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EM DEFESA DOS MEUS POEMAS LONGOS
De: Theresa
Catharina de Goes Campos
Enviada em: quinta-feira, 25 de fevereiro de
2010 21:21
Para: terezahalliday@
Assunto: EM DEFESA DOS MEUS POEMAS LONGOS...
Cara Tereza Lúcia:
Gratíssima por você ter reservado tempo e
palavras de especialista em comunicação,
jornalista, escritora e poeta, para me enviar
seu comentário sincero, algo realmente precioso,
uma bondade para comigo. MUITO OBRIGADA.
Como não precisei responder a diversas mensagens
elogiosas que recebi, também assinadas por
especialistas em áreas diversas, já encaminhei a
você algumas, para que as conheça.
Neste momento venho lhe explicar o seguinte,
exatamente porque as pessoas nos surpreendem em
seus gostos e suas preferências...
Dr. Faustino Vicente, consultor organizacional
para empresas e órgãos públicos, advogado,
professor e palestrante, vem prestigiando
regularmente os sites que produzo com o envio de
artigos sobre temas atuais, também publicados em
muitos países e outros continentes. Não nos
conhecemos pessoalmente, entretanto, às vezes
comenta os meus poemas longos.
Ana Falcão, tradutora e revisora, com todas as
qualificações e uma competência inegável na área
linguística e literária, costuma opinar com
palavras que demonstram objetividade e
conhecimento. Avisa-me, generosamente , sobre as
necessidades de revisão nos textos e versos.
Reynaldo Domingos Ferreira , advogado,
dramaturgo e jornalista (autor, inclusive, do
"Dicionário da Dívida Externa Brasileira", com
várias edições publicadas, apesar de ser um
livro bem volumoso, mais romances, livros de
poesias e peças de teatro, como a premiadíssima
"Dona Bárbara"), além de colunista, costuma ser
bastante objetivo e um analista de "cabeça
fria". Somos amigos desde 1983, embora tenhamos
algumas características pessoais (e
profissionais) praticamente opostas. Desde
1983, ele insiste comigo para escrever um livro
sobre a minha vida, repetindo que "daria um
ótimo romance!".
Quanto a Luci Tiho Ikari, conheço aqui de São
Paulo, sendo uma professora com doutorado em
ciências sociais da Universidade de São Paulo,
filha de imigrantes japoneses. Membro de um
grupo de haikai, convidou-me a fazer o mesmo.
Fui uma única vez...Pela troca assídua de
correspondência, e meus encontros em SP com ela
e a irmã, em algumas oportunidades, penso que
tem personalidade semelhante à de Reynaldo, não
sendo, porém, brilhante nem tão culta como ele.
Não voltei ao grupo de haikai porque, embora
apreciando os haikais desses poetas, publicando
alguns versos de seus integrantes, divulgando
notícias e artigos sobre o assunto em várias
seções de meus sites, detestei a idéia de fazer
poesia seguindo tantas regras, desde o tipo de
papel à colocação da escrita, a contagem rígida
de sílabas de uma forma incompreensível até hoje
para mim (uma contagem por sons, que não consigo
entender e, por essa razão, não posso
obedecer...porque sou incapaz de compreender,
não sei escrever haikai assim.) E os temas
seriam unicamente "voltados para a natureza",
jamais para fatos, experiências ou sentimentos.
Quando regressei da reunião, estava decidida a
não escrever mais os meus poemas pequenos,
sucintos, praticando o que eu pensava ser a
essência do haikai: um poema de três linhas, com
assunto iniciado e concluído nessas três linhas.
