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A JOVEM RAINHA
VICTORIA
Vencedor do Oscar de Melhor
Figurino, A Jovem Rainha
Victoria, do cineasta
franco-canadense Jean-Marc
Vallée, traça, com requinte
técnico e excelente trilha
sonora, um retrato romântico dos
primeiros e turbulentos tempos
de um reinado que durou, na
Inglaterra, 64 anos, um
recorde.
Produzida pela Princesa Sarah
Ferguson e por Martin Scorsese –
que naturalmente pretendeu criar
algo parecido, em termos
estéticos, a Carta de Uma
Desconhecida, de Max Olphüs,
um de seus filmes preferidos – a
película tem roteiro de Julian
Fellowes, baseado na
correspondência trocada entre a
Rainha Victoria (Emily Blunt) e
seu primo, Príncipe Albert de
Saxe Coburgo Gota (Rupert Friend),
que se tornaria seu marido.
É o primeiro trabalho de Vallée
nos moldes do poderoso esquema
de Hollywood, que lhe assegurou
três indicações ao Oscar,
ganhando apenas o de Melhor
Figurino, de Sandy Powell, o
qual, como se deve verificar, é
realmente de muito bom gosto e
categoria. Antes, o cineasta de
Québec arrebatara elogios da
crítica internacional por sua
magnífica crônica familiar da
década de sessenta C.R.A.Z.Y
– Loucos de Amor, rodada no
Canadá.
Fellowes – de Assassinato em
Gasford Park, de Robert
Altman – estrutura o seu roteiro
em alguns flashbacks
iniciais para mostrar, em
pinceladas rápidas, as crises
familiares que teriam antecedido
a coroação da Rainha Victoria,
sucessora de seu tio, Rei
William IV (Jim Broadbent).
Teria sido também por essa época
(1839) que a mãe de Victoria,
Duquesa de Kent (Miranda
Richardson), orientada por seu
Conselheiro, Sir John Conroy
(Mark Strong), convidaria o
Príncipe Albert a ir a Londres
para conhecer sua filha.
Ao saber do convite ao sobrinho
Albert, o Rei Leopoldo I, da
Bélgica (Thomas Kretschmann),
tratou de municiá-lo de
informações sobre os costumes e
as preferências musicais e
literárias da jovem aspirante ao
trono da Grã-Bretanha. Albert,
embora tímido e pouco dado a
conquistas amorosas, acabou por
se impressionar pela prima, da
qual obteve autorização para com
ela se corresponder. O argumento
é, em grande parte, extraído da
correspondência entre os dois e
de mais alguns fatos inseridos
por Fellowes para criar
dramaticidade, os quais,
entretanto, não têm significação
histórica, como o atentado
contra a Rainha Victoria, que
nunca aconteceu.
Vallée, por sua vez, valoriza
enormemente o seu trabalho de
direção, compondo cenas calcadas
– pela tonalidade exata da
fotografia de Hagen Bogdanski -
no elemento visual de quadros de
mestres da pintura do Reino
Unido da época vitoriana, rica
em produções artísticas e
industriais. Essas cenas são
pontuadas pela trilha sonora de
Ilan Eshkeri, constituída por
temas de sua autoria, mas
incluindo também peças de
compositores como Schubert (Serenata)
e Bellini, o que acentua ainda
mais a linha romântica da
narrativa. Além disso, ele
explora em grande estilo a
interpretação dos atores,
especialmente dos protagonistas:
os novos, mas experientes, Emily
Blunt (O Diabo Veste Prada)
e Rupert Friend (Chéri).
Do elenco de apoio constam
também nomes famosos como o de
Paul Bettany (Criação),
no papel do Premier Melbourne,
Miranda Richardson (As Horas)
e Mark Strong (Robin Hood).
REYNALDO DOMINGOS FERREIRA
ROTEIRO, Brasília, Revista
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FICHA TÉCNICA
A JOVEM RAINHA VICTORIA
THE YOUNG VICTORIA
EUA / REINO UNIDO / 2009
Duração – 100 minutos
Direção – Jean-Marc Vallée
Roteiro – Julian Fellowes
Produção – Sarah Ferguson,
Martin Scorsese, Graham King e
Tim Headignton
Fotografia – Hagen Bogdanski
Trilha Sonora – Ilan Eshkeri
Edição – Jill Bilcock e Matt
Garner
Elenco – Emily Blunt (Rainha
Victoria), Rupert Friend (Prince
Albert), Paul Bettany ( Premier
Melbourne), Miranda Richardson
(Duquesa de Kent), Mark Strong (
Sir John Conroy), Jim Broadbent
(Rei William IV), Thomas
Kreschtmann (Rei Leopoldo I),
Genevieve O´Reilly (Lady Flora
Hastings).
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