivam, mesmo que não sejam apreciados. Não quero asfixiá-los. Vou deixá-los viver, em sua plenitude, apesar das imperfeições. Afinal, todos nós devemos enfrentar a existência em meio a opiniões desfavoráveis. Por falta de tempo, e por eu não ter encontrado, até o momento, quem simplesmente reproduza em prosa todas as minhas poesias, sem cortar palavras ou pontuação, eliminando somente o alinhamento como estrofes e o posicionamento dos versos como linhas incompletas no espaço.
Pode não parecer, o que talvez seja uma qualidade literária, contudo, meu hábito de, como você acertadamente me aconselhou, "reler e reler", aplica-se até nos e-mails que escrevo, relidos e relidos, revisados, corrigidos para que saiam melhores para os seus destinatários. Isso, a maioria das pessoas não costuma fazer, enviando as mensagens por internet apressadamente, não se importando com a digitação ou com as regras gramaticais.

Minhas poesias chegam de repente, sem me avisar. Trajam vestidos longos, como se viessem a convite, atendendo a recomendação de traje a rigor. Outras vezes, os poemas se apresentam de vestido curto, com ou sem bainhas, algumas, evidentemente precisando de acabamento, outras, com acabamento "perfeito". Como ter coragem para fechar-lhes a porta de meu coração?

Recebo todas de braços abertos e sorriso largo! Cantamos juntas, mesmo sendo eu desafinada. Pequenas ou longas, minhas poesias refletem situações rotineiras ou inesperadas. No íntimo, respeito a ambas - aquelas com discrição nas confidências, tanto quanto as que despejam no mundo seus intermináveis lamentos...

Espero ter defendido bem os meus poemas longos, uma conversa com os leitores sem pressa (Tenho fé: eles existem!). Às vezes me parecem baladas, cantadas com as repetições dos estribilhos, recorrendo a refrões líricos ou engraçados, talvez simplórios, no entanto, sempre muito sinceros na crença e nos sonhos. Não são como literatura de cordel, merecedora de reconhecimento crítico, porém, não rejeitariam a identificação como poesia... Se for chamada assim, por outros além de mim, valeu a pena!
 
Isso porque lembro de sua competência, Tereza Halliday, desde os anos pré-universitários, quando saiu vitoriosa naquele embate filosófico diante de nossos mestres e professores. Num julgamento simulado, eu me mostrei incapaz na defesa de Sócrates, na ocasião também condenado, como resultado de sua eficiência como advogada de acusação.
Deus permita que os meus versos tenham mais sorte agora, escapando da "condenação à morte" que julgo imerecida, nesta sociedade em que tantas diferenças precisam conviver, tentando encontrar uma solução para a sobrevivência humana.

(Ah, Tereza Lúcia, agradeço-lhe por me ter enviado a sua crítica! Que oportunidade maravilhosa para eu assumir a defesa dos meus poemas plenos de estrofes! MUITO OBRIGADA.)

Theresa Catharina de Góes Campos
São Paulo, 24 de fevereiro de 2010

INFORMAÇÕES SOBRE A MESTRA E DOUTORA LUCI TIHO IKARI

De: Luci Tiho Ikari
Data: 26 de fevereiro de 2010 23:45
Assunto: Re: EM DEFESA DOS MEUS POEMAS LONGOS ...
Para: Theresa Catharina de Goes Campos


Cara Theresa Catharina:

Obrigada pelos comentários. Esclareço que a minha formação no mestrado e doutorado foi na linha de pesquisa em "turismo e lazer" na ECA (Escola de Comunicação e Artes) da USP, e não, em Ciências Sociais. O meu interesse pela prática do haicai ocorreu pela curiosidade e aprendizagem dessa modalidade dos imigrantes japoneses, em seus momentos de lazer. Também, como os momentos serviram para externar suas vivências em terra brasileira, ainda desconhecida, em um tempo de incertezas e dificuldades. Mais tarde, divulgados também, em língua portuguesa. Pratico como lazer e aprendizagem, sem a intenção de alcançar brilhantismo ou erudição poética, qualidade e competência que você sempre tem para escrever.
Até, Luci


De: Tereza Lúcia Halliday
Data: 21 de fevereiro de 2010 14:42
Assunto: Re: HAIKAIS DO SORRISO e outros poemas.
Para: Theresa Catharina de Goes Campos



Querida Therezita:

Se você sabe criar haikais tão lindos, saberá condensar seus poemas mais longos!

Sua criativa e experiente amiga Ceres Alvim deve ser sua conselheira mor, por sua grande criatividade em Literatura.

