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De: Ana Falcão
Data: 27 de julho de 2010 17:36
Assunto: notícias
Para: theresa.files@
Querida Theresa Catharina,
Sei que sua chegada a Brasília será no dia 8.
"Carpe" São Paulo, uma vez que atravessamos um
período de abstinência cinematográfica. Você,
que acompanha a programação capitalista, já
observou nossa "penúria". Além disso, estamos
sem orquestra por problemas políticos. Para
compensar, hoje fomos brindados com a
apresentação do pianista italiano Francesco
Libetta, o primeiro da série Chopin Insólito. um
presente do CCBB. No início da tarde , ele
executou os Estudos de Chopin, opus 10 , de
autoria de Leopold Godowsky. À noite, serão os
Estudos opus 25. Trata-se de obras de grande
dificuldade técnica , dominada a custo de muita
dedicação.
Como estive fora durante uma semana de julho, só
agora leio seus e-mails sobre a preservação da
natureza e seus textos, em especial, suas
revelações sobre seu pai.
Irei ao Rio no dia 5, de modo que nos
encontraremos a partir de 16/8, quando estarei
de volta.
Beijos
Ana
Palestra e concerto com Francesco Libetta
http://www.musica.ufrj.br/index.php?option=com_content&view=article&id=337:palestra-concerto-com-francesco-libetta-&catid=40:departamentos&Itemid=86
Sáb, 17 de Julho de 2010 10:02
Momento único. O internacionalmente premiado
pianista italiano Francesco Libetta fará na
Escola de Música na próxima quinta, 22 de julho,
palestra-concerto sobre as transcrições de
Leopold Godowsky dos estudos de Chopin. O
evento, com entrada franca, acontece na Sala da
Congregação, a partir das 10h. Na ocasião,
discutirá o contexto histórico desses estudos,
as relações entre as peças originais e as
transcrições e responderá perguntas da plateia.
Libbetta vem ao país especialmente convidado
pelo CCBB de Brasília para apresentar, no dia 27
de julho, como parte da série Chopin Insólito
que homenageia o bicentenário de nascimento do
mestre polonês, as famosas 53 transcrições dos
24 estudos do Chopin, compostas pelo também
polonês Leopold Godowsky (1870-1938). Estas
transcrições são consideradas ainda hoje, após
mais de 100 anos, as peças de maior dificuldade
já elaboradas para piano. Desde sua criação
(1894-1914), pouquíssimos músicos - além do
próprio autor - se arriscaram a uma execução
pública da obra.
Godowsky costumava dizer que estava compondo
para a próxima geração de pianistas. Na verdade
esta afirmação mostrou-se otimista demais, pois
foram necessárias ainda mais gerações para que o
desafio fosse enfrentado. Como destaca Giulio
Draghi, professor do departamento de
Instrumentos de Teclado e Percussão da EM,
Francesco Libetta é o único pianista do mundo
que possui resistência física e emocional para
tocar ao vivo todos os estudos no mesmo dia. No
CCBB, a primeira audição nacional da íntegra das
transcrições, será desdobrada em dois concertos,
um de manhã e outro à noite.
Francesco Libetta, virtuose contemporâneo
Reconhecido no início dos anos 90 pela crítica
internacional, Francesco Libetta é o único
artista a quem o diretor Bruno Monsaingeon
(célebre por seus documentários sobre Glenn
Gould e Sviatoslav Richter) dedicou todo um
filme.
Exceto por alguns períodos transcorridos em
Paris e Milão, Libetta continua a viver em Lecce
onde estudou piano com Vittoria de Nonno.
A crítica mais influente usa de termos bastante
incisivos.
Segundo Harold Schonberg do New York Times "Libetta
é um mestre em qualquer período ou estilo, o
melhor representante do estilo moderno (...)
senhor de uma técnica que nos deixou
boquiabertos".
Paolo Isotta no Corriere della Sera: "um
virtuosismo tão miraculoso e uma tal sutileza
melódica que nos leva a nos perguntarmos que
outro artista de sua geração, não somente na
Itália, pode lhe ser equiparado?"
John Ardoin declarou que da nova geração de
pianistas, Francesco Libetta "é o mais creativo
e inspirado".
E de fato as suas capacidades técnicas lhe
consentiram de já em 1990 estrear o ciclo dos 53
estudos de Chopin-Godowsky na cidade de Galatina
seguida de Milão, Florença e Nápoles. As
gravações piratas destes concertos foram objeto
de grande procura por parte de colecionadores,
como pode ser lido em artigos nas revistas
PianoWereld (Holanda) ou International Quarterly
(Inglaterra).
Libetta se interessou imediatamente por aspectos
do pianismo diferentes entre si, seja através do
estilo musical ou por através de implicações
musicológicas, como por exemplo o ciclo completo
das Sonatas de Beethoven (1993-1994), em seguida
gravadas em 2006, e algumas transcrições
comparáveis do ponto de vista pianístico as
obras premas de Godowsky, como por exemplo o
Till Eulenspiegel na transcrição de Risler, cuja
gravação em vídeo ao vivo no Festival de La
Roque d'Anthéron, recebeu os maiores louvores
possíveis de todas as revistas francesas de
crítica discográfica (Diapason d'Or, Choc de Le
Monde de la Musique, Raccomandé par Classique).
De Fevereiro a Junho de 2010 Libetta executou em
11 concertos a obra integral de Chopin.
Gravou ainda numerosas obras de Schumann,
Debussy, Brahms, Mozart, Liszt, Chopin, Sgambati,
Ravel rtc.
Sua atividade musical enriqueceu-se com a
regência de orquestra (Balés como La Belle au
bois dormant, o Quebra-nozes, concertos
sinfônicos etc.) e como compositor.
Sua ópera "O Martírio de Otranto" foi estreada
no Castelo aragonês de Otranto em agosto de
2009, sendo depois re-encenada no Auditorium da
Academia Santa Cecília em Roma além de concertos
para piano e orquestra, música incidental e de
câmera.
Fundou a Associação Nireo, que organiza o
Festival de Miami em Lecce, e assumiu a direção
artística de Festival Arturo Benedetti
Michelangeli em Rabbi. Em suas atividades
literárias publicou diversos ensaios sobre
diversos assuntos históricos e estéticos tais
como a reconstrução de madrigais renascentistas
e a vida musical operística no século 17.
Leciona ainda no Consevatório de Lecce.
Há poucos meses do término da composição
executou o "L'Escalier du diable" de Gyorgy
Ligeti que definiu a sua execução como
"absolutamente fantástica".
Gravou numerosas obras de Francesco d'Avalos, o
qual lhe dedicou todas as obras para piano solo.
Ha registrato numerosi brani di Francesco d'Avalos,
il quale gli ha dedicato tutte le sue opere per
pianoforte solo.
A crítica define a sua atividade musical com uma
faceta tipicamente italiana, a da indiferença,
ou seja a virtude de "camuflar a arte e
demonstrar que aquilo que se diz e faz sem
esforço e quase ser pensar". (Baldassare
Castiglione).
Foi definido como "um poeta aristocrático do
teclado com o perfil de um príncipe da
Renascença" (Matthew Gurewitsch, do New York
Times.
O jornal La Repubblica menciona explicitamente
"uma concepção aristocrática de virtuosismo".
No Il Corriere della Sera reconheceu em Libetta
"uma elegância e charme, um matiz de nobreza e
frivolidade que se pensava perdida para sempre
nos arquivos da interpretação pianística". |
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