Aliás, quando reúno os haicais, minha intenção é
economizar espaço e papel, inclusive para os que
se interessam em copiar. Estou ciente, é claro,
de que os japoneses escrevem um haicai ocupando
uma página inteira, o que encarece a publicação
em livros. Como depois que escrevo o que seria
definitivo e acordado, sinto total repulsa a uma
posterior rejeição ("quanto tempo precioso
joguei fora!"), fui realmente incapaz de apagar
os meus haicais que não tratavam de temática
ligada à natureza. Juntei alguns haicais para
ter poesias mais longas, com um número maior de
versos e me dei por satisfeita. No "baú" do que
seria um trabalho "inútil", ainda ficou uma
quantidade considerável de versos. Aí, pensei
que uma boa providência seria retirar do título
a palavra tradicional "haikai", mesmo que eu
conservasse as tais três linhas como 3 versos,
etc.
Antes de tomar essa última decisão, fui
pesquisar, em dicionários comuns e literários,
assim como em poetas, japoneses e brasileiros
publicados. Aí, experimentei uma agradável
surpresa: lá estavam os haikais "diferentes" dos
que seriam os tradicionais, haikais bem do
jeitinho que faço os meus 3 versos:sentimentos,
emoções também, assuntos diversificados, ao lado
de temas ligados à natureza, respeitando as 3
linhas e o assunto único para cada haikai, o
espaço econômico. Daí, ergui a cabeça, abri os
braços para acolher meus haikais que não paravam
de chegar, e continuei praticando o meu mais
recente aprendizado, uma surpresa para mim -
sempre quis fazer haicai, achava dificílimo,
comecei a fazer sem parar no centenário da
imigração japonesa para o Brasil - 2009,
incentivada, com certeza, pelos eventos
culturais aos quais compareci e sobre os quais
depois fiz textos noticiosos.
Vou lhe falar do fundo de meu coração, porque me
é difícil, em certos assuntos, fazê-lo de forma
objetiva...
Pretendo, logo depois de lhe enviar este e-mail,
publicar na íntegra, em várias seções de meus
sites, o seu comentário impecável. Quanto à
minha resposta, talvez elabore antes uma edição
do texto longo (desculpe!), de modo a dar uma
satisfação aos leitores de modo geral.
Admiro a postura de Graciliano Ramos, um exemplo
de correção, precisão e arte literária. Recordo
e relato a muitas pessoas, igualmente, o seu
depoimento de que revisava e reescrevia TODOS os
seus textos, página por página, cada sentença e
palavra, "umas vinte vezes" - sim, 20 (vinte)
vezes, até encontrar a linguagem "definitiva"...
Bem, penso que, se ele decidisse revisar e
reescrever menos vezes, conseguiria ter
publicado muito mais obras, todas "clássicas".
Quantas mais deixou de escrever, enquanto
reescrevia quase compulsivamente ? Por que só
ele julgar? Não contariam as opiniões - nenhuma
? - dos outros?
Apenas para citar a "epopéia" desta eterna
aprendiz , confidenciando sobre " .....
rompimentos de afetos profundos ", alguns fatos
começaram em 1971 ...é, datam dessa década
distante, do século passado. Rejeitei primeiro
os textos em prosa e, depois, os versos...até
que, em 31 de janeiro último, após não mais
expulsar essa "poesia" que chegava "quase
completa", reescrever e reescrever (tarefa que
empreendi sem sucesso, de acordo com a sua
análise competente, de especialista, com mais
estudos acadêmicos , mestrado e doutorado -
títulos que eu não tenho, o que admiro e não
deixo de reconhecer como valiosa credencial e
qualificação maior do que a minha, uma
jornalista adepta, desde o início, do que alguns
profissionais competentíssimos chamam de
"jornalismo subjetivo", porque escrevem sobre as
suas experiências pessoais ... Pode crer: estou
muito bem acompanhada, nesta escolha de atuação.
Conscientemente, procuro identificar o que seria
um "espaço vazio", para eu ocupar com a minha
"trouxinha", o meu diferencial, com a esperança
de que os meus sentimentos ofereçam uma opção a
tudo o mais que existe de valor, seguindo a
utopia, o ideal individual que abracei buscando
integrar-me ao TODO reconhecido e mais
valorizado do que a pequenina, minúscula "pedra"
que venho oferecer para "construir o mundo".
