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AMOR POR CONTRATO
(The Joneses - de Derrick Borte - EUA, 2010 - 96
min.)
Classificação Indicativa: 14 anos
www.amorporcontrato.com.br/
Para os que ainda não conhecem a realidade do "marketing invisível" e do "marketing
guerrilha", tão perto de nós, a nos cercarem e
abordarem sorrateiramente, bem disfarçados,
recomendo se informarem a respeito dessa
publicidade não-identificada, antes ou depois de
assistirem ao filme "Amor por Contrato".
Dirigido por Derrick Borte, e, à frente do
elenco, nos papéis principais, David Duchovny e
Demi Moore.
Destaque especial para o personagem de David
Duchovny. Nele, há valores éticos apenas
adormecidos...
Pelo tema atual, indico esse drama romântico,
que também mostra outras situações a merecerem
nossa reflexão. As palavras podem mentir, as
atitudes às vezes enganam quem não pensa nas
consequências prejudiciais ao próximo. O melhor
é se manter consciente, para saber discernir em
todos os momentos. E assim tomar decisões como
pessoa não-alienada.
Theresa Catharina de Góes Campos
Recife - PE, 03 de janeiro de 2011
MARKETING INVISÍVEL - "Eles" estão entre nós
Por Timóteo Pinto 01/10/2004 às 15:54
Ainda sentiremos saudade da publicidade como ela
é hoje. Outdoors, banners, mala-direta,
telemarketing. Tudo isso será uma doce
nostalgia. A publicidade quer desaparecer. O que
não significa deixar de existir. Trata-se do
Marketing Invisível
Ainda sentiremos saudade da publicidade como ela
é hoje. Outdoors, banners, mala-direta,
telemarketing. Tudo isso será uma doce
nostalgia. A publicidade quer desaparecer. O que
não significa deixar de existir. Trata-se do
Marketing Invisível. As ações desse tipo de
marketing consistem em colocar pessoas
(geralmente atores) para usarem alguns produtos
ainda em fase de pré-lançamento ou em campanha
de lançamento, em locais públicos e aparentarem
serem meros consumidores. A técnica é muito
semelhante aos métodos usados por ativistas
sociais, como a Panfletagem Subliminar e o
Teatro Secreto.
Para ilustrar essa nova técnica de propaganda
podemos citar alguns exemplos ocorridos nos
Estados Unidos. Num caso uma mulher bonita entra
num bar noturno, deixa um maço de cigarros sobre
o balcão e pede fogo para outras pessoas.
Geralmente ela comentava algo como "nós estamos
sendo perseguidos, é dificil achar alguém que
fume hoje em dia". Nessa hora começa uma
conversa e ela "casualmente" fala da marca nova
do cigarro e oferecia para a pessoa que estava
conversando com ela.
Noutro exemplo um homem vai a um café (tipo
Starbucks), liga o seu laptop e começa a usar
uma luva (esse é o produto) que faz o papel de
mouse, joystick e sei lá mais o que no
computador. Algumas pessoas passam e dão uma
olhada. Entre essas pessoas, algumas ficam
curiosas e chegam e perguntam o que é aquela
luva. O ator fala o script de uma forma casual,
de modo que a pessoa nem desconfie que aquilo é
uma propaganda e ainda pergunta se o ouvinte
quer dar um e-mail para que possa mandar as
informações do produto para uma melhor
avaliação.
Outra vez um curso de inglês colocou uma atriz
gringa num aeroporto abordando os executivos que
viajavam na ponte aérea e pedindo informações
pra eles em inglês. Ela perguntava se o
indivíduo sabia falar inglês, praticamente todos
diziam que sim e então ela começava a falar
desenfreada. Só que como ela era gringa, o seu
inglês era cheio de giras e como falava muito
rápido, a maior parte das pessoas não conseguia
entender nada e ficava naquela situação
embaraçosa. No fim depois que a pessoa já estava
desesperada achando que não sabia mais falar
inglês, a mulher começava a falar com ele em
português explicando a brincadeira e oferecendo
os serviços do tal curso para um curso de
atualização. No caso o marketing não foi tão
invisível, pois ela explicou a tática, mas é
algo bem ilustrativo sobre as táticas
utilizadas.
