Projeto
mineiro de
transporte
suspenso é
premiado
Transporte
suspenso seria a
alternativa para
milhões de
usuários
(Foto:
Divulgação)
Vestido com a
camisa de sua
seleção de
futebol, o
turista
encontra-se
atrasado em
plena Praça
da Liberdade.
Deve estar em 30
minutos no
Mineirão ou
então perderá o
início de
partida decisiva
de sua equipe
pela Copa do
Mundo de 2014.
Ainda assim, ele
espera
calmamente pelo
trem. Que logo
chegará e, sem
enfrentar
agruras do
tráfego, passará
em suspensão
pela avenida
Presidente
Antônio Carlos e
o deixará, a
tempo, às portas
do estádio.
O cenário
futurista,
aparentemente
desconexo da
realidade de
hoje, é, no
quesito de
logística do
trânsito,
perfeitamente
aplicável.
É o que assegura
o júri alemão If
Concept Award,
que premiou em
março dois
egressos da
Escola de Design
da Universidade
do Estado de
Minas Gerais (UEMG)
pela criação do
Sistema de
Transporte
Coletivo
Suspenso (STC).
Ousado, o
projeto pretende
erguer sobre
os canteiros
centrais das
principais
avenidas de Belo
Horizonte o
fundamento de
um transporte
coletivo rápido,
barato e movido
por energia
limpa.
Segundo um dos
autores do
projeto, Rafael
Osmar Costa,
as facilidades
de adoção do
sistema
superam às do
metrô
subterrâneo.
"Uma das
principais
vantagens
financeiras é a
de
não
necessitar de
desapropriações.
A estimativa é
de que
os custos com
a implementação
do projeto sejam
até 1/3 do valor
previsto para
trens urbanos",
analisa.
Eles explicam
ainda que o
projeto deve
funcionar graças
a um mecanismo
de locomoção
eletromagnética
movido a energia
limpa O
transporte
suspenso
utilizaria
energia
eletromagnética
convertida a
partir de
energia eólica
captada nas
torres de
sustentação e de
energia solar
armazenada,
cujos painéis se
encontrariam
sobre os vagões.
Apenas em casos
de insuficiência
de produção
energética
provida por
esses meios
considerados
limpos, por não
degradarem o
meio-ambiente,
seria então
ativado o
sistema de
geração por
energia
elétrica.
. Vagões mais
estreitos e
leves
possibilitariam
a passagem dos
trens pelos
corredores de
tráfego da
cidade. Para
agilizar a
implantação, uma
única estrutura
iria sustentar
os trilhos das
linhas dos dois
sentidos.
Até mesmo a
procedência
das
matérias-primas
para forjar os
pilares de
sustentação,
cabos e vagões
foi ponderada.
"As empresas
mineiras têm
toda a
capacidade de
fornecer o
material para a
criação do
sistema",
avalia Costa,
que informa que
já existem
empresários
estudando a
proposta e
analisando a
viabilidade
técnica e
econômica da
implantação do
sistema em Belo
Horizonte.
Elisa Irokawa,
coautora do
projeto, afirma
que
o sistema se
apoia no
trinômio
velocidade-conforto-economia
para debelar as
dificuldades de
tráfego das
grandes
capitais, pode
reeducar o
cidadão a optar
pelo transporte
público e
auxiliar o
município em
outro
empreendimento.
"O projeto foi
pensado também
em função da
Copa do Mundo",
revela.
Segundo a
designer,
o período
necessário para
a construção de
cada linha de
acesso é de
apenas um ano.
No projeto
original, é
previsto um
total de oito
linhas,
incluindo rotas
como
Savassi-Pampulha
e
Belvedere-Pampulha.
Uma
composição do
STC é formada
por três vagões,
mais leves e
estreitos que os
tradicionais,
com capacidade
para até 240
passageiros e
pode atingir uma
velocidade de
até 100 Km/h.
Rafael Osmar
Costa
e
Elisa Irokawa
concluíram seu
curso de Design
de Produto na
UEMG em 2009 com
a proposta de
criação do
Sistema de
Transporte
Coletivo
Suspenso,
levando em conta
dados da
topografia da
capital mineira
e a incômoda
realidade das
desapropriações
necessárias quer
fossem para
ampliação de
avenidas, quer
fossem para
ampliação dos
serviços do trem
urbano.
Quem trafega em
cidades como
Belo Horizonte
(MG) sabe como o
relevo
acidentado pode
atrapalhar na
hora do
deslocamento.
Pensando nisso,
os estudantes da
Universidade do
Estado de Minas
Gerais (UEMG)
criaram o
Sistema de
Transporte
Coletivo
Suspenso (STCS),
que pretende
melhorar o
transporte
coletivo e
aumentar a
eficiência
energética do
setor.
Segundo seus
criadores, os
estudantes
Rafael Osmar de
Oliveira e Costa
e
Elisa Sayuri
Freitas Irokawa,
o sistema foi
inspirado nas
tendências
atuais da
arquitetura e do
design global,
levando em conta
a preocupação
com a eficiência
energética. "O
metrô suspenso
foi idealizado
para ser uma
opção inovadora,
mas coerente com
o mundo que
planejamos para
o futuro",
contou Rafael.
Tendo como
orientador do
projeto o
professor Jairo
Drummond Câmara,
e colaborador o
professor Rúber
Dias Botelho,
ambos também da
UEMG, foram
aconselhados a
inscreverem o
trabalho em
concursos
internacionais.
Assim o fizeram
após tomar
ciência das
regras do prêmio
da International
Fórum Design,
criado ainda em
1953, IF Concept
Award, para
reconhecimento
das melhores
soluções em
Design em
diversos
âmbitos.
Os estudantes
não esperavam
figurar sequer
entre os 100
primeiros
colocados.
Queriam,
prioritariamente,
ganhar
experiência e
utilizá-la como
indicadores em
seus currículos
e portólios.
Inscritos na
edição de 2010,
os estudantes
receberam a
quarta maior
premiação no
prêmio IF
Concept Award,
categoria
Industrial
Design.
Além da chancela
de um grande
prêmio
internacional,
os vencedores
receberam o
valor de € 1
mil.
Agora
profissionais,
Costa pretende
continuar a
trabalhar com o
design na área
de transportes e
automóveis,
enquanto Elisa
cursa
pós-graduação em
Design de Moda e
pretende
convergir suas
habilidades para
o estudo
automobilístico
na área de Color
& Trim
(desenvolvimento
de interiores,
cores e
acabamento do
veículo).