Lembro as palavras de Saint-Exupéry, em "Terra
dos Homens" (na tradução de Monteiro Lobato),
quando define: "Ser homem é..........(...)
sentir, colocando a sua pedra, que contribui
para construir o mundo."
Alguns poemas que agora divulgo sem destaque
especial, jamais foram mostrados a ninguém (há
um longo poema sobre celular, também! que decidi
não enviar aos amigos e conhecidos para evitar
ser indelicada, agressiva...) - encaminhei ao
Walter Rodrigues Ferreira ( tecnólogo em
processamento de dados, webmaster/webdesigner de
meus sites e principal colaborador na realização
de meus projetos na internet, livros e cd-roms),
para "registrá-los" nas seções Poesias (arteculturanews)
e Documentos (noticiasculturais), certa de que
ninguém notaria, mas dali não seriam ausentes.
Funcionou. Ninguém parece ter observado, porque
ninguém reagiu. Nem comentou...Se não gostaram,
nem mesmo se deram ao trabalho de reclamar. Bem,
o meu trabalho foi realizado, com objetivos
específicos. Se os versos derem frutos, vivendo
no silêncio, será por misericórdia divina,
certamente, e não, por mérito meu, pois não
despertaram qualquer reação.
Para gravarmos o cd-rom e dele editarmos em
livro "Existe Vida sem Poesia?", a orientação ao
Walter (responsável, desde 2001, por toda a
concretização tecnológica de meus trabalhos na
internet e seus desdobramentos - desculpe-me a
linguagem, que não sei se é inadequada...) foi
"copiar/gravar" todas as poesias de minha
autoria. Senti vergonha de identificar as tais
"poesias malditas", que não mereceriam ser
publicadas, mas o pensamento me incomodava.
Sobretudo porque não sabia como transmitir a ele
essa determinação. O mesmo problema enfrento, há
quase uma década, no que se refere a um
determinado conteúdo exibido, desde o início, em
meu site pessoal - não sei como lhe dizer para
retirar...mal posso olhar, não consigo ler, nem
pedir a retirada do que me atinge dolorosamente.
Ceres Alvim, amiga queridíssima desde 1965,
autora de 13 livros, ao lhe confidenciar sobre o
meu dilema para não incluir os poemas difíceis,
compostos no sofrimento, não hesitou em me
declarar sua opinião: "inclua todas essas
poesias, porque fazem parte de sua vida!"
Surpreendeu-me sua determinação, ao falar tão
decidida!
Jamais pensei sobre a escritora Ceres como a
minha orientadora, pelo fato de considerá-la, na
verdade, uma grande amizade, uma carinhosa
incentivadora que me recebe em sua casa e juntas
partilhamos experiências e opiniões.
Nós duas costumamos ler e reler o que
escrevemos, buscando aperfeiçoar cada texto o
máximo a nosso alcance.
Ambas acreditamos não escrever em consequência
da atividade de nossos hormônios, uma hipótese
que você considera como possível explicação de
um texto medíocre (por isso inaceitável,
destinado a ser jogado fora), aceitando o
conselho de sua orientadora acadêmica para
rejeitar posteriormente os resultados de tais
emoções endocrinológicas, o que não é nosso
caso. Não conquistamos Mestrado, nem Doutorado,
como você o fez, merecidamente.
Ceres e eu nunca pretendemos escrever com
objetividade, e sim, transmitir aos leitores
nossa vivência pessoal, subjetivamente. A nós,
"fazer uma leitura mais distanciada" não
serviria a nossos propósitos. Para muitos
outros, com ideais literários diferentes, sim.
Sabemos que os seres humanos têm, cada um, a
riqueza de sua individualidade. Seguem cada um o
"seu" caminho, um destino pessoal no labirinto
da vida. As semelhanças não impedem a
originalidade, apenas a complementam. Os autores
objetivos seguem a sua motivação específica.