O Marketig Invisível surgiu em resposta a um dos
maiores problemas enfrentados pelos
profissionais da propaganda na atualidade: como
ganhar a atenção de um consumidor saturado pelos
apelos publicitários. Pesquisas revelam que um
americano médio entra em contato com cerca de
2000 apelos publicitários por dia. Em uma
sociedade saturada de informação, o maior risco
para as corporações é serem ignoradas. As
empresas precisam fugir do lugar comum e buscar
vantagens competitivas em soluções novas e
não-convencionais para divulgar seus produtos.
Nessa ânsia desenfreada por ganhar a atenção do
consumidor chegaram no Marketig Invisível.
Essa não é a única tática desenvolvida pelas
corporações para conquistar novos clientes, a
tempos elas vem diversificando suas formas de
abordagens naquilo que vem sendo chamado de
Marketing de Guerrilha. Entre essas técnicas
podemos citar o Viral Marketing e o Ambush
Marketing. O Viral Marketig ou Marketing
Virótico utiliza-se da memética pra conseguir
resultados. É como uma propaganda boca-a-boca,
mas utilizada via Internet. É chamado de viral,
porque utiliza o princípio de “contaminação”
utilizado pelos vírus, em regime de progressão
aritmética ou geométrica (dependendo do caso).
Já o Ambush Marketing ou Marketing de Emboscada
trata-se de aproveitar um evento pra inserir sua
publicidade.
A Espalhe (uma das primeiras agências
publicitárias desta área no Brasil) , por
exemplo, planejou uma ação para um cliente que
queria participar do Congresso da Associação
Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA),
realizado esta semana em São Paulo, mas fugir
dos custos e da "mesmice" de montar um estande
na feira. Além de patrocinar o ponto de táxi em
frente ao evento (todos os táxis ganharam capas
nos bancos com a marca da produtora Gemini Video),
a agência destacou duas modelos de um metro e
oitenta de altura para acompanhar o principal
executivo da empresa na feira.
O problema é que o Marketing Invisível é tão
sutil que ninguém percebe que se trata de
comunicação corporativa, o que acaba levantando
sérias dúvidas quanto aos aspectos éticos.
Algumas pessoas não se importam com isso, pois
são atingidas diariamente por milhares de ações
de marketing e que, se pelo menos o produto for
bom, vale a pena. Esses consumidores alegam que
a maioria das ações de marketing já são
anti-eticas, como a funcionária de
tele-marketing que telefona as 08:00 da manhã de
um sábado para oferecer serviços ou o out-door
que se atravessa na visão do pôr do sol.
Outras pessoas no entanto, se escandalizam com a
idéia e acham um absurdo por ser completamente
invasiva. O principal argumento contra o
Marketig Invisível seria a questão da
credibilidade. Uma grande parte do público
consumidor não acredita mais em propaganda, isso
é fato. As pessoas não confiam mais na
publicidade tradicional. Mas as pessoas ainda
acreditam em outras pessoas, justamente por
achar que estão do mesmo lado, o lado dos
consumidores. É muito diferente a indicação de
um produto feito por outro consumidor, da
indicação feita por uma modelo na TV ou no
outdoor. No entanto isso iria acabar no momento
em que não soubermos se a outra pessoa está
conversando comigo sobre um produto que adquiriu
espontaneamente ou se está sendo paga pra fazer
aquilo. Seria algo como privatizar as relações
sociais. A atenção do consumidor passaria a ser
mais um bem intangível passível de troca.
É o capital entrando nas entranhas de nossas
vidas. É como se os profissionais de marketing
quisessem aproveitar-se daquilo que as pessoas
ainda confiam: outras pessoas!!
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