|
VIVÊNCIA E AFINIDADES ARTÍSTICAS
Muito obrigada por seu e-mail tão informativo.
Parabéns pela vivência e apreciação das
manifestações artísticas e culturais.
Sim, Ricardo Desio, um curriculum vitae
abrangente informa bastante sobre a nossa
pessoa, refletida nos trabalhos que
desenvolvemos ao longo de nossa vida, indicando,
na grande maioria das vezes, nossas preferências
e tendências mais íntimas, como se estivéssemos
deixando, esculpidos em mármore, os vestígios de
nossos passos, a revelarem nossas realizações.
Não se trata de um documento unicamente
burocrático. Desenha nossa existência.
Foi bem agradável, novamente por caso, aqui em
São Paulo, nos encontrarmos neste domingo
ensolarado e quente, um momento que não
desperdiçamos, pois logo trocamos informações
culturais. Ainda bem que você foi gentil e tomou
a iniciativa de me cumprimentar...porque sou
péssima fisionomista e já estou para fazer a
cirurgia de catarata nos dois olhos.
Falando sobre a nossa terceira idade, encaro
mesmo de forma positiva, sem qualquer
fingimento, os meus 65 anos. Em 13 de janeiro
próximo, se Deus quiser, completarei 66 - enfim,
são décadas de vitórias, inclusive sobre as
dificuldades e os insucessos, as derrotas que
são fases de experiência. Enfim, uma façanha
nada desprezível...talvez hercúlea! Daí eu
valorizar tanto o avançar dos anos.
Abraços cordiais, com meus agradecimentos por
suas mensagens.
Theresa Catharina
(São Paulo, 28 de novembro de 2010)
De: Ricardo
Pedreira Desio
Data: 23 de novembro de 2010 23:14
Assunto: RE: prioridade máxima)) 25 ANOS DE
FORMATURA EM ARTES CÊNICAS
Para: theresa.files
Theresa Catharina de Góes Campos,
Surpreso, recebo um e-mail dizendo que você foi
professora na Faculdade DULCINA. DULCINA DE
MORAES e ODILON.
A propósito, assisti a algumas peças com Dulcina
e Odilon. E, por incrível que possa parecer, sei
muito bem quem era Conchita de Moraes, a mãe de
Dulcina. Assisti a peças com os três atuando
juntos. Faz bastante tempo. Theresa, eu já tenho
setenta anos (70). Frequento teatros aqui em São
Paulo, onde sempre morei, desde os sete ou oito
anos de idade. Vi Dulcina e Odilon atuando na
antiga TV TUPY, do Assis Chateaubriand, na TV de
Vanguarda.
O meu tio, Paschoal Dinardi, de há muito
falecido, trabalhava nas Emissoras Associadas,
aqui em São Paulo, lá na rua Sete de Abril. Ele
captava anúncios para o rádio e para a TV. O tio
Paschoal era marido da minha tia Nélida, irmã do
meu pai. Paschoal, trabalhava próximo ao Edmundo
Monteiro, braço direito do velho Chateau.
Gostei de saber que você deu aulas na Faculdade
de Teatro Dulcina, em Brasília. Ví o convite de
seus ex alunos, convidando-a para a festa
comemorativa dos 25 anos de formados. Como o
tempo passa! e hoje, percebo que, na realidade,
eu gostaria mesmo de ter sido um ator. Teatro,
Cinema ou talvez, quem sabe -, ator de TV.
A maioria dos meus amigos, na década de sessenta
e início da década de setenta, eram atores,
alguns escritores, como Lindolf Bell, Roberto
Piva, artistas plásticos como Roni Brandão, o já
velho Di Cavalcanti e, a turma toda do antigo
Teatro Brasileiro de Comédia - TBC- lá na rua
Major Diogo. Aliás, a primeira peça séria que eu
vi foi Mary Stuart com Cacilda Becker e Cleide
Yaconis. Antes dessa peça, eu via no Municipal
espetáculos de Ballet, nos tempos da Maria
Oleneva - professora russa radicada aqui em São
Paulo. Pioneira hoje totalmente esquecida e que
se suicidou por falta de dinheiro.... E, teatro
infantil. Enfim, eu como você estamos em páz com
as artes. Trabalhei em áreas diversas porém, eu
sempre soube que tenho profunda afinidade com a
Arte.
,
É isso aí, professora Theresa! Quem diria que
essa jornalista e poetisa também lecionou em
Faculdade de Artes Cênicas e Artes Plásticas.
Jamais eu poderia imaginar tal coisa.
Saudações cordiais de,
Ricardo Pedreira Desio (Ricardo Desio)
P.S. Por favor. Esqueça que eu tenho setenta
anos ( 0). "I am kidding" (estou brincando):
Gostaria de ter apenas 30.
|
|