Entretanto, a subjetividade apresenta a sua
qualidade própria. No tempo de Mozart, o público
admirava Salieri... As obras de Van Gogh, na
época em que viveu, expressavam os sentimentos
que ele abrigava em seu íntimo e nenhum sucesso
alcançavam... Arte é valor artístico, não
depende de crítica favorável.
Sobre a eventualidade de transformar as minhas
poesias em crônicas, confesso que, há vários
anos, não para eliminar os poemas, mas visando
atingir o público que não gosta de leituras
versificadas, já planejo um livro e cd-rom de
Crônicas, como se pode ver na primeira edição do
livro e cd-rom "Pensamentos para ser, agir e
viver melhor", em Novos Projetos, informação
repetida no cd-rom e livro ("boneca" já pronta,
esperando meu regresso a Brasília para revisar):
o título do referido projeto é:
CRÔNICAS LÍRICAS OU POEMAS EM PROSA?
Assim, antecipei-me, de certa forma, à sua
orientação no sentido de preferir o formato de
crônica. No entanto, nada de perseguir e matar
os meus versos. Ou jogá-los no lixo,
igualando-os a detritos indesejáveis. No mínimo,
são recicláveis e, como tais, com utilidade. Se
nasceram, que vivam, mesmo que não sejam
apreciados. Não quero asfixiá-los. Vou deixá-los
viver, em sua plenitude, apesar das
imperfeições. Afinal, todos nós devemos
enfrentar a existência em meio a opiniões
desfavoráveis. Por falta de tempo, e por eu não
ter encontrado, até o momento, quem simplesmente
reproduza em prosa todas as minhas poesias, sem
cortar palavras ou pontuação, eliminando somente
o alinhamento como estrofes e o posicionamento
dos versos como linhas incompletas no espaço.
Pode não parecer, o que talvez seja uma
qualidade literária, contudo, meu hábito de,
como você acertadamente me aconselhou, "reler e
reler", aplica-se até nos e-mails que escrevo,
relidos e relidos, revisados, corrigidos para
que saiam melhores para os seus destinatários.
Isso, a maioria das pessoas não costuma fazer,
enviando as mensagens por internet
apressadamente, não se importando com a
digitação ou com as regras gramaticais.
Minhas poesias chegam de repente, sem me avisar.
Trajam vestidos longos, como se viessem a
convite, atendendo a recomendação de traje a
rigor. Outras vezes, os poemas se apresentam de
vestido curto, com ou sem bainhas, algumas,
evidentemente precisando de acabamento, outras,
com acabamento "perfeito". Como ter coragem para
fechar-lhes a porta de meu coração?
Recebo todas de braços abertos e sorriso largo!
Cantamos juntas, mesmo sendo eu desafinada.
Pequenas ou longas, minhas poesias refletem
situações rotineiras ou inesperadas. No íntimo,
respeito a ambas - aquelas com discrição nas
confidências, tanto quanto as que despejam no
mundo seus intermináveis lamentos...
Espero ter defendido bem os meus poemas longos,
uma conversa com os leitores sem pressa (Tenho
fé: eles existem!). Às vezes me parecem baladas,
cantadas com as repetições dos estribilhos,
recorrendo a refrões líricos ou engraçados,
talvez simplórios, no entanto, sempre muito
sinceros na crença e nos sonhos. Não são como
literatura de cordel, merecedora de
reconhecimento crítico, porém, não rejeitariam a
identificação como poesia... Se for chamada
assim, por outros além de mim, valeu a pena!
Isso porque lembro de sua competência, Tereza
Halliday, desde os anos pré-universitários,
quando saiu vitoriosa naquele embate filosófico
diante de nossos mestres e professores. Num
julgamento simulado, eu me mostrei incapaz na
defesa de Sócrates, na ocasião também condenado,
como resultado de sua eficiência como advogada
de acusação.
Deus permita que os meus versos tenham mais
sorte agora, escapando da "condenação à morte"
que julgo imerecida, nesta sociedade em que
tantas diferenças precisam conviver, tentando
encontrar uma solução para a sobrevivência
humana.
