|
|
|
|
OS AGENTES DO DESTINO
(The Adjustment Bureau - EUA/2010 - 106 min.)
Ficção científica, com romantismo, suspense e
ação, além de várias metáforas, "Os Agentes do
Destino", dirigido por George Nolfi,
caracteriza-se, em termos de conteúdo,
principalmente pelas reflexões que desperta no
espectador, do início ao fim, sobre o livre
arbítrio e a importância do amor para direcionar
e influenciar decisões capazes de transformar
uma existência. Vale a pena se prestar atenção
aos diálogos do roteiro, inteligente e crítico.
No elenco: Matt Damon, Emily Bunt, John Slattery,
Daniel Dae Kim
Entre as perguntas sem respostas explícitas para
os personagens, talvez a primordial: quem
controla o destino das pessoas? Esta é a questão
que vai confundir a vida do político David
Norris. Perto de se eleger senador nos Estados
Unidos, ele se apaixona pela dançarina Elise
Sellas. Quando descobre esse amor e decide
vivê-lo, David começa a enfrentar homens
misteriosos, determinados a mantê-los afastados:
são os Agentes do Destino.
Como está registrado nos créditos finais, o
filme foi inspirado em um conto de Philip K.
Dick. Aliás, recomendo a leitura de meu
comentário sobre "Blade Runner: O Caçador de
Andróides" (Blade Runner), filme também baseado
em obra do autor.
http://www.arteculturanews.com/bladerunner.htm
Ressalto que, muitas vezes, em textos de ficção
científica, logo deveríamos identificar
tendências e situações, sejam apenas delineadas
ou já presentes, instaladas na sociedade,
sobretudo aos olhares mais atentos, às mentes
sensíveis para realidades que tantos
negligenciam perceber no cotidiano das relações
humanas.
Enfim, para aqueles que enxergam os detalhes, as
sombras nos acontecimentos aparentemente
rotineiros, as leituras filosóficas podem
traduzir os símbolos, inclusive em palavras
metafóricas, como portas, obstáculos, até nas
coincidências inexplicáveis e surpreendentes
como a solidariedade de um amigo inesperado.
"Os Agentes do Destino" enfatiza o nosso direito
fundamental - o livre arbítrio. Tal liberdade de
exercer nossa capacidade para decidir envolve
determinação da mente, da razão e dos
sentimentos. Por conseguinte, uma decisão não
desconsidera as inclinações e tendências de
nosso coração, atuante de forma invisível pelo
que percebe e deseja.
Decidir nunca é fácil...Os obstáculos ficam
surgindo, quase sem parar, de todos os lados, às
vezes se multiplicando quando pareciam
superados...
Em "Os Agentes do Destino", acompanhamos uma
história num contexto atual , em ambiente
urbano, mas com personagens cujos significados
têm expressão além de sua aparência visível. Em
alguns aspectos, um roteiro de ficção
surrealista. Para o grande público, que orienta
o seu gosto por uma visão de preferência pela
rapidez, habituado a um cotidiano de
instantaneidade dos avanços tecnológicos, "Os
Agentes do Destino" talvez seja hermético...
Quem ajuda os protagonistas, por exemplo, com a
sua solidariedade ativa, parece, na verdade, ser
um anjo... E os anjos têm mesmo a missão de nos
ajudar.
Theresa Catharina de Góes Campos
Brasília-DF, 14 de maio de 2011 |
|
|
|