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SOLIDÃO CRIATIVA
Às margens do Rio São Francisco,
afasto-me do grupo por uns momentos
para vivenciar uma criativa solidão,
para ter meus instantes de reflexão.
Na intimidade tranquilizadora
que muito pede o coração,
buscando a serenidade
no arfar e pulsar da natureza,
no vento que se anuncia
docemente, suavemente,
acompanhando esta solidão
mais que tudo reparadora
da exaustão no fim do dia.
Sinto, percebendo seus movimentos
imperceptíveis, quase silenciosos,
que a mente ainda está indecisa
sobre os caminhos... e a direção
que deveria escolher o coração.
Na verdade, batendo forte, mas
tentando a emoção disfarçar...
talvez tremendo de frio e calor,
quiçá sonhando com destemor.
Todos nós podemos parar um pouco.
Nem é preciso dissimular tal intenção.
Escolha um recanto, uma sombra de árvore,
ou simplesmente um livro, ou tome a decisão
de se presentear com uma solidão criativa.
Ou deixe o vento escolher
por um momento onde ir,
o que aceitar ou discordar,
o que mais calar ou dizer,
o que decidimos silenciar.
Faça uma oração a São Francisco.
Descubra um caminho desconhecido.
Encontre uma clareira, ou talvez,
uma gruta no seu íntimo agitado,
para a sua meditação reparadora.
Theresa Catharina de Góes Campos
Belém de São Francisco - Pernambuco, 1961
De: Tereza Lúcia
Halliday
Data: 14 de dezembro de 2010 09:42
Assunto: RES:: SOLIDÃO CRIATIVA -
Para: Theresa Catharina de Goes Campos
Therezita:
Apesar dos benefícios desse "Tratamento" para a
alma, muita gente foge da solidão como o diabo
da cruz. Não diferenciam entre solidão dolente e
solidão contente.
Enfim, na solidão contente temos a companhia de
nós mesmos e de Deus. Essa combinação é que
restaura as forças.
Um beijo, Tereza Lúcia.
Tereza Lúcia Halliday, Ph.D.
Artesã de Textos
www.terezahalliday.com |
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