(Ah, Tereza Lúcia, agradeço-lhe por me ter
enviado a sua crítica! Que oportunidade
maravilhosa para eu assumir a defesa dos meus
poemas plenos de estrofes! MUITO OBRIGADA.)
Theresa Catharina de Góes Campos
São Paulo, 24 de fevereiro de 2010
INFORMAÇÕES SOBRE A MESTRA E DOUTORA LUCI
TIHO IKARI
De: Luci Tiho Ikari
Data: 26 de fevereiro de 2010 23:45
Assunto: Re: EM DEFESA DOS MEUS POEMAS LONGOS
...
Para: Theresa Catharina de Goes Campos
Cara Theresa Catharina:
Obrigada pelos comentários. Esclareço que a
minha formação no mestrado e doutorado foi na
linha de pesquisa em "turismo e lazer" na ECA
(Escola de Comunicação e Artes) da USP, e não,
em Ciências Sociais. O meu interesse pela
prática do haicai ocorreu pela curiosidade e
aprendizagem dessa modalidade dos imigrantes
japoneses, em seus momentos de lazer. Também,
como os momentos serviram para externar suas
vivências em terra brasileira, ainda
desconhecida, em um tempo de incertezas e
dificuldades. Mais tarde, divulgados também, em
língua portuguesa. Pratico como lazer e
aprendizagem, sem a intenção de alcançar
brilhantismo ou erudição poética, qualidade e
competência que você sempre tem para escrever.
Até, Luci
De: Tereza Lúcia
Halliday
Data: 21 de fevereiro de 2010 14:42
Assunto: Re: HAIKAIS DO SORRISO e outros poemas.
Para: Theresa Catharina de Goes Campos
Querida Therezita:
Se você sabe criar haikais tão lindos, saberá
condensar seus poemas mais longos!
Sua criativa e experiente amiga Ceres Alvim deve
ser sua conselheira mor, por sua grande
criatividade em Literatura.
Mas, compartilho, afetuosamente, o que aprendi
ao estudar análise da argumentação - de um texto
nosso ou de outros:
1)Primeiro, derramar tudo o que a alma quer
jogar pra fora.
2) Reler e reler.
3) Deixar o texto marinando. Deixar passar uma
ou duas noites sobre ele. Aí já podemos fazer
uma leitura mais distanciada.
4) Reescrever o texto burilando e cortando. A
emoção bruta do início deve entrar como tempero
bem temperado.
5) Lembrar do conselho de Gaciliano Ramos:
reescrever, reeescrever, reescrever e,
finalmente, reescrever.
6) Isto leva à dica de minha orientadora
Kathleen Jamieson na hora de avaliar o texto.
Pergunte: Isto é apenas um retrato do estado dos
meus hormônios na hora em que escrevi, ou, além
e acima disto, é um bom texto?
Com carinho,
Tereza
P.S. Sobre alguns textos revelando experiências
muito fortes de vivências e sentimentos seus,
que tanto ajudam a outros sofredores:
se quiser deixá-los inteiros, como na primeira
versão, então transforme em prosa, em vez de
poemas. Ainda assim, carecerão de reescrita numa
postura mais distanciada. O velho Graciliano é
quem o diz.
De: Tereza Lúcia
Halliday
Data: 26 de fevereiro de 2010 19:45
Assunto: Re: SEU TEXTO EM DEFESA DOS SEUS POEMAS
LONGOS
Para: Theresa Catharina de Goes Campos
Querida Theresita:
Que magnífica defesa!
Só que não houve "acusação".
Partilhei fraternalmente o que aprendi sobre
edificação de textos, muito mais na área de
análise dos discursos, sem arvorar-me a querer
entender de produção literária. Para isto você
tem competentíssimos amigos.