Mas, compartilho, afetuosamente, o que aprendi ao estudar análise da argumentação - de um texto nosso ou de outros:

1)Primeiro, derramar tudo o que a alma quer jogar pra fora.

2) Reler e reler.

3) Deixar o texto marinando. Deixar passar uma ou duas noites sobre ele. Aí já podemos fazer uma leitura mais distanciada.

4) Reescrever o texto burilando e cortando. A emoção bruta do início deve entrar como tempero bem temperado.

5) Lembrar do conselho de Gaciliano Ramos: reescrever, reeescrever, reescrever e, finalmente, reescrever.

6) Isto leva à dica de minha orientadora Kathleen Jamieson na hora de avaliar o texto. Pergunte: Isto é apenas um retrato do estado dos meus hormônios na hora em que escrevi, ou, além e acima disto, é um bom texto?

Com carinho,
Tereza

P.S. Sobre alguns textos revelando experiências muito fortes de vivências e sentimentos seus, que tanto ajudam a outros sofredores:

se quiser deixá-los inteiros, como na primeira versão, então transforme em prosa, em vez de poemas. Ainda assim, carecerão de reescrita numa postura mais distanciada. O velho Graciliano é quem o diz.


De: Tereza Lúcia Halliday
Data: 26 de fevereiro de 2010 19:45
Assunto: Re: SEU TEXTO EM DEFESA DOS SEUS POEMAS LONGOS
Para: Theresa Catharina de Goes Campos


Querida Theresita:

Que magnífica defesa!
Só que não houve "acusação".

Partilhei fraternalmente o que aprendi sobre edificação de textos, muito mais na área de análise dos discursos, sem arvorar-me a querer entender de produção literária. Para isto você tem competentíssimos amigos.

Graciliano deve ter mesmo exagerado. Mas o conselho dele serve para sacudir "aprendizes preguiçosos" das oficinas literárias. Não para veteranos que já internalizaram "a medida certa" do burilamento do texto.
Como você.

São admiráveis a sua destreza de escritora, seu esmero em tudo o que escreve e seu senso de responsabilidade em tudo o que faz.

Em Literatura, sou leitora, não analista.
E como leitora, curto seus poemas e outros textos seus, como "Pensamentos para Ser, Agir e Viver Melhor" - uma grande lição!

Continuo a gostar dos seus haikais, quer continuem a ser produzidos ou não. Quer levem este nome ou não.

Quanto aos poemas longos, é sua prerrogativa. Eles têm uma "missão" curativa da autora e dos leitores que trilham sendas de sofrimento no delicado território dos afetos.

Eu me debruço sobre eles com imenso respeito e empatia.
Talvez a maior dor de todas num ser humano seja ser acusado de algo que não fez.

Como sobrevivente dessa dor, você tomou a si a tarefa de compartilhar suas vivências para que outros possam beneficiar-se delas. Para que nasçam lírios do pântano dos corações sofridos de leitores seus...

Abençoada seja, amiga!
E grata pela positividade que você espalha pelo mundo.

Tereza Lúcia

P.S. Gostaria que você partilhasse estas minhas palavras com seus outros amigos-comentaristas.

Tereza Lúcia Halliday, Ph.D.
Artesã de Textos
www.terezahalliday.com


De: Theresa Catharina de Goes Campos
Data: 26 de fevereiro de 2010 21:19
Assunto: Renovo meus agradecimentos a você, Tereza Lúcia, pela generosidade da sua atenção ref. ..... EM DEFESA DOS MEUS POEMAS LONGOS
Para: terezahalliday
Cc: Luci Tiho Ikari, Faustino Vicente


Caríssima Tereza Lúcia:

Renovo meus agradecimentos a você, pela generosidade da sua atenção ref. EM DEFESA DOS MEUS POEMAS LONGOS.

E, por favor, não se preocupe. Sei que você me aconselhou, não foi "acusação"!, estou consciente disso. Você me transmitiu carinhosamente os seus conhecimentos específicos e qualificados. Antes de entrar na universidade, desde que estudávamos juntas, na mesma turma do Curso Clássico (Colégio de São José, Recife-PE), participando de atividades culturais, movimentando o Grêmio, editando o jornal "O Farol", você já demonstrava, com nitidez, o seu perfil acadêmico, paralelamente aos dotes jornalísticos. Era metódica, sistemática nos estudos, como que anunciando sua dedicação posterior à ciência da comunicação. Produzia textos precisos, "enxutos" até no humor.

Recorri a metáforas, usei de minha liberdade poética - ilimitada, não é mesmo? - para redigir um artigo de explicação, na crença de que o porquê das minhas poesias longas justifique a sua existência, defendendo a companhia desses versos "intermináveis" que sobrevivem na minha vida. Enfim, até explicitei o processo de composição, essa experiência de escrever que talvez possa se resumir na pergunta-título do meu próximo livro: "Existe Vida sem Poesia?"

