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FILA DE LIVROS
Tereza Halliday
– Artesã de
Textos
Inicio cada ano
com saldo
positivo e
promissor de
dividendos:
livros ganhos de
presente pelo
meu aniversário
e o de Jesus no
mês anterior,
acrescidos aos
comprados no
decorrer do ano
findo. A maioria
por ler. Se
existisse multa
por retardo de
atendimento aos
autores da minha
fila, estaria na
indigência.
Acabam de sair
da fila, de onde
piscavam para
mim há alguns
meses:
Pedaços
(Luzilá
Gonçalves) –
pequenos textos
para degustação.
Furou a fila,
justamente
porque permite
lê-los
salteados, como
os livros de
poesia. Psicossomática
como eu a
entendo (Janice
Lobo Hulak) -
contém bônus de
poemas e CD
encantador, onde
a autora, além
de
psicoterapeuta,
revela-se
cantora e poeta.
Mantêm-se à
espera de
leitura condigna:
A Saga do Açúcar
(Fátima Quintas)
- fui direto ao
saboroso
capítulo sobre
provérbios,
ditos populares,
termos afins e
arabismos,
porque minha
curiosidade por
palavras é
enorme.
Existe Vida sem
poesia?
(Theresa
Catharina de
Góes Campos) -
fiz rápidos
passeios pelo
vastíssimo
território
poético e
vivencial da
autora,
detendo-me nos
haikais –
maneira de dizer
tudo em
pouquíssimas
palavras.
Habemus Vinum
–
antimemórias do
absurdo (Ana
Maria César),
começando cada
evocação com
“foi quando...”
Absurdo é a
Internet
roubar-nos um
naco das 24
horas do dia,
preterindo
leituras
saborosas. A
Intimidade da
Palavra (Cyl
Gallindo) -
ensaios sobre
escritores e a
Língua
Portuguesa, com
a qual o autor
mantém longo
caso de amor. Reminiscências
em Prosa
e Verso
(Malude Maciel)
– resgata, na
capa, foto da
antiga e
majestosa Igreja
Matriz de
Caruaru,
barbaramente
demolida para
dar lugar a
modernosa
“catedral”,
atendendo à
ânsia da
Princesa do
Agreste de
tornar-se Rainha
do Progresso,
não raro
destrambelhado.
Fila de livros
que me faz estar
sempre em
débito. Bendita
fila, destinada
a reduzir minha
ignorância e a
nutrir-me o
espírito.
P.S. -
Impossível
corresponder às
expectativas de
autores – amigos
ou
desconhecidos,
para comentar
seus livros
neste espaço.
Ele se tornaria
coluna
exclusivamente
de resenhas
bibliográficas,
em detrimento de
todos os outros
assuntos. Fica
difícil comentar
espontaneamente
algum livro lido
e gostado, sem
que os demais
autores se
sintam
preteridos. O
jeito é falar
bem do que li,
apenas ao
telefone ou
pessoalmente.
Sugiro usar o
Facebook e
quejandos, que
têm o poder de
dar ampla
divulgação a
suas obras.
(Diário
de Pernambuco,
16/01/2011,
p.A-11) |
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Tereza
Lúcia
Halliday,
Ph.D.
Artesã
de
Textos
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De: Theresa Catharina de Goes
Campos
Data: 30 de janeiro de 2011 21:06
Assunto: Ainda sobre a sua lista e fila de
livros para leitura.
Para: terezahalliday
Cara Tereza Lúcia:
Com os meus renovados agradecimentos por suas
mensagens, volto a me referir à sua extensa
lista e fila de livros para leitura.
Por favor, não se preocupe com as obras com a
minha assinatura, nem com os materiais esparsos
de minha autoria, que você recebe por
encaminhamento meu.
Envio porque , quando tenho consideração por uma
pessoa, eu também acredito que seria até
indelicadeza, de minha parte, não lhe remeter
uma cópia do que produzo... as minhas notícias,
como ser humano continuamente realizando a minha
vocação, pessoal e profissional, no meu contexto
e na minha circunstância.
Minha preferência com relação a TODOS os meus
livros: que a sua leitura se processe
paulatinamente, jamais com pressa, um pouquinho
a cada dia. Especialmente no caso da única
antologia poética.
Para apreciar os poemas que escrevi, o melhor
seria ler umas poucas páginas e, depois, numa
outra ocasião, empreender mais uma leitura dos
versos de minha autoria. A maior vantagem: no
tempo que passa, haveria uma continuidade na "
companhia " , com o fio condutor da palavra a
unir quem escreve e quem se dispõe a ler.
A passagem do tempo não desgastaria, não
destruiria, nem encerraria o contato...porque
haveria uma promessa ou o potencial para um
reencontro entre duas pessoas. Em nome da
palavra, aconteceria talvez uma ilusão
temporária de permanência. Porque a comunicação
por meio da palavra escrita é profundamente
seminal.
Abraços e beijos carinhosos de
Therezita |
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