Graciliano deve ter mesmo exagerado. Mas o
conselho dele serve para sacudir "aprendizes
preguiçosos" das oficinas literárias. Não para
veteranos que já internalizaram "a medida certa"
do burilamento do texto.
Como você.
São admiráveis a sua destreza de escritora, seu
esmero em tudo o que escreve e seu senso de
responsabilidade em tudo o que faz.
Em Literatura, sou leitora, não analista.
E como leitora, curto seus poemas e outros
textos seus, como "Pensamentos para Ser, Agir e
Viver Melhor" - uma grande lição!
Continuo a gostar dos seus haikais, quer
continuem a ser produzidos ou não. Quer levem
este nome ou não.
Quanto aos poemas longos, é sua prerrogativa.
Eles têm uma "missão" curativa da autora e dos
leitores que trilham sendas de sofrimento no
delicado território dos afetos.
Eu me debruço sobre eles com imenso respeito e
empatia.
Talvez a maior dor de todas num ser humano seja
ser acusado de algo que não fez.
Como sobrevivente dessa dor, você tomou a si a
tarefa de compartilhar suas vivências para que
outros possam beneficiar-se delas. Para que
nasçam lírios do pântano dos corações sofridos
de leitores seus...
Abençoada seja, amiga!
E grata pela positividade que você espalha pelo
mundo.
Tereza Lúcia
P.S. Gostaria que você partilhasse estas minhas
palavras com seus outros amigos-comentaristas.
Tereza Lúcia Halliday, Ph.D.
Artesã de Textos
www.terezahalliday.com
De: Theresa
Catharina de Goes Campos
Data: 26 de fevereiro de 2010 21:19
Assunto: Renovo meus agradecimentos a você,
Tereza Lúcia, pela generosidade da sua atenção
ref. ..... EM DEFESA DOS MEUS POEMAS LONGOS
Para: terezahalliday
Cc: Luci Tiho Ikari, Faustino Vicente
Caríssima Tereza Lúcia:
Renovo meus agradecimentos a você, pela
generosidade da sua atenção ref. EM DEFESA DOS
MEUS POEMAS LONGOS.
E, por favor, não se preocupe. Sei que você me
aconselhou, não foi "acusação"!, estou
consciente disso. Você me transmitiu
carinhosamente os seus conhecimentos específicos
e qualificados. Antes de entrar na universidade,
desde que estudávamos juntas, na mesma turma do
Curso Clássico (Colégio de São José, Recife-PE),
participando de atividades culturais,
movimentando o Grêmio, editando o jornal "O
Farol", você já demonstrava, com nitidez, o seu
perfil acadêmico, paralelamente aos dotes
jornalísticos. Era metódica, sistemática nos
estudos, como que anunciando sua dedicação
posterior à ciência da comunicação. Produzia
textos precisos, "enxutos" até no humor.
Recorri a metáforas, usei de minha liberdade
poética - ilimitada, não é mesmo? - para redigir
um artigo de explicação, na crença de que o
porquê das minhas poesias longas justifique a
sua existência, defendendo a companhia desses
versos "intermináveis" que sobrevivem na minha
vida. Enfim, até explicitei o processo de
composição, essa experiência de escrever que
talvez possa se resumir na pergunta-título do
meu próximo livro: "Existe Vida sem Poesia?"
Para responder com sinceridade, reconheço a
possibilidade de se fazer poesia em separado,
longe da existência pessoal, buscando uma
linguagem objetiva, termos exatos, temas
nacionais e internacionais, lições cívicas,
heróis e acontecimentos históricos. Nomes
famosos assinam esses poemas, celebrados por
gerações, e que eu também admiro.
