SEIS
SIGMA EMOCIONAL
Faustino Vicente*
Ao
longo das últimas
décadas surgiram no
mercado uma série de
programas sobre
gestão empresarial
apresentados,via de
regra, como
estratégias de
negócios capazes de
revolucionar o
processo gerencial.
Entre os que
emergiram, uns
continuam até hoje
na crista da
onda,outros
submergiram,tragados
pela mesmice. O
Seis Sigma, que
mede
(estatisticamente) a
capacidade do
processo em
trabalhar sem
falhas,está
desfrutando de
grande destaque
entre empresas que
buscam a excelência.
Sigma é a décima
oitava letra do
alfabeto
grego,correspondente
ao nosso S. Como
limite de
especificação, parte
da classe Um Sigma,
que apresenta
697.700 defeitos por
milhão e atinge o
Seis Sigma com
apenas 3,4 falhas
por milhão,ou seja,
99,99966% de
perfeição.
Um
autêntico DNA. Entre
os especialistas do
segmento encontramos
uns que entendem que
finalmente surgiu
algo inovador,
outros não têm medo
em afirmar que
se trata de um
filme que já viram.
Polêmica à
parte,nota-se que
todas as
estratégias
gerenciais têm os
mesmos objetivos:
eliminar as falhas,
melhorar a
qualidade, reduzir
custos, aumentar a
produtividade,
satisfazer os
clientes e elevar a
lucratividade. A
diferença pode estar
na metodologia. A
própria
implementação das
estratégias de
negócios encerra
uma semelhança muito
grande:
comprometimento da
alta administração
para alocar recursos
e mudar o próprio
comportamento,
formação de uma
equipe de gestores
que irá elaborar
as normas de
procedimentos e o
calendário de
atividades,
capacitação de
todos os
funcionários,
identificação de
oportunidades,critérios
para avaliação de
resultados e a
criação de um
sistema de
incentivos
motivacionais.
Acreditando na
eficácia do
programa,
deveríamos
aproveitar a mesma
metodologia
(estatística)
para implementar o
‘Seis Sigma
Emocional”. Vamos
erradicar as
“puxadas de
tapetes”, a
vaidade, as
injustiças, o
desrespeito
profissional, a
inveja, as
intrigas, o
preconceito, a
mentira, a
arrogância e a
discriminação.
Devemos,também,
eliminar o
constrangimento
moral, as fofocas,
os assédios
sexuais, as
ameaças, a traição,
o revanchismo e a
hipocrisia.Podemos,ainda,
banir as demissões
humilhantes de
funcionários que
trabalharam por
décadas na empresa
e são demitidos por
carta, telefonema e
por outras formas
vexatórias. Os
sentimentos
negativos têm estado
na raiz das causas
de desvio de
carreiras
promissoras,
falência de
empresas e queda de
governos como,por
exemplo, o então
poderoso Império
Romano - o mais
célebre da
história da
humanidade.
Enfim, em que classe
de Sigma Emocional
estarão a maioria
das empresas
brasileiras? A falta
de lealdade provoca
um clima de
incertezas,levando
parte das pessoas a
diferentes graus de
desequilíbrio
emocional. “Nos
paises
industrializados,
uma em cada grupo
de quatro pessoas
(25%) sofre
perturbações
psíquicas durante
sua vida de
trabalho. Estudo
publicado pelo OIT
(Organização
Internacional do
Trabalho), considera
que os distúrbios
emocionais se devem
ao “stress”no
trabalho.Estes
distúrbios variam de
grave ansiedade e
depressão até
doença mental
crônica.Seriam
causas do “stress”:
a supervisão muito
constante, o
barulho excessivo,
situações perigosas
e uma atitude
impessoal dos
supervisores frente
aos trabalhadores”.
O mais grave é que
essa publicação
data de 1987.
Uma
pesquisa realizada
em 1998, nos
Estados Unidos,
com 305 executivos
de recursos
humanos, revelou
que as faltas por
estresse quase que
se nivelam com as
provocadas por
doenças físicas.
Considerando que nos
últimos anos tem
havido maior
acirramento da
concorrência, ameaça
de desemprego, perda
do poder aquisitivo
da classe
trabalhadora e
pressão para a
aumento da
produtividade,
podemos concluir
que, a
implementação,
a custo zero, do
“Seis Sigma
Emocional” pode
resgatar o orgulho e
o prazer de
trabalhar em
determinada
organização.
*Faustino Vicente –
Advogado, Professor
e Consultor de
Empresas e de
Órgãos Públicos -
e-mail:
faustino.vicente@uol.com.br
- Jundiaí (Terra da
Uva) - São Paulo -
Brasil