Para responder com sinceridade, reconheço a possibilidade de se fazer poesia em separado, longe da existência pessoal, buscando uma linguagem objetiva, termos exatos, temas nacionais e internacionais, lições cívicas, heróis e acontecimentos históricos. Nomes famosos assinam esses poemas, celebrados por gerações, e que eu também admiro.

Confesso que não sei fazer poesia assim...Preciso ligar os versos à vida, compreendida unicamente pelo viés pessoal, sem distanciamento (por mais que eu tente!), o que talvez seja uma posição indefensável. Seria a imparcialidade...um valor elogiado. Parece que não tenho essa qualidade. Posso agir racionalmente, com imparcialidade por princípio ético. Mas, dentro de mim, no meu âmago, o que existe é por demais subjetivo, uma realidade que não posso (nem devo!) negar, para ser honesta nos sentimentos, como tanto desejo. Mesmo ao escrever textos e poemas sobre personalidades como o Aleijadinho, Santos-Dumont e Saint-Exupéry, por exemplo, a inspiração se fundamenta no entusiasmo de meu coração.

Não se preocupe...Terminando de lhe enviar este e-mail, de imediato estarei encaminhando a sua mensagem, como você solicitou, a meus "outros amigos-comentaristas". Enviarei cópia a você, com os nomes e e-mails dos que divulgam regularmente os respectivos endereços de suas caixas postais. Há duas exceções, porém. A ausência de seus nomes não significa que eu não lhes remeti o e-mail que você me escreveu com tanta generosidade, em tempo e atenção, pelo que lhe fico muito grata.

Na verdade, estamos todos partilhando, compartilhando na convivência pela escrita, o que considero maravilhoso!

Se Deus quiser, em dezembro próximo, terei a oportunidade de lhe convidar para repetirmos aquele almoço tão agradável em que nos encontramos com Ana Maria e Sé. Já anotei na minha agenda!

Abraços carinhosos de
Therezita


De: Faustino Vicente
Data: 26 de fevereiro de 2010 06:57
Assunto: RES: EM DEFESA DOS MEUS POEMAS LONGOS ...
Para: Theresa Catharina de Goes Campos

Bom dia, Dra. Theresa Catharina:
Parabéns pelas suas competências ecléticas e um ótimo fim de semana.
Faustino


De: RAQUEL DE ALMEIDA PRADO CRUZ
Data: 26 de fevereiro de 2010 18:42
Assunto: Re: EM DEFESA DOS MEUS POEMAS LONGOS ...
Para: Theresa Catharina de Goes Campos


Theresa querida,

O que tenho a dizer é apenas isso: você escreve magistralmente. Os seus textos são claros, coesos e plenos de conteúdo. Além disso, seus poemas são belíssimos e devo, ainda, acrescentar que há muita beleza na tristeza também. Beijo enorme da amiga e admiradora Raquel.


De: Luci Tiho Ikari
Data: 27 de fevereiro de 2010 00:43
Assunto: Re: EM DEFESA DOS MEUS POEMAS LONGOS ...
Para: Theresa Catharina de Goes Campos theresa.files@


Olá, Theresa Catharina

Tudo bem com você?
Não sou especialista em haicai, pois você já sabe, que estou tentando aprender há algum tempo e pratico como lazer. Até hoje, sinto que não consegui dominar todos os conhecimentos para escrever. Você é uma pessoa diferente, pois escreve com muita competência poemas originais, sensíveis e de rápida transmissão. Nem todos têm essa facilidade. Você cria e recria livremente, o tempo todo aquilo que passa em sua mente, com muita perspicácia. Qualidade, que só você tem. Valorize o que você tem de melhor e continue divulgando seus trabalhos. Você estará criando sua marca registrada. Luci


De: walter ferreira
Data: 28 de fevereiro de 2010 11:32
Assunto: Re: EM DEFESA DOS MEUS POEMAS LONGO
Para: Theresa Catharina de Goes Campos


Estimada Theresa Catharina:

A Senhora é uma escritora brilhante. Seria uma pena perdermos esses textos, ainda que seja doloroso publicá-los.
Entretanto, entendo sua decisão em manter algumas memórias em caráter mais reservado, ou mesmo não divulgá-las! Quando a Senhora julgar adequado, retiro qualquer material que venha a me indicar.

Obrigado por fazer parte de sua equipe. Este ano completamos, com muita satisfação, 09 anos de trabalho! Obrigado por todo o carinho e a sua atenção.

Um forte abraço,
Walter
 

 

Jornalismo com ética e solidariedade.