Confesso que não sei fazer poesia
assim...Preciso ligar os versos à vida,
compreendida unicamente pelo viés pessoal, sem
distanciamento (por mais que eu tente!), o que
talvez seja uma posição indefensável. Seria a
imparcialidade...um valor elogiado. Parece que
não tenho essa qualidade. Posso agir
racionalmente, com imparcialidade por princípio
ético. Mas, dentro de mim, no meu âmago, o que
existe é por demais subjetivo, uma realidade que
não posso (nem devo!) negar, para ser honesta
nos sentimentos, como tanto desejo. Mesmo ao
escrever textos e poemas sobre personalidades
como o Aleijadinho, Santos-Dumont e
Saint-Exupéry, por exemplo, a inspiração se
fundamenta no entusiasmo de meu coração.
Não se preocupe...Terminando de lhe enviar este
e-mail, de imediato estarei encaminhando a sua
mensagem, como você solicitou, a meus "outros
amigos-comentaristas". Enviarei cópia a você,
com os nomes e e-mails dos que divulgam
regularmente os respectivos endereços de suas
caixas postais. Há duas exceções, porém. A
ausência de seus nomes não significa que eu não
lhes remeti o e-mail que você me escreveu com
tanta generosidade, em tempo e atenção, pelo que
lhe fico muito grata.
Na verdade, estamos todos partilhando,
compartilhando na convivência pela escrita, o
que considero maravilhoso!
Se Deus quiser, em dezembro próximo, terei a
oportunidade de lhe convidar para repetirmos
aquele almoço tão agradável em que nos
encontramos com Ana Maria e Sé. Já anotei na
minha agenda!
Abraços carinhosos de
Therezita
De: Faustino Vicente
Data: 26 de fevereiro de 2010 06:57
Assunto: RES: EM DEFESA DOS MEUS POEMAS LONGOS
...
Para: Theresa Catharina de Goes Campos
Bom dia, Dra. Theresa Catharina:
Parabéns pelas suas competências ecléticas e um
ótimo fim de semana.
Faustino
De: RAQUEL DE
ALMEIDA PRADO CRUZ
Data: 26 de fevereiro de 2010 18:42
Assunto: Re: EM DEFESA DOS MEUS POEMAS LONGOS
...
Para: Theresa Catharina de Goes Campos
Theresa querida,
O que tenho a dizer é apenas isso: você escreve
magistralmente. Os seus textos são claros,
coesos e plenos de conteúdo. Além disso, seus
poemas são belíssimos e devo, ainda, acrescentar
que há muita beleza na tristeza também. Beijo
enorme da amiga e admiradora Raquel.
De: Luci Tiho
Ikari
Data: 27 de fevereiro de 2010 00:43
Assunto: Re: EM DEFESA DOS MEUS POEMAS LONGOS
...
Para: Theresa Catharina de Goes Campos theresa.files@
Olá, Theresa Catharina
Tudo bem com você?
Não sou especialista em haicai, pois você já
sabe, que estou tentando aprender há algum tempo
e pratico como lazer. Até hoje, sinto que não
consegui dominar todos os conhecimentos para
escrever. Você é uma pessoa diferente, pois
escreve com muita competência poemas originais,
sensíveis e de rápida transmissão. Nem todos têm
essa facilidade. Você cria e recria livremente,
o tempo todo aquilo que passa em sua mente, com
muita perspicácia. Qualidade, que só você tem.
Valorize o que você tem de melhor e continue
divulgando seus trabalhos. Você estará criando
sua marca registrada. Luci
De: walter
ferreira
Data: 28 de fevereiro de 2010 11:32
Assunto: Re: EM DEFESA DOS MEUS POEMAS LONGO
Para: Theresa Catharina de Goes Campos
Estimada Theresa Catharina:
A Senhora é uma escritora brilhante. Seria uma
pena perdermos esses textos, ainda que seja
doloroso publicá-los.
Entretanto, entendo sua decisão em manter
algumas memórias em caráter mais reservado, ou
mesmo não divulgá-las! Quando a Senhora julgar
adequado, retiro qualquer material que venha a
me indicar.
Obrigado por fazer parte de sua equipe. Este ano
completamos, com muita satisfação, 09 anos de
trabalho! Obrigado por todo o carinho e a sua
atenção.
Um forte abraço,
Walter
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