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De: LMAIKOL
lmaikol@uol.com.br
Data: 7 de fevereiro de 2011 16:13
Assunto: Intenções de Missa
Intenções de Missa
Está bem difundido nas comunidades o costume de
anunciar, antes do início da Missa, as intenções
pelas quais será celebrada a Eucaristia. Vamos
refletir sobre esse procedimento, tentar
esclarecer seu significado e alertar quanto a
possíveis desvios.
1. O costume de “mandar celebrar Missa”
As pessoas procuram o sacerdote ou vão até a
secretaria da igreja e solicitam que a Missa de
um determinado dia, no horário estabelecido,
seja aplicada numa determinada intenção: por
alma de um falecido, ou em ação de graças por um
aniversariante, ou pelo sucesso de uma
operação... e assim por diante. O fiel que
“manda” celebrar a missa oferece uma
“espórtula”, ou seja, contribui com um valor em
dinheiro que caberá ao sacerdote pela prestação
dos serviços religiosos. Atualmente, mais comum
a Missa com intenções coletivas, ou seja, várias
pessoas encomendam suas intenções, e contribuem
com quanto quiserem. A soma dos valores
recebidos constituirão a “espórtula” daquela
Missa.
2. O que significa tudo isso? Como é que nosso
povo entende esses procedimentos? Entende que a
Missa, que o sacrifício de Jesus na cruz, tem um
valor espiritual infinito. Portanto, aplicar a
Missa por um falecido, por um doente ou em ação
de graças é encomendar a oração mais poderosa
que se pode oferecer.
A “espórtula” não pode ser entendida como
“pagamento”, pois o valor da Missa é infinito,
não tem preço! A contribuição seria então uma
taxa para o sustento do sacerdote, para cobrir
as despesas de funcionamento da igreja e dos
serviços religiosos. Todo mundo sabe que é
assim que funciona em nossas paróquias, em
nossas igrejas. Em princípio, tal costume não
merece objeção. Porém, com frequência, acontecem
desvios. Há pessoas que “encomendam” a missa,
mas, não se envolvem, não se interessam
pessoalmente pela celebração; imaginam que sua
própria participação na oração não é nem mesmo
necessária, pois o efeito do sacramento depende
apenas do ministro ordenado. Se foi registrada a
intenção, se foi dada a contribuição “devida”, o
efeito seria automático.
3. Qual a maneira correta de colocar as
intenções?
Claro que a Eucaristia só pode ser celebrada por
um sacerdote. Mas cada membro da assembleia pode
e deve participar ativamente na Missa. A
intenção que foi encomendada deve estar, em
primeiro lugar, dentro do nosso próprio coração.
Mais importante e mais relevante que a leitura
da lista de intenções antes do início da Missa,
muitas vezes extensa e monótona, é estar
consciente de que podemos nos unir com Jesus que
se oferece no sacrifício do altar, colocando
mentalmente nossas intenções. Interessante é que
há momentos específicos para isso na própria
estrutura da celebração:
- quando chegamos à igreja e, em silêncio, nos
colocamos diante do sacrário, fazendo já nossas
intenções;
- quando o sacerdote, depois do Ato Penitencial
ou do Glória diz “oremos”, antes da primeira
oração da Missa;
- durante as preces dos fiéis (pena que em
muitos lugares não se reserva um tempinho em
silêncio para que cada um reze por suas
intenções particulares);
- durante a grande Oração Eucarística, quando se
reza pela Igreja, pelo papa, pelo bispo... é o
momento de rezar pelos vivos. É mais um momento
para colocar, em silêncio, nossas intenções
particulares;
- ainda durante a grande Oração Eucarística,
quando se reza pelos que já deixaram esta vida
(momento de silêncio). É o momento de rezar, no
silêncio do coração, pelos nossos falecidos;
- quando se reza pela paz, outro momento
privilegiado para colocarmos nossas intenções,
agradecer ou pedir pelos que sofrem ou
necessitam de uma graça especial;
- na hora da comunhão, estando com Ele dentro do
coração. É hora de lhe falar sobre as nossas
intenções, na intimidade e na profundeza da fé.
Pare um pouquinho para pensar: Será que a gente
não desperdiça essas excelentes oportunidades de
colocar bem dentro do Coração de Jesus as nossas
intenções, aquelas que de fato podem brotar do
nosso próprio coração? “Mandar celebrar Missa”,
o que relativamente é muito fácil, e depois não
participar devidamente e conscientemente da
Eucaristia acaba sendo um aberrante
contra-senso. Você não acha?
Clodoaldo Montoro
(Deus Conosco nº 109, Janeiro de 2011,
p.123-124, Editora Santuário)
- - -
* Intenções da Missa: em cada comunidade, o
costume é diferente. Normalmente, as intenções,
por falecidos e outras, são lidas antes da
missa. A leitura deve começar com antecedência
suficiente para não atrasar o horário do início
da celebração. As intenções não devem ser lidas
depois do Hino de Louvor , depois que o
celebrante diz “Oremos” (IGMR 32). Às vezes, é
constrangedor dizer “quem encomendou” a missa,
porque parece comércio. Também é delicado o
padre ressaltar alguma das intenções, deixando
as outras de lado. Por isso, cada comunidade tem
que analisar o procedimento com as intenções de
missa, bem como das espórtulas.
Lourenço Mikawww.maikol.com.br – Artigos, Artigo
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